Desculpem o título que mais não pretende do que, de facto!, chamar com veemência a atenção de todos nós... porque hoje, ao ler a notícia de Carlos Júlio no A Cinco Tons, senti tomado de assalto o sentir e um grito de alarme, incontido, soltou-se-me, em directo, para estas palavras que a consciência da História e o respeito pelo Património da Humanidade ditam, como caixa de ressonância de um reconhecimento que, há muito, me tocou e se instalou, definitivo, no lugar privilegiado dos afectos pelo saber que nos faz Ser e que, para não me perder em explicações maiores, se chama, em primeira e última análise: CULTURA!... Leia-se o texto para que, acima, faço link e perceba-se melhor aquilo a que me refiro e que, aqui, sintetizarei assim: ao Património não basta a identificação e a sinalização! O Património requer e exige Preservação!... Ora, a Preservação do Património decorre, antes de mais, de um direito identitário que é, indiscutivelmente, um dever inalienável das gerações, em relação ao pleno e justo exercício da sua cidadania... porque o grau de maturidade cultural e democrática de um povo manifesta-se na sua competência de reconhecimento do legado de que o nosso presente é testemunho vivo!... é por isso que hoje, felizmente, valorizamos e percebemos o que significa a expressão: Património da Humanidade... e atentar ou deixar que se atente contra esse Património é, também, mais ou menos (in)conscientemente, atentar contra a História da Construção da Humanidade de que somos parte integrante!
(Nota: Deixo aos leitores a sugestão de leitura de um livro magnífico de Vitor Oliveira Jorge A Irrequietude das Pedras, publicado pelas edições Afrontamento em 2003 - e, se me permitem a imodéstia, a recensão crítica que dele fiz na Revista Património da Faculdade de Letras - Ciências e Técnicas do Património da Universidade do Porto, no volume III, editado em 2004).
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarDepois de passar dezenas e dezenas de vezes junto dos Cromeleques dos Almendres nunca nada me chamou a atenção para este tão importante "monumento".
Um dia um amigo chamou-me a atenção para ele. Visitei-o só uma vez. Para quem nunca estudou a matéria (até aí) e apesar de lá passar cerca de 2 horas não fiquei esclarecido, dado não haver lá ninguem que desse umas dicas. Posteriormente procurei perceber melhor.
É lamentável a insensibilidade demonstrada.
Abraço
Caro Rodrigo,
ResponderEliminarObrigado pelo testemunho autenticado pela experiência... de facto, o Cromeleque da Portela de Mogos que conheço de há muitas décadas e que permaneceu no mais absoluto abandono durante outras tantas, começou finalmente, a constar com maior visibilidade na documentação de divulgação do património arqueológico da região... por tudo isto é ainda mais inaceitável e dolorosa a notícia que aqui nos trouxe a esta troca de ideias e impressões. Tem toda a razão: ao fim de tantos anos de reconheciemnto da região como Património da Humanidade, a inexistência de qualquer apoio aos visitantes é mais um testemunho que envergonha toda a política cultural e, permita-me!, a democracia que tanto fez para a reconhecer e a recuperar.
Um grande abraço.
Mas não é suposto existir a «Declaração das Responsabilidades Humanas»?
ResponderEliminar… já duvido de tanta distracção e esquecimento…0h esperança! não nos abandones!.
Menires de Abraços
M.José
Sim, Minha Amiga... era suposta a "Declaração das Responsabilidades Humanas"... ~mas, prefere-se ignorá-la em pretextos de "distracção" que não são, de facto, senão pura e simples negligência, ignorância e desprezo pela História da Humanidade que Somos!... quanto À esperança, aí estão as Pedras a eternizá-la para além do tempo ... e dos homens!
ResponderEliminarMenhires de Abraços Antigos e Eternos como a História da Cultura sem a qual nem passado, nem presente, nem futuro humanos existiriam!
Beijos