sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

PSD e TVI - O início da campanha

Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, esteve hoje no Jornal Nacional da TVI. Entrevistada por Manuela Moura Guedes que a interpelou sobre o facto do Primeiro-Ministro não ter aceite um debate entre ambos, proposto pelo partido social-democrata, a conversa decorreu na sequência da apresentação de uma série de "peças" cujo enquadramento, feito pela jornalista, foi marcadamente opinativo em tom irónico-sarcástico. Na verdade, não sendo inaudita em Portugal a utilização dos media para a transmissão de posturas políticas eleitoralistas, este dito serviço informativo careceu de uma total falta de deontologia, à revelia de toda a filosofia da comunicação social... a não ser, é claro, que, efectivamente, esta estação televisiva se assuma como um serviço de opinião claramente identificado político-partidariamente. Se, durante muito tempo, se suspeitou deste facto, é doloroso ver, no quadro de um panorama institucional televisivo restrito como é o português, um canal com a dimensão que para si advoga a TVI, satisfazer-se com a prestação de um serviço claramente -repito!- opinativo que remete para segundo plano a função informativa e que não distingue o comentário jocoso e pretensamente subtil, da objectividade analítica. Quanto à líder do PSD é também lamentável que uma economista que tinha uma imagem credível enquanto tal se remeta ao simples papel de suscitadora de suspeitas assentes em pura demagogia... efectivamente, é óbvio que nem todas as empresas poderão ter apoios estatais ao abrigo do plano contra a crise... aliás, nem faria muito sentido porque, designadamente nas que se encontram em delicada situação financeira, o investimento financeiro seria utilizado para pagar dívidas à segurança social e à fazenda pública (voltando por isso, rapidamente, às mãos do Estado), não servindo, como tal para garantir postos de trabalho... e, como se esta afirmação vaga e insidiosa não bastasse, a impertinência infundada do argumento repetiu-se relativamente à mesma questão, quando a líder do PSD intencionalmente reduziu os critérios para a selecção de empresas elegíveis para se poderem candidatar a apoios estatais vocacionados para o combate à crise, à possibilidade de se esgotarem em "simpatias" ou prévio conhecimento... a afirmação, demagógica e populista, revela uma certa má-fé enunciada à sombra do desafio que pretendeu lançar ao Primeiro-Ministro e que afirmou como "uma proposta séria"... porque, na realidade, alguns desses critérios são óbvios; por exemplo, o número de trabalhadores, a viabilidade económica e o nível de competetividade... moral da história: não, não é este o caminho para uma oposição que se pretende credível...

Sem comentários:

Enviar um comentário