terça-feira, 17 de maio de 2011

Jogo de Soma Zero ou... o eterno recomeço?



O "resgate" europeu a Portugal foi hoje aprovado... depois de vencidas as resistências que, primeiro a Finlândia e depois o Reino Unido, tentaram colocar à solidariedade entre Estados-membros da UE, o apoio financeiro negociado no âmbito do acordo com a chamada troika, está, a partir de agora, desbloqueado... e para quem, como eu e a minha geração, cresceu a ouvir falar de crise, para quem a crise tem sido uma realidade repetida regularmente ao longo das décadas e para quem o facto não é surpreendente mas faz, isso sim, parte de uma dinâmica socio-económica e política do país que não escolhemos e que, sempre!, intelectual e activamente, criticámos por a não considerarmos adequada às necessidades objectivas dos cidadãos mas, com a qual nos deparámos sempre enquanto escolha dos protagonistas do poder desde finais dos anos 70 do século XX, o momento não é novo. Por isso, como já aprendemos, sem prejuízo para a consciência crítica que nos mantém vivos e activos, capazes de participar e agir, as crises, apesar do seu preço, vivem-se e ultrapassam-se... E, como um Jogo de Soma Zero, reconduzem-nos a um ponto de partida que significa sempre um recomeço... Contudo, como sempre e porque a Esperança é sempre o olhar com que encaramos o Futuro, certos de que, de uma ou de outra forma, a nossa perspectiva é sempre um contributo para a construção do que há-de vir, sabemos que o Recomeço é sempre uma oportunidade... e sabemos que uma oportunidade face a um jogo que também pode ser de Soma Zero, é sempre uma hipótese de aperfeiçoamento, de construção de consistência e de consolidação - isto é, um ponto de partida para trajectos que, se por um lado, devem aprender com os erros do passado e discernir caminhos que se não esgotem no minimalismo dos pagamentos da dívida pública, por outro lado, devem apostar em incentivos reais ao crescimento e o desenvolvimento. Por isso, esperemos que o bom uso do "resgate" que está a chegar sirva, não só para estancar a lógica reprodutora do endividamento mas que seja canalizado para o investimento na melhoria da capacidade de produção, contribuindo, no médio prazo, para o aumento da diversidade e da quantidade de postos de trabalho para, finalmente!, se começar a combater, de forma sustentada, o desemprego.

17 comentários:

  1. Uma posição que também subscrevo em total consonância.
    Um abraço, Ana Paula.
    PS:Tudo isto tem andado tão cinzento que quase não dá vontade de escrever e intervir como era habitual, daí o meu quase silêncio. Vamos ver se isto muda...)

    ResponderEliminar
  2. Caríssima APF


    Comunico-lhe uma primeira vez (tal como o faria se fosse um editorialista de um qualquer jornal inglês ou espanhol...) que já sei onde irei votar: na Crise.É onde existo como português.
    E creio que entenderá que não estou propriamente a Brincar. É porque a brincar,a brincar desde que voto e que me reconheço como cidadão, não me tem acontecido outra coisa.

    Crise por causa da Guerra mundial e colonial.Crise por ausência Dela.Crise por termos Salazar/M.Caetano. Crise por termos Cavaco SilVa. Qual é a diferença?

    Crise por antigamente não termos segurança social.Crise por agora termos Segurança social.Crise, por amanhã,já não termos novamente segurança social.

    Crise porque a Igreja é rica,crise porque diz que é dos pobres.Crise porque os bancos estão com menos lucros desde que passaram a ganhar menos com o barrete da venda de casas.

    Crise enfim porque se não resolvemos as coisas mais simples,como é que havemos de resolver as mais complicadas...

    Crise,APF,

    A Crise não tem de ser um eterno recomeço.Modesta opinião a minha.
    Superar a Crise é saber de uma vez por todas recomeçar do ponto em que as coisas estavam a ser bem feitas.Dou um exemplo.Tinhamos um SNS. Mas amanhã o que teremos?

    POr outras palavras:mudem-se os actores, se urgente e necessário.Não mudemos aquilo que são meia duzia de grandes,firmes e certeiras opções estrategicas do país.O país não aguenta.E tanto assim é que, hoje, somos dez milhões e tal mas já está previsto que mais umas decadas e apenas seremos aí pela metade.Ou um poucochinho mais.

