A tragédia que se abateu sobre a Madeira, torna-se mais clara e dolorosa à medida que vamos conhecendo as imagens do Funchal. Assustadora, a força das águas, em enxurrada, rompeu as infra-estruturas e "levantou" o chão da cidade... o medo, a desolação, a tristeza e a ansiedade sentem-se e pressentem-se em cada notícia. Agora, sob a tensão e o stress pós-traumático que, inevitavelmente, se sucede a situações de choque, organiza-se a limpeza do caos e pensa-se a reconstrução. Decretados 3 dias de luto nacional em sinal de respeito e solidariedade pela dôr do povo da Madeira que não pode ainda indicar o número definitivo de vítimas e cujo balanço provisório aponta para 42 mortos, 120 feridos e duas dezenas de desalojados, a Madeira precisa de apoios de emergência. Portugal pediu, através do Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, autorização à União Europeia para a activação do Fundo de Solidariedade criado em 2002. É preciso que a reconstrução da Madeira seja sólida, bem planificada e que sejam corrigidas e melhoradas as situações de ordenamento do território e as condições de construção. É sem dúvida uma tarefa hérculea mas indispensável. A Madeira precisa, depois de assegurar a assistência às vítimas, de uma intervenção integrada de carácter cirúrgico, onde a atenção à orografia e à hidrografia sejam, de facto, o primeiro critério para a reconstrução. A esperança, a resiliência e as condições de vida do povo madeirense justificam o empenhamento na mais correcta aplicação dos apoios à reconstrução.
A avaliar pelas reacções do Governo Regional que quer retomar o mais rápido possível a normalidade em matéria de eventos (a Festa das Flores era uma das preocupações da porta-voz do Governo Regional), mais o recuo do PS na fiscalização da constitucionalidade da lei das Finanças Regionais, já se começa a poder desconfiar que vai ali ser despejado dinheiro que para além das vítimas (e aqui nada a opor, antes pelo contrário) vai servir para obras feitas a 100 à hora!
ResponderEliminarTem toda a razão, caro Ferreira-Pinto... e isso é extremamente preocupante... há dois dias ouvia uma madeirense dizer que o centro comercial Dolce Vita, no Funchal, foi construido recentemente (2 anos, salvo erro) num local desbravado para o efeito onde, até à data, existia apenas uma ribeira e bananeiras... a senhora concluia que não se devia a ignorância de riscos, claro... mas, a pretexto do turismo (e independentemente da importância económica do sector) serão relegados, mais uma vez, para segundo plano os interesses da população. Inqualificável...
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