domingo, 15 de maio de 2011

Leituras Cruzadas...

A três semanas das eleições legislativas, a campanha eleitoral mantém-se suspensa de programas partidários que, no que a possibilidades de vencer diz respeito, cumprem o essencial do definido no acordo com a troika, salvaguardando o que, nas negociações, foi possível salvaguardar ou, mais que isso, radicalizam medidas e somam dificuldades ao drama que a maioria das pessoas vai sentir no futuro próximo... não havia necessidade - diria o comediante em voz de falsete... Pois não!... mas, a verdade é que, à falta de saber fazer melhor e no esforço de não perder potenciais apoios que, apesar de tudo, não reflectem o sentir da maioria, o PSD continua a "desencantar" surpresas que não conseguem despertar o entusiasmo, o regozijo ou sequer o reconhecimento de interesse por parte de quem quer que seja (leiam-se os textos de JMCorreia Pinto no Politeia, de Raimundo Narciso no PuxaPalavra, de Eduardo Pitta no Da Literatura, de João Magalhães no Câmara Corporativa onde Miguel Abrantes regista uma citação que merece destaque e de Vital Moreira no Causa Nossa). De facto, o actual "estado da arte" reflecte uma elevada anomia não só na relação que os cidadãos em geral manifestam em relação às lógicas partidárias mas, no seio dos próprios partidos - lógica essa que tende a reforçar o desinteresse e a desconfiança pública da massa eleitoral, desmobilizando o voto de expressão empenhada na democracia participativa (vale a pena ler os textos de Porfírio Silva no Máquina Speculatrix, de Losorio no Albergue Espanhol e de Nuno Teles no Ladrões de Bicicletas onde também é de registar a observação e citação de João Rodrigues). ... Quanto à Justiça que por cá temos e, sem pretender generalizar juízos sobre a arbitrária e absoluta inconsistência em que assentam algumas das decisões de uma magistratura que se crê inimputável, vale a pena ler o texto de Carlos Barbosa de Oliveira no Crónicas do Rochedo... Perante a complexidade destas realidades tão redutoras (mas, tão significantes do que somos capazes de fazer do que somos e do que temos!), é bom que não esqueçamos outras realidades, ainda mais complexas mas, de qualquer modo, interactivas, como a do contexto geo-político em que nos encontramos (leia-se o texto de Pedro Viana no Vias de Facto).

2 comentários:

  1. Obrigado pelo destaque, Ana Paula.
    Beijinho

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  2. Um texto com caminhos abertos para outras vias de opinião e de visão da nossa geo-politica - pobre, podre e contaminada à nascença.

    Um texto para ler mais calmamente.

    Agradeço o carinho deixado no lidacoelho-bem haja.

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