terça-feira, 18 de agosto de 2009
Critérios!?...
Enquanto pelo mundo se sucedem atrocidades contra a sobrevivência do planeta, se expulsam do seu habitat populações, se ignora a dimensão rural dos países e se propagandeiam manipulações que fazem a "agenda" da comunicação social, os pobres continuam mais pobres e agrava-se, dia-a-dia, o seu despojamento enquanto os "media" dão destaque à criação de "casos políticos", noticiando duas e três vezes a mesma notícia como se de duas ou três realidades distintas se tratasse numa clara evidência de que a estratégia política "joga" tudo na imagem comprometida de acordos político-partidários eleitoralistas e informais... como se a comunicação social fosse uma parte das forças em campanha!... sem qualquer requisito profissional de gestão do distanciamento e da objectividade, sem atender sequer aos interesses e direitos dos públicos a que pretende dirigir-se... disso tivemos exemplo, nos últimos dias, no nosso país, no tratamento do caso da crítica sofisticada a uma medida justa preconizada por José Sócrates que diz respeito às taxas fiscais a aplicar sobre rendimentos acima da média e que levou uma estação televisiva a recorrer ao testemunho de fiscalistas para provar que, quem tem mais de 10.000 euros de rendimentos mensais, após as deduções fiscais obtém 5.400 euros líquidos, montante considerado indispensável para despesas correntes de uma família!... fiscalistas que disseram ser "miséria" um ordenado de 1.000 euros!... o que dói é o absurdo de um insulto que se dirige desta forma à realidade social do país, onde a maior parte das pessoas não ganha 1.000 mensais... disso foi também exemplo o caso de, dois dias após o anúncio dos novos números do desemprego, a comunicação social anunciar, como se não se tratasse da demonstração sequencial e evidente desses números, o facto de ter aumentado, nos Centros de Emprego, o número de pessoas inscritas... entre outros!... entretanto, os problemas de fundo que a todos afectam e a discussão das suas possíveis soluções, ficam sem resposta e sem visibilidade, prova de que os dramas maiores das sociedades contemporâneas são remetidos para esse espaço de silêncio dos "sem voz" que justificou e continua, cada vez mais, a justificar a persistência da luta pela democracia, os direitos humanos, a liberdade e a dignidade humana... Em período pré-eleitoral é urgente conhecer o que pensam e o que estão dispostos a fazer os concorrentes candidatos ao exercício do poder... para que nos não defrontemos com trágicas
"soluções" como as de... Cabo Polónio!
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Cara Ana,
ResponderEliminarAo ler o seu post ocorreu-me a expressão: é tristemente triste! Mas será que a nossa economia não consegue estar ao nível do crescimento populacional? O desemprego está sempre no topo das propagadas político-partidárias, porém quais são os argumentosos? O problema é ao nível do desemprego conjectural ou do estrutural? Neste momento a "comunicação social" parece aglomerar tudo no mesmo saco, distorcendo a qualidade de informação e influenciando a capacidade de escolha...o meu "voto" é para a rejeição do silêncio.um abraço
Impressionante é como os comentários são passados numa peça jornalística, ou seja, que deve obedecer à realidade e à verdade, sem que a ninguém lhe tenha parecido um absurdo o jogo de números absolutamente imbecil. Como por exemplo afirmar que um agregado familiar com 4 elementos e menos de 2000 euros líquidos/mês é o limiar inferior da classe média. É vergonhoso.
ResponderEliminarAna Paula Fitas
ResponderEliminarOntem passei por aqui com pouco tempo, e li o seu interessante texto, que como sempre gostei muito, pois toca em tantos dos apectos que nos afectam diariamente.
Só hoje vi o vídeo, e fiquei embasbacada. É mesmo um caso flagrante e degradante, que não conhecia, do tal LANDGRABBING que o Rui Herbon, o Octávio Lima e eu falamos nos nossos blogues.
Impressionante a reportagem e a música, e dá vontade de chorar que um sítio daqueles, o Cabo Polónio, no Uruguai, Património da Humanidade, esteja à venda, a ser saqueado pelo poder do dinheiro com a conivência e certamente aproveitamento do poder política.
Isto é chocante. A ambição capitalista é desmesurada, tem de haver um modo de acabar com a destruição do que ainda há de natural e belo neste planeta.
Obrigada
É fundamental esse voto pela rejeição do silêncio, Jeune Dame.
ResponderEliminarAbraço.
Rui,
ResponderEliminarÉ de facto impressionante e vergonhoso quer o modo como a informação é apresentada, quer, na expressão feliz que me permito transcrever citando-o: " que a ninguém tenha parecido um absurdo o jogo de números absolutamente imbecil"... Abraço.
Manuela,
ResponderEliminarQuando encontrei este vídeo pensei de imediato no Sustentabilidade é Acção... é uma verdadeira aberração o que se vai fazendo contra o que de melhor temos e o abuso de poder que significa o LANDGRABBING... fiquei, mais uma vez, sem palavras... doloroso e intolerável! Obrigado pelas boas palavras que a referência lhe mereceu. Abraço.