    Então,e não há ninguém que seja capaz de agigantar-se para o lado do bem e pôr-nos nesse caminho.Se a outra mais antiga não foi capaz,esta geração de politicos será capaz disso?

    Mas será que já vimos todos que o buraco onde estamos enfiados é,de facto,muito maior do que a dita crise?

    Insisto,Carissima APF,porque não olhamos para o que poderia ser e é simples.Dou outro exemplo,à inglesa. A Inglaterra vive bem? Vive há séculos.
    Qual é a sua principal regra de vida desde há séculos?
    Qual é? Não será a da simples alternãncia do exercicio do poder,sem dramas de maior.Tanto mais fácil quanto maiores forem os actores.
    Lembra-se de W.C.?
    Ganhou.Perdeu.Tornou a ganhar.Fumava.Bebia.Pintava.Escrevia.Alguma vez ofendeu alguém? Desviou-se enquanto inglês do bem estar do seu povo?
    Deixou-se ofender? Hitler tentou-o,conseguiu?

    Em sintese,ou vamos ser muito mais Alternativos e com uma outra visão daquilo que somos ou... Que acha?
    O poder em Portugal tem de ser apenas mel? Ou deve também ser exercido sem pessoalismos e com uma bem maior responsabilidade social face ao país que temos?

    Com as melhores saudações


    Antonio Neves Berbem

    Ps:A pista.Claro que, apesar de tudo, não voto em tiques socráticos.Venham de que lado vierem.

    ResponderEliminar
  3. É verdade este mito do eterno retorno a que voltamos recorrentemente desde há décadas. O que sinto é que este renascer não é Fénix e que a camada de cinzas é cada vez mais espessa. É um facto que mesmo nas lavas mais antigas há sempre umas beldroegas que irrompem mas, não há tanta gente assim que aprecie essa sopa. Abraço.

    ResponderEliminar
  4. Pelos vistos a Europa está a atravessar um mau bocado, não é só Portugal... nós somos é o pasto mais fácil para os abutres: É esse o nosso contexto geopolítico e desde já temos de agradecer a quem nos governou pós 25 de Abril.

    «Con el futuro del euro en entredicho y el mundo árabe en erupción, los líderes europeos gobiernan a golpe de encuestas y procesos electorales, aferrándose al poder por cualquier vía, aunque para ello tengan que deshacer la Europa que tanto tiempo y sacrificios ha costado construir. Pocas veces el proyecto europeo ha estado tan en entredicho y sus vergüenzas tan públicamente expuestas. (…) De no mediar un cambio radical, el proceso de integración podría colapsarse, dejando en el aire el futuro de Europa como entidad económica y políticamente relevante.» Daqui

    O tempo para a renegociação da dívida há-de chegar... quando tudo colapsar.

    ResponderEliminar
  5. Acho que se o dinheiro chegasse, até podia ter esperança. Perante uma crise que não "compro" como inevitável, também não aceito a inevitabilidade da solução. Nesse entendimento, cada vez me sinto menos só. Viu o "Pós e Contras" de ontem? Caso não recomendo vivamente a 2ª parte...

    ResponderEliminar
  6. Auch!!! Ana... eheh está a brincar com os seus seguidores!?!

    "...Por isso, esperemos que o bom uso do "resgate" que está a chegar sirva, não só para estancar a lógica reprodutora do endividamento mas que seja canalizado para o investimento na melhoria da capacidade de produção,..."

    Só por esta frase posso deduzir que a Ana não leu o Memorando "PORTUGAL:
    MEMORANDUM OF UNDERSTANDING ON
    SPECIFIC ECONOMIC POLICY CONDITIONALITY
    3 May 2011, 13:40"?

    Primeiro que tudo o dinheiro que nos vão emprestar não serve para investir na melhoria da capacidade de produção... o dinheiro que nos vão emprestar é para:

    22.937 milhões € - para pagar os défices do Orçamento até 2013.

    12.000 milhões € - para dar à banca (fora os que conforme notícia de hoje sobre os 1.250 M€ o BES vai pedir emprestado com o selo de garantia do Zé Mané Contribuinte)

    E vão... 34.937 M€ puf... puf...

    Os restantes são para liquidar os títulos da dívida que durante este período vão vencer...

    Diga-me lá onde se vai buscar dinheiro para "o investimento na melhoria da capacidade de produção"?

