O Governo da República Popular da China manifestou a sua condenação à diplomacia desenvolvida entre Barack Obama e o Dalai-Lama. Recusando qualquer concessão no que se refere ao reconhecimento da soberania no Tibete, ocupado e duramente reprimido há mais de 50 anos, a China vem, mais uma vez, fazer ouvir a sua desautorizada voz sem atender ao facto de ninguém respeitar a sua argumentação e a sua postura... A proclamação chinesa é por isso, pura e simplesmente!, propaganda política interna, ao serviço dos seus autoritários e centralizadores interesses em perpetuar a manipulação dos milhões de chineses que ainda não conseguem sair do seu país e conhecer o mundo. Sublinhe-se que a reivindicação dos Tibetanos se veio reconfigurando continuamente ao longo de mais de meio século para, no contexto de um esforço diplomático pela conquista de uma negociação pacífica, passar a exigir, apenas!, o reconhecimento da autonomia deste território dos Himalaias no que se refere à sua identidade cultural, histórica e religiosa. O Tibete merece não só autonomia cultural mas, também, a Liberdade... e se todos os cidadãos esclarecidos o sabem, ilógico seria que tal reconhecimento não fosse, claramente!, expresso pelo humanismo de Barack Obama!... porque a conivência económica que a prática chinesa de baixos salários implica na política de preços no Ocidente não significa o reconhecimento da autoridade política e menos ainda, ética do seu Governo que insiste em enviar "recados" ao mundo... "recados" que ninguém pediu para ouvir e que, além de não surpreenderem ninguém, servem apenas para sedimentar as antipatias crescentes do exercício da cidadania por toda a acção governamental chinesa que continua a envergonhar o século XX com a sua assumida luta contra os Direitos Humanos.
Olá Querida Ana Paula,
ResponderEliminarÉ isto por todo o Mundo, injustiças!
Se os chineses falham constantemente na diplomacia, desrespeitam os Direitos humanos e os EUA lhes obedecem... está tudo ao contrário. Então e quando o Iraque atacou o Kuwait? não acorreram logo? Isto tem muito que se lhe diga...
Quanto aos chineses violarem os Direitos Humanos e os Direitos Animais?! Serão eles assim tão diferentes?! pois são! não têm maldade, nem se queixam...
Algo que S. S. tanto denuncia e tenta defender...
Mas como leio todos os seus livros e quando se assume, como o XIV e último Dalai Lama, tenho muito poucas esperanças.
É este o poder das armas versus Razão.
Um beijinho de um grão de pó muito triste. :(
Tem toda a razão, Fada do Bosque... Direitos Humanos e Direitos dos Animais seriam princípios inalienáveis de uma organização social capaz de cumprir o que de melhor, humilde e inteligentemente, podemos pensar... quanto ao XIV Dalai-Lama do Tibete é caso para dizer que é louvável abdicar de uma forma extraordinária de educação para o exercício do poder em nome da luta contra a violência e da opressão... como é próprio de quem teve a educação de Dalai-Lama: o altruísmo incondicional... Fica-nos a herança de um exemplo que será importante não deixarmos que se perca pelas gerações futuras e, quiçá, pelo futuro do planeta e da vida tal como a conhecemos.
ResponderEliminarUm beijinho de pirilampo entristecido... porque toda a reflexão neste termos nos deixa, no mínimo, melancólicos :)
A questão tibetana é para a China comunista inegociável porque não podem os chineses abrir aqui a caixa de pandora para outras reivindicações de autonomia e independência (que existem dentro da própria China continental); porque admitir que o Tibete é negociável significa perder de vez a Formosa, e porque o Tibete tem recursos demasiado preciosos.
ResponderEliminarContudo, a China também sabe que Obama se limitará a receber o Dalai Lama mas nunca enceterá medidas concretas que possam fazer perigar o equilíbrio sino-americano (se é que existe).
Desta forma, Pequim salva a honra do convento, Obama marca pontos e o Dalai Lama regressa condenado a penar na sua inglória mas épica e louvável luta pelo seu povo!
Caro Ferreira-Pinto... tem toda a razão!... infelizmente, tem mesmo toda a razão... o eixo económico sino-americano -se, como diz, "é que existe"- continuará a lucrar, Obama fica resguardado pelo simbolismo e o Dalai-Lama continuará a sua persistente e nobre jornada de exílio e luta por um povo de paz que o mundo deixou, há muito abandonado, a uma sorte cruel de tortura e extermínio, no "Tecto do Mundo"... Um grande abraço.
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