A vitória de Barack Obama sobre a América do passado que persiste em glorificar um sistema que mais não fez do que agravar as desigualdades sociais, negligenciando os direitos dos cidadãos e caucionando a discriminação económica, tem o rosto da nova Reforma da Saúde que abre o acesso à assistência médica e aos cuidados de saúde dos milhões de pessoas que, nos EUA, se viam privadas do exercício de um direito fundamental. Para além da inequívoca importância do facto, esta luta politicamente travada com persistência e apesar das empedernidas e demagógicas resistências que ergueram medos e levantaram suspeitas, valeu a pena não só, lá, na América, mas, como mensagem global do combate que é preciso continuar a travar contra a discriminação, contra o racismo e contra a xenofobia de que são vítimas, cumulativa e injustamente, os cidadãos atingidos, reduzidos ou condenados à pobreza. Por cá, esta manhã reparei nos rostos desalentados, magros e escurecidos de falta de sono, tranquilidade e alimento de muitos portugueses que atravessavam as ruas e esperavam autocarros, entre um certo ar de abandono do espaço público, de negligência ou desinteresse pelo que é de todos... a pobreza tem, entre nós, um rosto cada vez mais público e mais triste. Por isso, se torna difícil aceitar e compreender que, ao invés de se discutir uma forma de, conjuntamente, se revitalizar a economia, toda a discussão permaneça centrada nos mecanismos financeiros de controle da dívida externa... vivemos uma espécie de déjá vu... e o que mais nos penaliza é ver que todos os agentes políticos se pronunciam, alimentando quezílias e interesses corporativos próprios, sem apresentar soluções, obcecados em se ultrapassarem uns aos outros e em justificar ou condenar medidas de austeridade cuja necessidade não está em causa mas que não deveriam, de modo algum, esgotar o pensamento político e económico do país... onde conceitos fundamentais como "economia social" e "economia ecológica" parecem desconhecidos ou, não o sendo, são contudo, simples e assumidamente, negligenciáveis.
A politica como pensamento de gestão publica iniciou-se com filósofos, depois pensadores e sociólogos...hoje são os economistas, advogados e engenheiros que se dedicam a esta arte e claro que a forma de tratar os problemas deixou de ser pensada pela raiz do mesmo e se trata só da rama. Esta formula que está gasta e descredibilizada tem de ser mudada e só assim poderemos vislumbrar uma luz ao fundo do túnel. Estamos a hipotecar sociedades inteiras, gerações e mais gerações, tudo em prol do dinheiro, do défice e da estabilidade económica. Vamos pagar isto bem caro. Não querem escutar os que nos governam e nem mesmo os que estão nas oposições. Receio que este caminho nos leve a um estado miserável, senão analisem a historia, os impérios de ontem são os estados mais miseráveis do mundo, tudo por terem abandonado as populações, porque apostaram nas suas dependências sociais em vez de apostarem na educação, tudo porque se dedicaram a conseguir mais e maiores riquezas (só para alguns).
ResponderEliminarEstamos o século 21, temos todas as tecnologias, sabemos imenso sobre tudo no entanto está a cometer os mesmos erros do passado.
Seremos estúpidos?
Lurdes
A politica como pensamento de gestão publica iniciou-se com filósofos, depois pensadores e sociólogos...hoje são os economistas, advogados e engenheiros que se dedicam a esta arte e claro que a forma de tratar os problemas deixou de ser pensada pela raiz do mesmo e se trata só da rama. Esta formula que está gasta e descredibilizada tem de ser mudada e só assim poderemos vislumbrar uma luz ao fundo do túnel. Estamos a hipotecar sociedades inteiras, gerações e mais gerações, tudo em prol do dinheiro, do défice e da estabilidade económica. Vamos pagar isto bem caro. Não querem escutar os que nos governam e nem mesmo os que estão nas oposições. Receio que este caminho nos leve a um estado miserável, senão analisem a historia, os impérios de ontem são os estados mais miseráveis do mundo, tudo por terem abandonado as populações, porque apostaram nas suas dependências sociais em vez de apostarem na educação, tudo porque se dedicaram a conseguir mais e maiores riquezas (só para alguns).
ResponderEliminarEstamos o século 21, temos todas as tecnologias, sabemos imenso sobre tudo no entanto está a cometer os mesmos erros do passado.
Seremos estúpidos?
Lurdes
É impressionante como, por cá, há quem aplauda a situação vigente nos EUA, em que pessoas morrem sem assistência ou quando acaba o plafond do seguro. Por isso, e tendo em conta o provável futuro líder do PSD, creio que a privatização da saúde vai entrar na agenda política. Era bom que os casos reais e trágicos que ocorrem nos States fossem mais ventilados.
ResponderEliminarBeijinhos, Ana.