quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Frase

"(...) a história do mundo é a história duma guerra de dez mil anos entre os cérebros dos ricos e dos pobres.(...)"

(Aravind Adiga in "O Tigre Branco", 5ªed., ed. Presença, Agosto 2009 - a obra foi distinguida pelo Man Booker Prize 2008)

6 comentários:

  1. Permita-me, Ana Paula, contestar a profundidade histórica da afirmação. Para há 10000 anos ou 8 ou 6, essa afirmação é um absurdo. Eu sei que o termo é forte, mas a manipulação ideológica da História, neste caso da Pré-História, também. Os combates presentes, por mais justos que sejam, não justificam "enraizamentos ideológicos" abusivos.
    Eu sei (ou assim quero pensar) que a ideia é sublinhar o carácter antigo e perpectuante de um problema social estrutural, mas isso não justifica a projecção, a qual só dificulda o etendimento dos reais contextos de emergência do problema. Isto para não falar que a "história do mundo" só o é recentemente. Anteriormente eram "Histórias de Mundos"
    (Desculpe o desabafo)

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  2. É um excelente livro e uma não menos interessante citação.

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  3. Caro António Carlos,
    Obrigado pelas observações que aqui nos traz... contudo, devo esclarecer que a citação não pretende ser uma referência histórico-científica... de facto, as palavras que escolhi para aqui reproduzir são parte de uma reflexão colocada pelo autor na boca do personagem Balram, um jovem indiano de uma casta sem poder económico que, no meio da grande metrópole, raciocina em voz alta (partilhada através da narrativa do livro) sobre a condição humana, sem preocupações de rigor temporal menos ainda de carácter ocidental... vale muito a pena ler, António Carlos. Acredite!... eu estive 3 meses na Índia em trabalho de investigação, gosto muito de literatura indiana contemporânea e esta é de facto uma obra-maior... Um abraço.

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  4. Caro Ferreira-Pinto,
    Ainda bem que leu "O Tigre Branco"... quem percorre a Índia e ouve a alma dos corpos que se agitam no ritmo estonteante da sobrevivência numa sociedade onde os contrastes "ad absurdum" fazem a normalidade dos dias, encontra neste livro o eco de uma realidade sentido que podemos compreender mas que, dificilmente, saberiamos dizer com a autenticidade com que o faz Aravind Adiga. Um abraço.

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