É uma pergunta pertinente no quadro de uma tão grande fragilidade económica como a que vivemos... até porque, voz populi dixit!, somos um país de poetas - ou não?... A verdade é que, face à consciência da imperiosa necessidade de reconstruir o aparelho produtivo nacional (ou será que se trata, isso sim, de o construir?) vemos toda a oposição concentrada em discutir e voltar a discutir problemas, rumores, suspeitas e factos, criando e multiplicando comissões ora de análise, ora de inquérito... sim, claro que consideramos que as decisões políticas devem ser transparentes e que devemos exercer o direito de esclarecer as dúvidas que se nos colocam mas, deixar que o trabalho político e consequentemente, a agenda mediática se resuma a este tipo de questões é, no mínimo, empobrecedor e, em última análise, lesivo do interesse nacional... na mesma lógica se inscreve a evocação da revisão constitucional cujo maior erro reside no facto do seu argumentário justificativo assentar no reeditar das velhas teses liberais que, com a ainda recente crise financeira internacional, perderam todo o reconhecimento público e intelectual no que respeita à sua validade. Sem a revitalização e redinamização da economia nacional, Portugal não sairá de um sistemático encadeamento de crises que, cedo ou tarde, re-agravando a dimensão do endividamento público, nos não permitirá sair do "ponto zero" a que, ciclicamente, voltamos... por isso, é caso para perguntar se a dimensão estético-literária dos nossos políticos anulou a capacidade de auto-avaliação dos seus desempenhos, razão que justificaria o investimento em comissões e revisões em detrimento de um efectivo empenho na resolução dos problemas do desemprego, do emprego, da produtividade e da produção que, incontornavelmente, definem e determinam a qualidade das condições de vida dos cidadãos.
Pertinente crítica. Mas, classicamente, não surpreendente. Desde a Grécia Antiga que a democracia é sujeita a intervalos de ditadura para restauração da ordem. Eram o "FMI" de então! A questão é mesmo a da drástica redução de importações para travagem, seguida de redução da dívida externa. Fá-lo-emos de motu próprio ou imposto, de qualquer modo. Não é porém tolerável que se isentem de sacrifícios gestores sobre-remunerados, capitalistas, corporações e sindicalistas vesgos.
ResponderEliminargostei dessa auto-avaliação que os políticos deveriam fazer , mas claro sob tutela de uma entidade independente. mas quem??
ResponderEliminaroutro 25 Abril.´.. já não sei quem é quem..os políticos, os magistrados, os amigos ...
Quem me conhece já pode começar a rir porque estou a imaginar os srs políticos pepineiros a «engalfinharem-se » ainda mais para entar nas cotas e receber, com toda a legitimidade, os direitos que, coitadinhos t~em visto sonegados.
Olá vbm :)
ResponderEliminarTem toda a razão!... gostei do paralelo que lhe ocorreu estabelecer ocorrer com a Grécia Antiga e o "FMI" de então :)e concordo que é uma prioridade investir na produção interna como meio de uma efectiva redução das importações! ... por isso, o mais anacrónico de tudo isto, para além da imoralidade que refere e que, naturalmente!, subscrevo sobre a condenação da errada e injusta distribuição
fiscal. é, ao fim de tantos anos, não terem concluído que os procedimentos que, económica e financeiramente, têm privilegiado, não são aqueles que, inelutavelmente, são prementes para o país!
Um grande abraço... com a memória do 25 de Abril :)
Olá Isabel :)
ResponderEliminarO 25 de Abril é irrepetível!... e qualquer tentativa de o reproduzir seria, necessariamente, outra coisa... Bastaria que cumprissem o que nos permitiu o 25 de Abril de 1974 :)
Um grande abraço.