terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

PSD - uma inútil e lesiva estratégia desesperada...

É impressão minha ou o PSD está a tentar criar uma crise política, inoportuna, oportunista e altamente lesiva do interesse nacional? A crise financeira dos países da Europa do Sul em que nos integramos, reforçada pela fragilidade económica nacional e pela respectiva imagem criada pelas agências de rating, dispensa claramente intervenções como a extemporânea e desajustada comunicação de Paulo Rangel ao Parlamento Europeu onde, abusivamente, resolveu falar sobre mais um episódio de "escutas" enunciando-o como denotativo de uma acção concertada de limitação da liberdade de informação e de controle dos media por parte do Governo português. Considerando que as alegações sobre a matéria chegaram ao ponto de se dizer que estava em causa o Estado de Direito, é legítimo perguntar se a ausência de serenidade democrática que deveria decorrer do princípio que afirma que os ilicítos devem ser aferidos na esfera da Justiça, faz ou não parte de uma estratégia político-partidária do PSD para criar um clima de instabilidade cívica e política que sirva de pretexto ao Presidente da República para vir a dissolver a Assembleia da República?... ainda mais se considerarmos que toda esta dinâmica concorre para, no tempo exacto, este pretexto ser cumprido quando este partido presume vir a estar em condições de disputar eleições, isto é, após a realização do seu Congresso de Março e a eleição de um novo líder. Pobre estratégia partidária que, aspirando a devolver credibilidade a um partido, recorre a instrumentos que tão facilmente evidenciam a vontade de poder dos que não conseguem internamente afirmar-se perante os seus militantes. De facto, a concorrência Pedro Passos Coelho-Pedro Aguiar Branco-Paulo Rangel é, apenas e só, um problema do PSD e não pode o interesse nacional ser hipotecado às suas tácticas e lógicas de poder. Para recuperar a credibilidade, o PSD precisa de muito trabalho interno e o país não está disponível para lhe servir de "escada"... Se o interesse nacional fosse sua efectiva preocupação não seria por certo, esta a sua opção estratégica ... porque, além de uma elevadissima abstenção que resultaria de eleições antecipadas, o Governo continuaria a ser um Governo de maioria relativa gerido pelo PS e a eventual maior alteração que conseguiriam, seria o aumento dos votos no CDS e, eventualmente, uma mudança da maioria parlamentar da esquerda para a direita - resultado que não implicaria a pacificação interna do PSD e que apenas beneficiaria o CDS-PP, sem qualquer garantia da melhoria das condições de vida para os portugueses ou de recuperação económica para o país. Por tudo isto, seria avisado que o PSD mantivesse o discernimento de, primeiro, resolver os problemas domésticos em vez de fazer maiores "estragos" na imagem externa de Portugal e que a esquerda compreendesse que o seu mutismo viabiliza estratégias contrárias à expressão eleitoral da vontade dos cidadãos chamados às urnas ainda há tão pouco tempo.

8 comentários:

  1. E não é necessário pôr mais na cartilha.
    Está lá tudo dito. Só que eles não enetendem. Aquilo é um partido autofágico e com o fito do poder pelo poder.
    Um abraço.

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  2. eheheheheheheh Querida Ana Paula!... :)
    Preto no branco!
    Quem é que possui a arma mais poderosa de Portugal?
    Pinto Balsemão! Os Media.
    Quem é que escolhe PR's e 1ºs Ministros? O mesmo!
    Quem é que não consegue estar no poleiro há anos? o seu Partido, o PSD! O homem deve andar possesso e agora foi o momento mais oportuno para actuar!...
    Mas olhe que é tudo o mesmo... mudam os actores mas a peça é a mesma. todos uns cretinos!
    Quanto ao PS, uma lembrancinha:


    «Mas, afinal ainda não se habituaram?
    O que o PS está a fazer no jornalismo não deveria ser surpresa para ninguém. Afinal, o PS está a ser coerente com aquilo que avisou que iria fazer no dia em que José Sócrates conquistou a maioria absoluta de 2005 e que até ficou resumido numa expressão de António Vitorino dirigida aos jornalistas: "Habituem-se!".»
    A Ana Paula desculpe, mas comigo vai tudo de "afesto"!! :)))
    Um beijinho de um grão de pó. :))

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  3. Subscrevo inteiramente! Totalmente de acordo! Cumprimentos

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  4. Com um grande sorriso e a amizade de sempre, obrigado pelas vossas palavras, T.Mike, Fada do Bosque e Eva Gonçalves!... é preciso manter aceso o discernimento e não calar a voz da razão - mesmo quando tem que ir tudo, como diz a Fada do Bosque, de "afesto" :)

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  5. Quando cheira a carne freca, os lobos saltam logo da toca, Ana.
    A candidatura de Rangel prenuncia isso mesmo.Excelente reflexão. Obrigado

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  6. É verdade, Carlos... faz parte da natureza dos predadores. Obrigado.
    Um grande abraço.

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  7. Cara Senhora,
    Nao pretendo gastar mais cera com tao ruim defunto, refiro-me, já se ve,
    ao sr Socrates. Sei que é partidaria da politica do mal menor: apesar dos
    muitos pesares a sra segue sendo uma social-democrata de esquerda
    coisa que o sr. Socrates nao é nem nunca será. Ele é um oco populista da
    "terceira via" a moda do criminoso de guerra Blair de má memória. E o
    PS há muito que pos o socialimo na gaveta. Faz pouca diferenca votar no PS
    ou no PSD porque ambos comem na mesma gamela económica.
    Sem mais delongas, sugiro-lhe que leia o excelente blog que dá pelo nome
    de almocrevedaspetas.

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  8. Caro Senhor José Diogo,
    Obrigado pelo seu comentário e pela sua sugestão. Irei visitar o Almocreve das Petas.
    Bem-haja!

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