terça-feira, 16 de agosto de 2011

16/08/11 - Uma Data Histórica: do Eixo Franco-Alemão à UE e a Portugal


Angela Merkel e Nicolas Sarkozy reuniram-se hoje e anunciaram, por antecipação à decisão acordada entre todos os Estados-membros, a criação de um Governo Económico da União Europeia (ler AQUI)... e se uma governação económica poderia ser um caminho desejável para os 27, designadamente para os países com economias mais frágeis, o "salto em frente" que Merkel e Sarkozy se apressaram a dar, clarifica os objectivos reais da decisão: proteger as economias alemã e francesa dos efeitos económicos da gestão global da UE. Vale a pena esclarecer que a Alemanha se uniu à França apenas por ser esta economia a que mais garantias dá ("até ver" -e também por isso, a celeridade da decisão bilateral!) de ser uma parceira sustentável para a economia germânica (repare-se que hoje foi divulgada a estagnação económica das 4 maiores economias da UE: alemã, francesa, italiana e espanhola).

O dia 16 de Agosto de 2011 regista para a História o momento em que o princípio basilar da subsidiariedade em que assentou a criação da União Europeia (vinculada por um pretendido espírito de solidariedade), ficou seriamente comprometido pela prioridade do bilateralismo assumido politicamente pelo eixo franco-alemão... das consequências das regras que Merkel e Sarkozy vão impor ao Governo Económico Europeu ficou já anunciada a ameaça dos "tectos" de endividamento a consagrar (segundo as suas próprias palavras) nas Constituições nacionais (!!!), independentemente das conjunturas específicas, determinadas historicamente, pelas estruturas sociais e económicas de cada país!!!... e ainda mais incisivamente, a ameaça relativa ao usufruto de futuros financiamentos comunitários dada a prestação insuficiente do gasto dos fundos disponíveis até agora - e aí, meus amigos!, temos que reconhecer: não gastámos os dinheiros comunitários com rigor e, pior que isso, desperdiçámo-los não só em função de opções de muito duvidosa qualidade e adequação mas, também, devolvendo dinheiro que poderiamos e deveriamos ter investido!... Erro político? Sem dúvida!... ausência de mentalidade técnico-científica? Indiscutivelmente!... cedência a lógicas culturais incompatíveis com a sociedade global? Obviamente!... pois... Pequenos (?!) Erros, Grandes Custos -eis o mais provável título do filme de terror que vamos viver... 

9 comentários:

  1. Lembro-me de ouvir falar no eixo franco-alemão há bastantes anos quando a Europa ainda era uma coisa indefinida. Agora, este eixo é uma espécie de muro de arame farpado e electrificado. Mas também já há muitos anos que achava que esta Europa era uma construção teórica sem sustentabilidade antropológica. Mas achamos cada coisa! Abraço.

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  2. É verdade, Fernando... Nem sei como é possível... porque, de facto, nós "achamos cada coisa" que é de espantar o próprio espanto!!!! :))
    Abraço.

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  3. "Espantar o próprio espanto"
    É tão bonito
    que vou divulgar em "Espranto"

    (Já perdi a paciência de postar jogos de marionetes sem o capital saber bem o que fazer... A partir de hoje, passo só a falar do futuro e da forma de o realizar...)

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  4. Obrigado, Rogério, pela divulgação em "Espranto" :))
    ... quanto à ideia de, a partir de hoje, só falar no futuro e na forma de o realizar... subscrevo-a e aplaudo-a :))
    ... também gostaria de o fazer... seria mais útil e mais inovador... só não sei se resisto a comentar algumas das peças que vão sendo "armadas" por aí, sob os olhos da boa-fé dos cidadãos mais ou menos incautos - apesar de tudo...
    Abraço.

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  5. Não me leve muito a sério... Claro que farei isso também! Um desabafo, qualquer um tem...

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  6. O dia em que Merkel abandonou o caniche e o deixou a fazer figura de emplastro.

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  7. ... pois... foi mais ou menos isso, CBO :))

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  8. Cara Ana Paula Fitas
    Nos primeiros tempos da pré adesão, adesão e por aí fora, não fui grande entusiasta. Com o tempo fui dos "palermas" que me fui habituando à ideia de que podia ser uma boa solução. Claro que até podia ser se esta Europa e infelizmente muitos dos paises que a compõem (hoje já só quase geograficamnete)não tivesse sido entregues aos "bichos".
    Sou dos que pensa que é preciso agir, não sei bem como. Mas acho que estamos a constatar muito e a contestar pouco.
    Abraço

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