O Leituras Cruzadas de hoje tem um único tema: trata-se de um pseudo-caso que se constitui como uma vergonha, a corroborar a lógica mercantil de produção noticiosa com que Portugal se vê, frequentemente, agraciado. Refiro-me ao que ontem foi noticiado pelo Correio da Manhã e que, por ter integrado a equipa do Simplex, não posso deixar de comentar - designadamente pela gravidade que significa o levantar de suspeições relativas a eventuais pagamentos a pessoas que se limitaram a colaborar num projecto, colectivo e assumido, de exercício da cidadania, a saber, um blogue que acompanhou a campanha eleitoral como espaço de opinião.
Contudo, este Leituras Cruzadas justifica-se, acima de tudo, porque considero inadmissível:
1 - o julgamento em praça pública, feito de forma abusiva e generalizada, a cidadãos livres que utilizam a blogosfera para exercer a liberdade de expressão e opinião;
2 - o envolvimento abusivo de pessoas com responsabilidades públicas que, "a reboque" de informalidades que comprometem apenas os seus intervenientes directos, são evocados e associados a factos que, provavelmente, nem lhes mereceram atenção;
3 - a denúncia provocada pela vaidade e a vontade de atrair a atenção, à revelia da ética, do bom-senso e da justiça (que, aliás, me fizera abandonar outro blogue colectivo, a saber, A Regra do Jogo quando conversas privadas e acusações públicas se tornaram incontornavelmente persistentes e gravosas, numa escalada de violência insustentável para a erroneamente evocada ética republicana).
Não podiam, por tudo isto, deixar de se pronunciar os que, co-autores do Simplex, se sentiram, como eu, lesados por toda esta irresponsabilidade infame, resultante de uma inaceitável promiscuidade entre vaidade, ausência de ética e especulação mediática e que reagiram, escrevendo textos de que vale a pena destacar:
Da Ética - Luís Novaes Tito in A Barbearia do Senhor Luís
O País onde Vivemos - José Reis Santos in Blogue de Esquerda
Anatomia de um Oligoqueta - Palmira Silva in Jugular
Chamar os Bois pelos Nomes - Tomás Vasques in Hoje Há Conquilhas... Amanhã Não Sabemos
A Ética do Bufo - Rogério Costa Pereira in Jugular
Da Verdadeira Ética Republicana - João Galamba in Jugular
Da Ética Republicana ou de Qualquer Outra- Francisco Clamote in Terra de Espantos
Eu Não Me Escondo - Porfírio Silva in Machina Speculatrix
Cara Ana Paula,
ResponderEliminarReceba o meu aplauso por ter deixado bem a descoberto que os vermes, mesmo na blogosfera, nao merecem a condescendencia das pessoas serias/
Com o respeito do,
Sokinus
Ana Paula,
ResponderEliminarEu ben lhe disse que tinha sentido um vómito. Embora não fazendo parte do grupo sempre acompanhei o referido blog (Simplex) por razões que bem conhece.
E assim se conhecem(?)as pessoas...
Quando há dias lhe disse que já estava à espera da sua saída do A Regra do Jogo, já sabia o que se estava a passar através de uma conversa pessoal com um elemento de outro blog de referência.
Pelo que já a "conheço" não a estava a ver a manter uma relação de actividade com um grupo inquinado pela suspeita, para não dizer pior.
E assim se destrói uma ideia boa que tinha pernas para andar.
Um abraço.
01- Acrescento à Sua lista de links de protestos, o de Sofia Loureiro dos Santos, “Defender o Quadrado”, post “Dos métodos totalitários de propaganda”.
ResponderEliminar02- A SUBVERSÃO da Justiça., promovendo “Julgamentos” na Praça Pública vai sendo uma prática corrente do “Correio da Manhã”, desde 2003.
03- O “jornalista” Eduardo Damaso, mimetisa Manuela Moura Gueses e Mário Crespo.
04- Os métodos do “Correio da Manhã” e dos “jornalistas” que assinam o infame artigo, colocam-se à margem dos Princípios Básicos do Estado de Direito, e como tal devem ser tratados.
05- Subscrevo todo, repito todo, o Seu post. Conte com a minha solidariedade.
Cordiais Saudações Democráticas e Republicanas
ACÁCIO LIMA
B.I. 1468705.4 , ARQ. PORTO, 20070813
Caro Sokinus,
ResponderEliminarObrigado pelas suas significativas palavras!
Bem-haja! Receba o meu abraço amigo, com elevada estima e consideração.
T.Mike,
ResponderEliminarO assunto e todo o processo que tem rodeado a sua exploração é, de facto, asqueroso... mais ainda por ser um pseudo-caso sem consistência material e até formal... uam tristeza!... Tentei relativizar as polémicas interpessoais que começaram esta "telenovela" de 2ª classe e fui gerindo a minha participação no A Regra do Jogo com distanciamento para, na minha boa-fé, não agravar o que sempre me pareceu ridículo... contudo, a vaidade e a incapacidade de discernimento que levaram o assunto às páginas dos jornais e às televisões que vivem, como sabemos, ávidos de sangue e se avocam o direito de ser justiceiros de rua, colocou um ponto final à minha paciência. É pena que a necessidade de protagonismo e o narcisismo tenha hipotecado uma boa ideia... mas, é inqualificável manipular e usar as pessoas desta forma.
Obrigado pela sua sempre gratificante solidariedade, Miguel... e por considerar que me "conhece" o suficiente para saber que eu não poderia, de forma alguma, ser conivente com estas práticas.
Um grande abraço.
Caro Acácio Lima,
ResponderEliminarAgradeço-lhe sinceramente a justeza das suas palavras e a contundência do seu sentir, da sua expressão e da sua solidariedade. Ainda bem que há pessoas sérias, atentas e capazes de, efectivamente, actuarem de acordo com a essência da ética republicana. De novo, o meu sincero agradecimento.
Cordiais Saudações Democráticas e Republicanas.
Ana Paula,
ResponderEliminarApenas para lhe deixar uma palavra de solidariedade sincera face à gravidade da situação em causa. Ultrapassados os limites do bom senso e da «liberdade de expressão» (que paradoxalmente se tem transmutado), começam-se a sentir as consequências da libertinagem e má formação que este país tem apoiado – protegido e patrocinado!
Grande, grande abraço.
Jeune Dame,
ResponderEliminarNem tenho palavras para agradecer a contundência lúcida e desassombrada do expressão, livre e séria, do sentir que aqui partilha e que, naturalmente, subscrevo na íntegra...
Obrigado, Jeune Dame. É uma honra ser sua Amiga!
Um grande, grande abraço.