    Ana... Ana... ainda vai a TEMPO de retirar os óculos com lentes cor-de-rosa!!!

    P.T.: E pode escrever e colocar aí junto ao monitor para quando no futuro breve for escrever sobre isto, lembrar-se que já tinha sido avisada: 1- Só temos que esperar que a bolha dos EUA e/ou China rebente 1º que a nossa. Se bem que aposto que a dos EUA vai rebentar e não faltam muitos meses;2- A reestruturação das dívidas de Portugal/Grécia/Irlanda/Espanha/Itália/Bélgica são inevitáveis; 3- O Euro é uma moeda não-sustentável nos actuais moldes.

    ResponderEliminar
  7. Quanto à Banca... aqui vai:
    Os 40 mil milhões de euros que vão ser injectados directamente numa Banca que, como é fácil de comprovar, atravessa graves dificuldades


    Banco Espírito Santo

    Lucros em 2006 = 420 milhões de euros
    Lucros em 2007 = 607 milhões de euros
    Lucros em 2008 = 402,3 milhões de euros
    Lucros em 2009 = 522 milhões de euros
    Lucros em 2010 = 510,5 milhões de euros


    Banco Millennium bcp

    Lucros em 2006 = 780 milhões de euros
    Lucros em 2007 = 563 milhões de euros
    Lucros em 2008 = 201,2 milhões de euros
    Lucros em 2009 = 225 milhões de euros
    Lucros em 2010 = 301,6 milhões de euros


    BPI – Banco Português de Investimento

    Lucros em 2006 = 308,8 milhões de euros
    Lucros em 2007 = 355 milhões de euros
    Lucros em 2008 = 150,3 milhões de euros
    Lucros em 2009 = 175 milhões de euros
    Lucros em 2010 = 184,8 milhões de euros


    Banco Santander Totta

    Lucros em 2006 = 425 milhões de euros
    Lucros em 2007 = 510 milhões de euros
    Lucros em 2008 = 517,7 milhões de euros
    Lucros em 2009 = 523 milhões de euros
    Lucros em 2010 = 434,7 milhões de euros
    .



    Adenda:

    Como é que ficámos a dever tanto dinheiro aos bancos portugueses e estrangeiros? A resposta é simples: o Banco Central Europeu empresta dinheiro aos bancos mas não pode, estatutariamente, emprestar dinheiro aos Estados e, assim, os Governos são obrigados a negociar com os bancos (nacionais e internacionais) para se poderem financiar.

    Visto que os bancos privados se financiam junto do BCE a taxas de juro de cerca de 1% e exigem juros muito superiores para comprarem dívida dos países (Portugal tem andado a a endividar-se a taxas de juro de 6, 7, 8, 9 e 10%), resulta que a banca privada, incluindo a nacional, tem feito fortunas a comprar dinheiro barato na UE e a vender caro cá.

    E quem é que paga este enriquecimento da banca privada? Essa resposta é ainda mais simples: somos todos nós. É através dos impostos, dos cortes nos salários e nas pensões, que vamos pagando aquilo que os bancos vão ganhando.

    ResponderEliminar
  8. Olá Miguel :)
    Obrigado!... de facto, a realidade não nos deixa grande margem para que nos pronunciemos... porque a verdade é que o "resgate" nos fez reféns... resta-nos a esperança de que, apesar de tudo, qualquer coisa seja feita de forma a não regredirmos mais...
    Um grande abraço.

    ResponderEliminar
  9. Carissimo amigo António Neves Berbem,
    Agradeço sinceramente o seu comentário, pelo testemunho desta constante ressureição da crise e pela evocação de Winston Churchill que bem poderia ser um exemplo para os tempos de crise. Faço também minha a sua pergunta sobre a capacidade da classe política actual ser capaz de ultrapassar quando outros com muito mais formação, consistência e consciência o não conseguiram fazer... e acredito, como o meu carissimo amigo, que, a não ficarmos reféns da lógica do endividamento, podemos criar alternativas... porém, duvido que essas alternativas sejam os caminhos escolhidos pelos mais que prováveis eleitos - quaisquer que sejam... por isso, sem deixar o exercício crítico da consciência, quem votar terá que optar entre o menos prejudicial ao bem-comum...
    Receba, com estima e amizade, as minhas melhores saudações fraternas :)

