terça-feira, 13 de abril de 2010

Da Cultura ao Pragmatismo Insensato... o caso do Museu Nacional de Arqueologia



Não se compreende que uma visão esclarecida da Cultura defenda e promova a mudança do Museu Nacional de Arqueologia para as instalações da Cordoaria Nacional, sendo conhecidas as reservas que o local oferece. Ao nível das águas, a Cordoaria Nacional não garante condições de segurança à preservação do valioso espólio que integra o património do Museu que, até agora, tem estado alojado no Mosteiro dos Jerónimos. O património histórico-arqueológico nacional é uma herança que, ao longo dos anos, não tem sido objecto da atenção e valorização que a sua importância justifica, vítima dessa negligência estrutural que tem sido a (des)consideração política pela cultura e, consequentemente, pela própria museologia... e se há, no nosso país, Museu que tenha feito um trabalho digno de destaque, é, indiscutivelmente, o Museu Nacional de Arqueologia. Não se compreende por isso (repito!) que se pretenda agora reeditar uma iniciativa que, desde o Estado Novo, tem sido adiada pela falta de garantias de segurança no que à conservação do seu espólio respeita. Cabe aliás dizer que seria perfeitamente justificável a construção de raiz de instalações condignas para o património arqueológico que, guardado nos Jerónimos, tem nos seus Reservados, material que, per si, o justificaria - mais: se o Museu dos Coches justificou o investimento em novas instalações, que critério cultural é evocável para que a lógica se não aplique ao Património Arqueológico?... em última análise, é caso para dizer que, "para pior, já basta assim"!... (Ver AQUI)

7 comentários:

  1. A Cultura em Portugal... está entregue aos bichos, literalmente... salvo raras e nobres excepções.

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  2. Como sempre, Voz z 0 DB... tem toda a razão!... até quando é a pergunta e o desafio que se nos coloca.
    Abraço.

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  3. Tento a impressão que a única solução possível é algo tipo Fénix!!!

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  4. Pois, Voz a 0 DB... e eles foram lembrar-se de evocar a criação de um Museu da Viagem e da Epopeia dos Descobrimentos, reduzindo a Cultura a um marketing redutor... enfim!... Haja paciência para tanta demagogia!
    Abraço.

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  5. Ana Paula, três perguntas:

    E o que é exactamente uma "visão esclarecida da cultura"?

    Existirá na sociedade portuguesa, tomada na globalidade, uma "visão esclarecida da Cultura"?

    No plano político, é possível "uma visão esclarecida da cultura" em Portugal?

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  6. António,
    Cá vão 3 esboços de respostas:

    Entendo por "visão esclarecida da cultura" a perspectiva científica actualizada, simultaneamente específica e interdisciplinar, consciente da função social quer da ciência, quer da cultura, que não recorre a critérios subjectivos de natureza economicista para hierarquizar o conhecimento ou o reconhecimento do seu papel na formação dos cidadãos;

    Não... penso que, em termos gerais, se pode considerar inexistente "uma visão esclarecida da cultura" na sociedade portuguesa.

    Dificilmente... porque o plano político reflecte, regra geral, o plano social...

    ... mas, como "a esperança é a última a morrer"...

    ... fica...

    Um abraço :)

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