sábado, 6 de dezembro de 2008

A importância da realidade


As previsões apontam para que, em 2023, Portugal tenha metade da sua população a viver na área da Grande Lisboa e 25% na área do Porto!... o facto significa que o processo de desertificação humana do país, apesar das sucessivas chamadas de atenção que têm vindo a ser feitas, continua galopante! Este é, sem sombra de dúvidas, um dos mais graves problemas nacionais... contudo, não se vislumbra um debate generalizado e sério deste assunto que, progressivamente, nos afectará a todos! Por todo o planeta, a concentração populacional nas grandes cidades significa a concentração da pobreza... contudo, continuamos a assistir ao silêncio ruidoso da opção por prioridades políticas que não valorizam a dimensão do problema e que, por essa razão, não vislumbram razões para promover o investimento na exploração e implementação de medidas político-económicas e sociais capaz de dinamizar e sustentar a indispensável atracção e fixação populacional para o espaço territorial disponível... provavelmente, uma vez mais, teremos que esperar pela ruptura para se voltar a olhar com a devida atenção para a problemática da ocupação do espaço, aparentemente reduzida às ditas "questões urbanísticas" que arrastam sobre a terra um olhar deformado que tudo vê em função de lógicas que mais parecem depender da construção civil... despertaremos apenas, alegando infundadas imprevisibilidades dos fenómenos sociais, quando a escassez dos géneros alimentares a isso obrigar ou o êxodo de refugiados dos previsíveis conflitos sociais urbanos que vamos deixando avolumar na actualidade, a isso nos obrigarem?... afinal, no mundo de hoje, em que lugar colocamos, na nossa escala de valores, a importância da realidade?

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