Nos tempos que correm, temos a obrigação de compreender que o conceito de cidadania não é uma palavra vaga ou genérica que participa do vocabulário politicamente correcto... Cidadania é uma construção... social, cultural e individual... um esforço imenso, quotidiano e permanente de auto-avaliação, introspecção e coerência... uma construção que implica um elevado grau de consciência da responsabilidade que recai sobre todos nós, para que seja possível a aproximação e a concretização dos direitos que conquistámos e a coexistência pacífica... é por isso que, no quadro de uma sociedade democrática que se pretende laica de modo a não permitir interferências decisivas da esfera religiosa no quadro da vivência social, política e económica, é urgente compreender a importância do reconhecimento inequívoco da legitimidade da pluralidade do pensamento e das práticas religiosas... porque a religião é uma dimensão de suporte psicossomático que ninguém pode escamotear... seja qual fôr a confissão religiosa em causa, incluindo o ateismo! São direitos fundamentais dos indivíduos e integram, nessa qualidade, os Direitos Humanos. Por isso, é importante o diálogo inter-religioso enquanto mediador da consciência de que os valores e princípios religiosos de cada cidadão não são incompatíveis com a vivência harmónica, respeitadora e valorizadora da diferença... porque a paz... a verdadeira Paz é aquele estado em que a diversidade em nada prejudica a unidade e a pertença comum a uma mesma dimensão: a Humanidade.
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