Malangatana, o pintor moçambicano que imortalizou a imagem africana na pintura mais quente e humanizada que conheço, morreu esta noite, aos 74 anos, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos... Malangatana, cuja experiência de vida lhe concedeu uma visão do mundo capaz de transcender os espaços físicos, levando sempre consigo, a identidade cultural dos seus territórios interiores, foi colaborador da Unicef e, em 1997, foi nomeado pela Unesco "Artista pela Paz" (ler Aqui e Aqui)... Em silêncio, deixamos a evocação da extraordinária obra a que a sua vida deu alma.
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarSentida homenagem a este gigante da arte - Malangatana - que sempre esteve atento aos acontecimentos histórico-políticos do seu país, sobremaneira até a Independência de Moçambique, fazendo referência ao colonialismo português e à luta anticolonial, à guerra civil e à independência. Explorou temas amplos e universais no que concerne a violência e a resistência e soube captar profundamente as atrocidades da vida humana, assim os seus fenómenos heróicos, deixando-nos também um imenso e extraordinário canto ao amor "eros".
Um abraço amigo e fraterno.
Ana Brito
Não sei porque e de que morreu
ResponderEliminarque sei eu?
Talvez de tristeza...
como posso ter a certeza?
(rima triste,
esta minha...)
Extraordinário pintor... que cores!
ResponderEliminar(Curioso, há alguns dias atrás tinha estado a ver alguns dos seus quadros e pensei em fazer publicação no Poet'anarquista, quando cumprisse o seu septuagésimo quinto aniversário, o que seria a 6 de Junho de 2011.)
Dado o triste acontecimento de hoje que foi o desaparecimento do pintor Malangatana, acabei por antecipar a publicação no Poet'anarquista.
Opositor ao Regime
Em 1964 foi preso pela PIDE, tendo passado 18 meses na prisão.
Cara Ana Brito,
ResponderEliminarObrigado pelas suas palavras :)
Beijinho
Caro Rogério :)
ResponderEliminar... as suas rimas são sempre certas porque batem com o ritmo sincopado que mistura razão e coração :)
... e sim, Malangatana deve ter morrido triste porque um Homem que Ama assim a Vida e vê os caminhos da existência seguirem caminhos tão diversos e divergentes do que se sonha e daqueles pelos quais se luta, parte, seguramente triste pelo tanto que deixa por fazer e por dizer...
Abraço.
Camões :)
ResponderEliminar... Malangatana usou de facto a cor para transmitir o calor da vida e da luta, da consciência e da solidariedade... e que cor! Na sua obra é a cor que comanda a leitura do olhar como se própria tinta fosse o conteúdo das palavras...
Vou espreitar o Poet'Anarquista pois a tua selecção de obras vale sempre a pena :)
(...) ao contrário das novas tendências dominantes da globalização artística, Malangatana, um enorme crocodilo de pés grandes com habilidades para voar, manteve a utilização estilizada de imagens e signos que evocam a África subsaariana nos seus mais profundos mistérios e esplendores. Contudo, recusa a dicotomia entre o nós e o eles do discurso colonial, a hibridez e a integração de ambos tão gratas das teorias pós-coloniais e mesmo a dupla negação, nem um, nem outro. A sua perspectiva segue múltiplos futuros e pode inserir-se no pensamento estético da arte relacional, participando na teoria da “art de l’afriche” de Jean-Loup-Amselle, quando ainda se está por definir a estética da nova ordem mundial. Não deixa contudo de interrogar o Ocidente e a África seguindo uma estratégia de construção emancipadora onde não se vê como um africano deserdado nem como um ocidental incompleto. (Feliciano de Mira, Évora, 2010
ResponderEliminardo catálogo da Exposição AS ONZE PEDRAS SECRETAS DE MALANGATANA. Pintura sobre Pedra)