Do Afeganistão à Palestina ou da China a Israel os atentados contra os povos sucedem-se a ritmos perfeitamente inaceitáveis... o recurso à violência e a diversas formas tentadas de extermínio assume contornos que, pela sua crueldade cega e pela sua duração, não podemos ignorar ou, pelo menos, de deixar de nos interrogar sobre a efectiva eficácia da guerra como forma de resposta às agressões, mesmo se sistémicas... porque não há Razão ou Direito que legitime a opção pelo direito à vida ou à morte de um qualquer cidadão e, muito menos, de milhares ou, num balanço mais alargado da História, de milhões de pessoas... dá vontade de dizer aos senhores de Israel: "Basta! Não foram os palestinianos a fazer o Holocausto" ou aos da China: "A imagem megalómana de uma sociedade não pode justificar o genocídio tibetano"... mas, os povos e os governos são feitos de homens e mulheres que pensam, no contexto dos seus quadros mentais e culturais... e ninguém pode optar pelo que não conhece ou, sequer, pelo que não lhe foi dado pensar como possível, dado o enredo histórico-familiar das representações e memórias de violência e violação de todos os pressupostos da paz, de forma continuada... Há, efectivamente culpados, em todo e qualquer processo de genocídio e agressão! Contudo, a questão que se nos coloca hoje é a de definir formas inteligentes de resposta a esses atentados que não perpetuem respostas primárias sempre, mais e mais, destruidoras do mais valioso património humano por indução do sofrimento e da injustiça.
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