    ResponderEliminar
  10. Olá Fernando :)
    ... sim, nem todos gostam de beldroegas... mas, como o pior é a fome, as alternativas não são muitas - infelizmente, claro! Concordo em absoluto com a afirmação de que este eterno retorno não corresponde ao da desejada Fénix... mas, como sabemos da natureza do seu mito, teremos que esforçar-nos por não acrescentar mais cinzas à espessa camada sob e sobre a qual vivemos - ou, pelo menos, de lhe acrescentar o menos possível... é dramático mas, infelizmente, dada a conjuntura, não vislumbro outra solução viável e eficaz... Um grande abraço

    ResponderEliminar
  11. Olá Fada do Bosque,
    ... pois é... porém, eu não trocaria o 25 de Abril por nada deste mundo!... quanto Às formas de governação que temos tido, objectivamente, temos que reconhecer que são as que a nossa democracia nos permitiu e que foram sempre escolhidas eleitoralmente! Não são as que desejariamos? Não! Mas a democracia é assim e eu também não troco a democracia por mais nenhum outro regime!... A consciência crítica democrática não nos permite desprezar os resultados eleitoriais... e é disso que se trata!... para que seja diferente temos que criar condições para que o seja ... e votar para que a expressão pública da nossa democracia reflicta a vontade de todos... quanto à questão das vitórias eleitorais, o problema coloca-se na credibilidade e na confiança do eleitorado que se não esgota nas nossas opções e menos ainda nos nossos desejos... e, como tal, são os partidos que têm que ser credíveis e obter o apoio das populações... não é simples? Não. Não é fácil? Não? A democracia e a liberdade também não! ... e o país que somos tem uma História que, quer o queiramos, quer não, permite que tudo isto seja compreensível...
    Um beijinho

    ResponderEliminar
  12. Olá Rogério :)
    ... pois... acabei de escrever sobre o que me ocorre também a propósito deste seu comentário em resposta à Fada do Bosque... sim, também não creio na inevitabilidade das crises nem sequer das soluções... mas, factos são factos e do que se trata é de constatar a realidade em que vivemos e de agir na realidade com a qual somos confrontados... e não, Rogério, não vi o "P'rós e Contras" mas, agradeço a sugestão e vou tentar ver.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  13. Olá VOZ :)
    Sim. li o MEMORANDO e não, não estou a brincar com os meus seguidores... além disso, não uso -por muito que pareça mas, isso pode dever-se aos óculos de quem lê :) - lentes cor-de-rosa :)) ... o que se passa é que queremos sempre resolver tudo de um momento para o outro e a complexidade da realidade o não permite... por isso, sendo esta realidade um facto incontornável, persistir em a negar não nos leva a lado nenhum... a realidade que temos tem que ser enfrentada e temos que a enfrentar com instrumentos que a permitam resolver... e como não é viável, no país e na Europa em que vivemos, resolvê-la de outro modo que não seja respondendo com instrumentos que sejam credíveis, teremos que resolver o problema do endividamento até um ponto que nos permita a sustentabilidade do desenvolvimento... houve quem dissesse que "não se podem queimar etapas" e, se podem, não podem ser todas de uma vez... além disso, lembro-me de ler o que repito de forma livre (fica o repto de identificar a quem me refiro): se eles avançarem, mesmo que não resulte estaremos com eles!... e se no caso presente, não é do povo em si que falamos, falamos do que pode ser menos mau para todos.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  14. Querida Fada do Bosque :)
    Obrigado pelos dados e pela partilha, elucidativa do mundo em que vivemos. Contudo, o facto não anula a realidade dos factos serem o que são e de ser esta a lógica da economia dos mercados em que vivemos!... como poderemos sobreviver enquanto Estado e enquanto país se ignorarmos esta realidade? Já paraste para pensar a fome e a miséria que isso provocaria? E o número de vítimas que, entre os mais fragilizados faria? Estaremos dispostos a pagar o preço da miséria e da fome dos nossos concidadãos em troca das nossas opiniões e/ou convicções?... está é a pergunta, minha amiga, a que todos se escusam a dar resposta mas, cuja resposta é necessário dar objectivamente e sem lentes cor-de-rosa -como diria o VOZ :)
    Beijinho

    ResponderEliminar
  15. Então ainda pior... pois se o leu não sei de onde foi buscar a frase que citei no 1º comentário... A Ana refere uma realidade que na realidade não existe... e isto sim é que é bem grave... e lá está... quem está a negar a realidade afinal é a Ana... incrível não é?!?

