"A Europa não é um conjunto de cidades que vemos na televisão, aquelas para onde se viaja em férias ou em trabalho, os paraísos do desenvolvimento, da riqueza, das luzes e da tecnologia. Encontram-se na Europa, é certo, muitas cidades, belas cidades, cheias de História, cultura, comércio, arquitectura e tecnologia de ponta mas, a Europa é um território muito mais vasto e diverso do que esse mosaico de fantasia a que comunicação e política nos conduzem em imagens e representações. Não! De facto, a Europa é como todo o planeta e o nosso pequeno país, um espaço imenso, rural, empobrecido e, cada vez mais, abandonado.
Estamos hoje, sem disso nos darmos conta, a pagar o preço de um dos riscos da sociedade da informação, mediática e global que construímos. Estamos hoje, mais uma vez, deslumbrados como vem acontecendo a uma velocidade vertiginosa desde meados do século XX, com redes sociais e meios de comunicação que nos fazem esquecer a realidade e nos iludem com uma proximidade que nos afasta do mundo concreto em que vivemos. Uma espécie de realidade virtual tomou conta do nosso imaginário invadido de informação e opinião vinda de todo o mundo e acessível de múltiplas formas… e a proximidade ilusória desta rede globalizada de comunicação afastou-nos de nós e da terra que habitamos.(...)"
Estamos hoje, sem disso nos darmos conta, a pagar o preço de um dos riscos da sociedade da informação, mediática e global que construímos. Estamos hoje, mais uma vez, deslumbrados como vem acontecendo a uma velocidade vertiginosa desde meados do século XX, com redes sociais e meios de comunicação que nos fazem esquecer a realidade e nos iludem com uma proximidade que nos afasta do mundo concreto em que vivemos. Uma espécie de realidade virtual tomou conta do nosso imaginário invadido de informação e opinião vinda de todo o mundo e acessível de múltiplas formas… e a proximidade ilusória desta rede globalizada de comunicação afastou-nos de nós e da terra que habitamos.(...)"
(Excerto da 1ª parte do meu artigo publicado no trimestre em curso na Revista "Viver", ed.Adraces)
Tão verdadeiramente triste este seu excerto... Esquece-se o melhor da vida, o contacto com a Natureza, animais, plantas e os outros. Ainda bem que no meio de tanta tecnologia, só sei "bloggar" e mal, isto porque a mana me ensinou... e que se torna um pouco viciante, torna... :))
ResponderEliminarMas tudo o resto, excepto a rádio, foi por mim "abolido". Vai ser um sarilho para postar os links do prémio que me ofereceu no meu blogue. :))
Falta de visão tecnológica! Mas gosto muito de ler e os seus textos são preferenciais, (política é que passo... um bocadito).
Já lhe devem ter dito milhões de vezes, mas escreve muito, muito bem! As ideias ainda são melhores, por isso é fora do comum.
Ando sempre por aqui a ler e agora apeteceu-me desabafar.
Beijinho do grão de pó :))
A expressão "Beijinho do grão de pó" é um poema... um poema que faz pensar que ainda estamos a tempo de re-valorizar o mundo em que vivemos e de devolver aos dias a essência do que somos... mesmo que tenhamos de abolir muito do supérfluo que nos invade o tempo... porque, na exploração tecnológica de que somos todos mais ou menos aprendizes, o encantamento reside na descoberta de obras-de-arte como são os "manos" que eu vim encontrar num reino também para mim, até ao inverno passado, quase desconhecido... é bom saber que pessoas tão inteiras e generosas gostam de ler o que, humilde mas sentidamente, vou registando no A Nossa Candeia, um espaço que vai sendo melhor à medida que vai tendo registos e desabafos de Fadas e manos... Beijinhos levados por pirilampos (para que a luz seja suave e não acorde, em sobressalto, os sonhos e o pensar)... :)
ResponderEliminarPreocupa-me muito a questão da ruralidade. Preocupa-me muito, por exemplo, o facto de um ministro indiano afirmar que quer 65 por cento da população indiana a viver nas cidades na próxima legislatura. Olhando para a "cidade" de Mumbay imagino sempre as cidades costeiras a caírem para o mar pelo excesso de peso dos habitantes, muito antes de serem inundadas pelo degelo das calotes polares. Preocupa-me o facto que aponta, de que o espaço rural não é para viver mas para lazer e nada se faz para o seu desenvolvimento. A política actual também não está nada preocupada com isto nem entende a importância de uma criança ter tempo para observar um carreiro de formigas enquanto o Magalhães carrega as baterias
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