domingo, 10 de maio de 2009
A Exclusão Social como Património...
... como se de uma herança antiga se tratasse, a exclusão social transmite-se geracionalmente e reproduz-se, multiplicada por espaços descontínuos percorridos, sempre em busca de uma vida melhor... despojados, potenciais camponeses e operários fugiram à sorte da inércia e, instalados nas periferias que puderam ocupar, sobrevivem ainda sob o horizonte do olhar dos que os estigmatizam, remetendo-os para o lugar que sobra, situado lá ao fundo de uma hierarquia social permanentemente reinventada... depois, imigram... e a continuidade da exclusão persegue-os, como um património que consigo arrastam... proletários, sem terra, imigrantes, nómadas, pobres, tristes, violentos, revoltados, quase apátridas, emudecidos e amordaçados... por tantas terras do mundo, por tantos bairros de todo o lado... povoando, como uma memória que se recusa verbalizar, uma espécie de direito à vizinhança de ser-se humano... enquanto a integração espera, sempre adiada, num canto esquecido, ao lado do poder cego que, sem o saber, persiste em manter a ilusão de se exercer, quando está, afinal, imobilizado...
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Este fenómeno "exclusão social" faz-me remontar à "noção" de saúde elaborada pela O.M.S (um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade)..digo isto porque são dois "fenómenos" mal interpretados desde a sua base. Quero dizer, então mas a saúde alguma vez pode ser "analisada" à luz de critérios objectivos e estáticos? Então e a "exclusão social": está parada aqui e ali?
ResponderEliminarMuito bem, Jeune Dame de Jazz! Obrigado! Faça-se luz! Abraço.
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