Piores que as centrais nucleares
São as centrais de compras!
As “Centrais de Compras” das grandes cadeias comerciais com lojas de pequenas ou grandes dimensões espalhadas pelas principais cidades e vilas do País, são mais nocivas para os territórios onde essas lojas estão instaladas, do que o seriam as tão temidas e temíveis “Centrais Nucleares”.
Uma “Central de Compras” existe para comprar o mais barato possível. Para isso necessita comprar em grande escala! Não compra 100 quilos de batatas, ou uma tonelada, ou mesmo duas, compra: “um barco, ou um vagão, ou um comboio de batatas”e efectua a compra, possivelmente, num qualquer escritório duma qualquer terra onde esteja instalada, quer esta seja ou não produtora de batatas, o que para o caso nada conta.
Suponhamos que num perímetro territorial de 50 quilómetros em volta duma loja dessa cadeia, se produzem 200 toneladas de batatas, e que esta produção é assegurada por duzentos ou mais pequenos produtores dispersos. Nenhum deles vai conseguir vender nada da sua produção, nem batatas nem cebolas, nem feijão, nem grãos, nem vinho nem azeite, absolutamente nada, porque pura e simplesmente; nem eles nem o seu território tem escala para vender a uma qualquer “central de compras” mesmo que esta esteja situada em local próximo!
Neste sistema, cada território tem escala para consumir mas, não tem escala para vender assim, sem poder vender aquilo que produzem, acaba-se o trabalho, o emprego, a economia, as pessoas vão-se embora à procura dos locais onde se produz aquilo que consomem, onde haja emprego e condições para se poder ganhar a vida. A prazo, mais tarde ou mais cedo, também os causadores destes abandonos forçados, eles próprios, terão de partir para outros lados por falta de consumidores, à procura de novos territórios com consumidores, onde repetirão os mesmos efeitos, espalhando a peste do despovoamento e da desertificação, condenando ao abandono e à morte social todos os territórios que não tenham conseguido ter organização para, duma só vez e a uma só voz, poder vender um navio de qualquer coisa!
È verdade que as batatas foram vendidas uns cêntimos mais baratas do que o seriam se fossem compradas localmente a muitos produtores... quem diz as batatas, diz todas as outras coisas, (terrível logro, os preços baixos, só serviram para aumentar os lucros dos donos das lojas proporcionando-lhes maiores vendas) mas esses cêntimos pagos a menos por cada consumidor, significaram o desaparecimento de toda a actividade produtiva desse território e, em última análise, a desvalorização do património público e privado de quem aí vive, arrastando uns e outros para a miséria e o abandono social e ambiental.
Desatar este nó que asfixia e mata as economias locais da imensa maioria dos territórios extra-metropolitanos, é condição fulcral de toda e qualquer solução para um sério e responsável ordenamento social e económico do território nacional.
São as centrais de compras!
As “Centrais de Compras” das grandes cadeias comerciais com lojas de pequenas ou grandes dimensões espalhadas pelas principais cidades e vilas do País, são mais nocivas para os territórios onde essas lojas estão instaladas, do que o seriam as tão temidas e temíveis “Centrais Nucleares”.
Uma “Central de Compras” existe para comprar o mais barato possível. Para isso necessita comprar em grande escala! Não compra 100 quilos de batatas, ou uma tonelada, ou mesmo duas, compra: “um barco, ou um vagão, ou um comboio de batatas”e efectua a compra, possivelmente, num qualquer escritório duma qualquer terra onde esteja instalada, quer esta seja ou não produtora de batatas, o que para o caso nada conta.
Suponhamos que num perímetro territorial de 50 quilómetros em volta duma loja dessa cadeia, se produzem 200 toneladas de batatas, e que esta produção é assegurada por duzentos ou mais pequenos produtores dispersos. Nenhum deles vai conseguir vender nada da sua produção, nem batatas nem cebolas, nem feijão, nem grãos, nem vinho nem azeite, absolutamente nada, porque pura e simplesmente; nem eles nem o seu território tem escala para vender a uma qualquer “central de compras” mesmo que esta esteja situada em local próximo!
Neste sistema, cada território tem escala para consumir mas, não tem escala para vender assim, sem poder vender aquilo que produzem, acaba-se o trabalho, o emprego, a economia, as pessoas vão-se embora à procura dos locais onde se produz aquilo que consomem, onde haja emprego e condições para se poder ganhar a vida. A prazo, mais tarde ou mais cedo, também os causadores destes abandonos forçados, eles próprios, terão de partir para outros lados por falta de consumidores, à procura de novos territórios com consumidores, onde repetirão os mesmos efeitos, espalhando a peste do despovoamento e da desertificação, condenando ao abandono e à morte social todos os territórios que não tenham conseguido ter organização para, duma só vez e a uma só voz, poder vender um navio de qualquer coisa!
È verdade que as batatas foram vendidas uns cêntimos mais baratas do que o seriam se fossem compradas localmente a muitos produtores... quem diz as batatas, diz todas as outras coisas, (terrível logro, os preços baixos, só serviram para aumentar os lucros dos donos das lojas proporcionando-lhes maiores vendas) mas esses cêntimos pagos a menos por cada consumidor, significaram o desaparecimento de toda a actividade produtiva desse território e, em última análise, a desvalorização do património público e privado de quem aí vive, arrastando uns e outros para a miséria e o abandono social e ambiental.
Desatar este nó que asfixia e mata as economias locais da imensa maioria dos territórios extra-metropolitanos, é condição fulcral de toda e qualquer solução para um sério e responsável ordenamento social e económico do território nacional.
Camilo
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