quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Da complexidade da política... notícias da Líbia


Primeiro, ainda ontem!, veio "a lume" a notícia de que a Al-Qaeda apoiava a revolta líbia... suspeitei!... Suspeitei da licitude do anúncio e ocorreu-em que, na diplomacia, seja ela institucional e transparente ou informal e "negra", informação e contra-informação caminham de "mãos dadas", ao ponto de se confundirem e, com o tempo, se poder até tornar indistinto para a História, o caminho traçado por cada perspectiva... por isso, quando hoje, o Coronel Khadafi veio dizer que a Al-Qaeda apoia os manifestantes, reforcei a suspeita... Contudo, o facto é que a falta de clareza das situações políticas e sociais, em contextos onde a transparência informativa é difícil, permite a contra-informação e a dupla estratégia de exercício do controle político - o que, diga-se em abono da verdade, somado ao oportunismo (arma de recurso comum no chamado "mundo da política", institucional ou não!) dos grupos fundamentalistas que tentam conquistar adeptos, torna mais complexa a interpretação dos sinais não só para o exterior mas, até para os próprios, podendo chegar ao ponto de os desmobilizar ao fomentar a confusão entre a emergência de uma manifestação espontânea dos cidadãos e os medos reais suscitados pela ameaça de mais e mais terror. Esperemos que os povos tenham activo o discernimento e a capacidade de não perder a oportunidade de ganhar a batalha da Liberdade em que faz falta a presença de muitas mais Mulheres!

7 comentários:

  1. Minha cara Ana Paula Fitas
    Partilho as dificuldades em compreender o que se está a passar. Só tenho uma certeza: Nada ficará como antes e as consequências vão ser profundas e imprevisiveis.

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  2. Tem toda a razão, Rogério... por muito que se não assuma, o facto é que o mundo está a mudar... aqui mesmo, às portas do Mediterrâneo.
    Abraço.

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  3. Mais mulheres Paula? Pois… Está bem, tem razão...

    Porque muitas nuvens se acastelam no horizonte, quando falamos de gente que não se importa de ter uma Constituição baseada no Islão, concordo que a abordagem de que não serve apenas olhar para o que está a acontecer tendo como solução a Democracia, mas um mix de Democracia-Segurança-Economia, como dizia hoje Amado,e neste momento, só vemos uma preocupação: a Democracia, mas ela só, não será suficiente para resolver os problemas daquela gente, e por tabela, os nossos. Isto pode ser polémico, mas com ateu, tendo sempre a olhar estes problemas de ângulos diversos.

    Abraço.

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  4. Graza,
    Obrigado pelo comentário, sincero e envolvido... as gentes do Mediterrâneo de que somos parte partilham uma história cultural complexa, riquissima e cujas conjunturas específicas determinaram situações de difícil percepção e complexidade reflectidas num mosaico de que está completamente ausente o que conhecemos como coesão social... As assimetrias de desenvolvimento e a lógica de interesses políticos que determinou as relações internacionais com a vizinhança da frente sul da Europa conduziram-nos aqui... e, agora, resta-nos enfrentar a realidade e perceber que, como nós, num outros contexto temporal e cultural, tivémos que fazer um dia, os povos do norte de África encontrarão solução para os seus problemas, certos de que, também para eles, a pobreza, a injustiça, a liberdade e a segurança são valores... fica ao futuro a resposta de como os irão defender e erguer! Porém, o isolamento não parece ser o caminho desejado... por isso, veremos como todos seremos capazes de construir a coexistência e a paz... mais justa e mais igual... para todos!
    Abraço :)

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  5. Sem querer complicar a caixa de comentários, diria só que fico aflito de cada vez que vejo ou ouço na TV os americanos pronunciar-se sobre questões do Médio Oriente de uma forma demasiado imperativa, como se aquilo fosse mais um couto. Falam-lhes de Democracia, mas andam a baralhar o conceito àquela gente que não entende do que falam quando são uma das nações que mais tem suportado ditadores em nome dos seus interesses, e tem permitido a aniquilação de um povo: o palestiniano. Precisaríamos que o mundo árabe olhasse os vizinhos europeus de uma outra forma, mas temos infelizmente colado ao conceito de Ocidentais, os americanos, e as referências sistemáticas ao Ocidente como razão dos seus males é uma realidade que escutamos com frequência demais. Nunca vi nas vigilias sobre Gaza, algum americano, porém, os únicos Ocidentais que lá estão, somos nós.

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  6. Graza,
    ... sem querer complicar mais :)) resta-me agradecer, subscrever e dizer que é este, de facto!, o "busílis" da questão...
    Grande abraço :)

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  7. O seu post fez-me continuar a pensar a questão. Voltei ao tema, ou a derivas dele.

    Saudações.

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