domingo, 25 de janeiro de 2009

Dies irae...


"Dies irae

Apetece cantar, mas ninguém canta.

Apetece chorar, mas ninguém chora.

Um fantasma levanta

A mão do medo sobre a nossa hora.


Apetece gritar, mas ninguém grita.

Apetece fugir, mas ninguém foge.

Um fantasma limita

Todo o futuro a este dia de hoje.


Apetece morrer, mas ninguém morre.

Apetece matar, mas ninguém mata.

Um fantasma percorre

Os motins onde a alma se arrebata.


Oh! maldição do tempo em que vivemos,

Sepultura de grades cinzeladas,

Que deixam ver a vida que não temos

E as angústias paradas!"

Miguel Torga


(Poema e Fotografia enviados por: Paula Brito)

3 comentários:

  1. Oi!!
    Adorei o blog...
    Amo poesia e esse texto do Torga
    é maravilhoso!!!

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  2. Olá Lu!

    Obrigado por ter vindo e ter gostado deste bloguezinho onde se partilha o que vamos pensando e sentindo... obrigado também pelas suas palvras e por querer continuar por aqui.
    Um abraço :)

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