    De qualquer forma é com agrado que noto que não foi capaz de responder à pergunta simples que lhe coloquei... e que a seguir repito (2ª hipótese!!):

    "Diga-me lá onde se vai buscar dinheiro para "o investimento na melhoria da capacidade de produção"?" e não se esqueça de responder no âmbito do MEMORANDUM pois é disto que estamos a conversar!!!

    ResponderEliminar
  16. Caro VOZ,
    Eu não estava a falar do MEMORANDUM porque, tal como há vida para além do Défice também há vida para além do MEMORANDUM; quem reduziu a conversa ao MEMORANDUM foi o meu caro amigo... mas, não seja por isso! Claro que não pretendi "fugir" a perguntas e pensar isso é não perceber a seriedade da abordagem com que procuro encarar os problemas e a seriedade com que encaro os registos aqui partilhados por quem comenta! Por isso, limito-me a remetê-lo para a leitura dos objectivos do ponto 4 - Mercado de Trabalho e Educação do dito MEMORANDUM e cito: "(...) promover a criação de emprego e facilitar a transição dos trabalhadores em todas as profissões, empresas e sectores; (...) assegurar as boas práticas e recursos adequados para as Políticas de Mercado Activo de Trabalho por forma a melhorar a
    empregabilidade dos jovens e das categorias desfavorecidas e para menorizar inadequações no
    mercado de trabalho. Enfrentar o abandono escolar precoce e melhorar a qualidade de ensino secundário, ensino e formação profissional, com vista a elevar a qualidade do capital humano e facilitar a harmonização
    do mercado de trabalho.(...)4.3. O Governo vai proceder a reformas no sistema de protecção ao emprego que visem combater a segmentação do mercado de trabalho, promovendo a criação de emprego e facilitar ajustes no mercado de trabalho(...) 4.6. O Governo vai proceder a reformas nos regimes de tempo de trabalho com vista a melhor conter as flutuações de emprego durante o ciclo, acomodar melhor as diferenças entre padrões de trabalho nos diferentes sectores e firmas e aumentar a competitividade das firmas.(...) 4.9. O Governo garantirá as boas práticas e uma quantidade eficaz de recursos para as políticas de activação de reforço à procura de emprego por desempregados, bem como para outras políticas activas para o mercado de trabalho, por forma a melhorar a empregabilidade dos jovens e de desfavorecidos, menorizando os desajustes do mercado de trabalho. 4.10. O governo continuará a actuar no combate ao défice educativo e ao abandono precoce e procurará melhorar a qualidade do ensino secundário e do ensino profissional, de modo a aumentar a eficiência no sector da educação, a melhorar a qualidade do capital humano e a facilitar a adaptação ao mercado de trabalho. (...)" ... e não vou continuar a citar porque o comentário tem um nº limite de caracteres e o MEMORANDUM está disponível em língua portuguesa no blogue AVENTAR e já fiz, numa das Leituras Cruzadas que aqui costumo trazer, um link para o documento. Pode dizer que não concorda com as medidas ou que não seriam estas as mais rápidas e eficazes ou as que desejaria ler... mas as preocupações estão presentes e reconheça ao menos que está mais que provado que, muitas vezes, as alterações metodológicas dotadas de eficiência não se restringem à pura e simples injecção de capital líquido... pelo contrário, requerem, antes de mais, alteração de procedimentos e não raras vezes, até se consegue fazer melhor com menos dinheiro... a racionalização de custos não é incompatível com o crescimento... assim tenhamos economistas e gestores capazes de aplicar o melhor da teoria que tanto gostam de elogiar quando se fala de outros países... enfim!... diria que não é o melhor dos mundos mas que, a preocupação existe e todos (inclusivé a troika) sabem que a sustentabilidade do país depende deste investimento... como se fará? Depende de todos! De todos os agentes económicos no terreno e não apenas do Governo... veremos o que são capazes de fazer com a oportunidade que temos - por pequena que seja... mas, já agora, prefiro que essa hipótese seja tentada por quem menos lesa, apesar de tudo!, o Estado Social.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  17. ... sequência!... delírio ou autismo de burro(s)?...

    Beijos tortos
    M.José

    ResponderEliminar