A dois dias da tomada de posse do novo Presidente dos EUA, Barack Obama, o Estado da Palestina tem uma trégua no cessar-fogo. As forças em confronto anuiram, sob condição de retaliação em caso de quebra do acordo... é justa a reivindicação da retirada das tropas ocupantes em troca de um cessar-fogo permanente a negociar... Entretanto, ocorre-me, naturalmente!, que o calculismo político de Israel tenha agido com tão cruel e brutal intensidade para prevenir a possibilidade de, a partir da tomada de posse de Obama, deixar de contar com o apoio dos EUA em caso de novas guerras contra o povo palestiniano!... na verdade, ainda ontem, o Governo português anunciava a venda de armas o encerramento do nosso espaço aéreo à circulação de armamento destinado a este país... e o exemplo seria, seguramente, seguido... além de, na América do Sul, Bolívia e Venezuela terem mandado sair dos seus países os diplomatas israelitas... Bush foi o último apoio incondicional a Israel?!... é possível!... porque, a partir de agora, sabemos que só as decisões multilaterais no âmbito das Nações Unidas terão o apoio americano!... Desejável seria que as forças de resistência da Palestina e os políticos de Israel soubessem aproveitar este período de tempo para consolidar a paz e a segurança nos seus territórios, no pleno respeito mútuo do Direito Internacional... sem cedências às tentações revanchistas de vingança ou à ambição obsessiva de ocupar territórios!... Não seria difícil, se houvesse coragem política para o efeito: a) definir a divisão equitativa da Água e a liberdade de acesso às suas fontes; b) levar "capacetes azuis" para vigiar o cumprimento e intervir em caso de pontuais conflitos que podem surgir, motivados por acções individuais ou de pequenos grupos radicais armados; c) legitimar, sem medo, a circulação dos palestinianos no seu próprio país, sem necessidade de autorizações do Estado vizinho para tal ou para a saída para o exterior; d) assumir por escrito, entre todas as partes, o respeito escrupuloso pela integridade territorial de cada um dos Estados; e) condicionar os apoios económicos, comerciais e políticos a ambos os Estados ao cumprimento deste Compromisso; f) envolver na rede de Estados apoiantes e parceiros, no âmbito das Nações Unidas, a própria Liga Árabe, criando uma rede multicultural e equitativa, capaz de garantir os termos do Compromisso; g) envolver os EUA, a União Europeia, Israel e os Países Árabes no apoio ao Estado da Palestina com recursos técnicos e humanos qualificados para a reconstrução dos sectores económicos (agricultura, comércio, indústria e serviços), da saúde, da educação, do lazer e da cultura... Não, não é impossível! Os requisitos são a coesão e a equitatividade na avaliação do acompanhamento destes procedimentos em termos de política internacional e a firme determinação dos dois povos, palestino e israelita, em exigir o respeito mútuo destas condições aos respectivos Governos! Juntos, pela Paz no Médio Oriente, façamos deste espaço que foi também um dos berços das civilizações, um local de renascimento da cultura e do desenvolvimento... para todos!
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