quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Da Verdade - entre o Sentido e o Significado...

"Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas.
A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor! Contudo a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!"
(Texto: Almada Negreiros;
Imagem: Wassily Kandinsky)

2 comentários:

  1. A partir daqui, desta flor, podemos ir tão longe. Podemos até perguntar para que serve a educação e outras coisas mas sublinho, em traços carregados, esta flor. Abraço

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  2. Palavras boas e sábias, Fernando, estas que aqui regista... não chega nem acrescenta ao que já escreveu o que agora vou escrever mas, pensando no que diz, direi: toda a educação deveria começar nesta flor e nela terminar!... "em traços carregados" como a vida deve ser. Abraço.

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