A propósito da violência urbana manifesta na velha Inglaterra, vale a pena ler os textos de JMCorreia Pinto no Politeia, de Eduardo Maia Costa no Sine Die e de Ricardo Paes Mamede no Ladrões de Bicicletas... porque, de facto, muito do que se tem dito está eivado de uma arrogância assente na pressuposição de que vivemos e devemos viver num mundo ordeiro e "politicamente correcto" nos termos em que o pensa a ideologia dominante - sempre atenta ao proclamar de uma moralidade disfuncional em relação à realidade (leiam-se os textos de Carlos Milheiras no Os Furúnculos de Pandora e de José Simões no Der Terrorist)!... e como se tudo isto não fosse já suficiente para nos amargurar o presente e obrigar à reflexão sobre o futuro, continuamos a assistir ao desenvolvimento de um "trabalho" pretensamente concertado e caracterizado por uma persistente corrosão da debilitada realidade nacional (ilustrada nos apontamentos de Eduardo Pitta no Da Literatura, de Carlos Fonseca no Solos Sem Ensaio, de Vitor Dias no O Tempo das Cerejas e de João Rodrigues no já citado Ladrões de Bicicletas) que apenas nos aproxima mais e mais dessa violência que, com tanta hipocrisia, se condena... Felizmente, a consciência humana não se detém perante o medo (leia-se a notícia que nos chega através de Joana Lopes no Entre as Brumas da Memória) e, por isso mesmo, valha-nos a lucidez que nos serve de referência identitária e nos permite sobreviver ao naufrágio dos dias (leia-se o texto de Fernando Cardoso no Ayyapa Express).
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