O desemprego atingiu, em Portugal, 12,3% enquanto, na União Europeia, a taxa média permanece nos 10%. O perigo que paira sobre a Europa decorre da potencial habituação aos dois dígitos desta taxa que os mercados, a política e a comunicação social podem desenvolver nos cidadãos, reduzindo a capacidade de empenhamento no contrariar de uma tendência que arrastará o chamado mundo desenvolvido para a violência e a pobreza, como se de uma inevitabilidade se tratasse. Não é uma inevitabilidade! Não é! E é possível reagir à crise de forma consistente e alternativa... o que falta é a determinação de uma vontade política concertada, capaz de alterar a lógica das redes da interdependência político-económica... mas os políticos contemporâneos amedrontam-se perante o poder dos mercados e deixam que as populações sucubam às mãos do horror de um mecanismo financeiro que eles próprios criaram... agora, face às previsões do curto (ler aqui) e médio prazo (ler aqui) e ao aumento anunciado do ritmo da austeridade económica, os cidadãos sentem-se náufragos sem esperança porque, de facto!, não está à vista qualquer ponta de terra segura... Arriscamo-nos, por isso, a ser vencidos por um fantasma cuja existência reconhecemos e sabemos, indiscutivelmente, resultar de uma fantasia humana, nascida da desmesurada ambição dos mais ricos que, hoje, ao apoiarem uma taxa sobre os mais altos rendimentos, mais não fazem do que defender a persistência do domínio dos mercados que os enriqueceu... uma vez mais, o futuro está nas mãos dos cidadãos!
Com reduzidas, mas expressivas, excepções a cidadania encontra-se em estado vegetativo...
ResponderEliminar... é bem verdade, Rogério... cabe-nos perguntar e tentar perceber se não estamos já perante os efeitos dessa intencionalidade desmobilizadora e se ainda se não encontraram os meios eficazes de resposta...
ResponderEliminarAbraço.
Caríssima Amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarA taxa de desemprego está tomar proporções inimagináveis, não obstante o Ministro das Finanças ter prometido, por estes dias, numa dose retórica que em 2013 a taxa de desemprego iria começar a descer progressivamente. Como interrogou, de forma muito pertinente, Daniel Oliveira: como é possível esta previsão quando todos os indicadores internacionais estão a dar sinais contrários ?
Subscrevo inteiramente a ideia que a Ana aqui nos apresenta de que os multimilionários são responsáveis pela propaganda de que é necessário manter o "statuo quo" da supremacia dos mercados, com a noção implícita de que o único caminho possível é a resignação face à ideologia neoliberal(No meu último "post" faço uma abordagem das implicações desta questão). Concordo inteiramente que os cidadãos têm de tomar consciência desta realidade, muito injusta, para que se possam indignar e pressionar os poderes a regressarem aos ideais para que seja possível a luta por um mundo melhor.
Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt