sábado, 16 de maio de 2009
Geocultura... entre a política e a história
A homogeneidade com que hoje se pretende encarar o mundo leva-nos a esquecer essas anónimas identidades culturais que configuram as agregações de esforços quando, por força das circunstâncias decorrentes do exercício de um poder dominante ou de uma resistência comum, a diversidade adere à unidade... poderia estar a referir-me às questões correlativas aos papéis sociais do "indivíduo" e do "colectivo" mas, de facto, sem prejuízo das ilacções que, para este campo de análise possam remeter, refiro-me à relação entre culturas regionais e nacionais... De facto, a minimização deste factor na composição sociológica dos povos, tem provocado a negligência da consideração da sua capacidade reactiva... na História do longo prazo, estas dinâmicas desenvolvem-se tal como se têm desenvolvido no médio prazo, as tendências ideológicas extremadas que podemos, grosso modo, designar por "revolucionárias" e "contra-revolucionárias" ou, no curto prazo, os ritmos de alternância no poder que conhecemos sob diferentes designações: esquerda/direita, socialistas/sociais-democratas, democratas/republicanos ou progressistas/conservadores. Contudo, as sociedades e as populações não deixam de existir e as culturas, por muito que se adaptem à mudança, também não... apesar da aculturação, da miscigenação e da multiculturalidade. A propósito desta reflexão vale a pena ver e ouvir o vídeo sobre a cultura do Sertão brasileiro com textos de Roger Bastide, Darcy Ribeiro, Josué de Castro, Guimarães Rosa e outros...
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Tentei, algumas vezes, observar um certo fio condutor do “pensamento social e político”, porém acabei por me sentir muitas vezes confusa..Se os direitos do homem se sobrepõem aos direitos “civis”, caracterizando assim o liberalismo (se assim se puder traduzir), como se pode dizer que os “direitos naturais” não se esgotam? Como é que o “poder” deve ser constituído (fomentar a formação de “poderes” é a priori um acto soberano, mas enfim..) para ser desde logo respeitador desses “direitos naturais” ( vida/ liberdade)...? Um poder não continuo?! Mas deixa de ser poder?! Não. O problema, na minha opinião, passa precisamente por não se passar de “tendências ideológicas”. Relembre-se Heidegger “nunca o caminho é um método”. Aquilo que vem fazer toda a ideologia é precisamente apagar (ou neste Séc. XXI – reprimir) alguns “padrões” culturais. Haverá sempre algo que não se confunde com “individualismo” que é precisamente a singularidade ( Derrida diria: “O silêncio guarda-nos como indivíduos”). Falar de mudança ou da própria existência?
ResponderEliminarNo que aos Direitos diz respeito, esgota-se apenas o que os Homens decidem como tal... por isso, caminhamos sempre no sentido de aperfeiçoarmos os conceitos e a sua praxis de tal modo que o exercício do poder (enquanto forma de afirmação existencial e, consequentemente, social) proceda segundo a normatividade do respeito pela diferença que, de entre várias formas de expressão, passa também pela ideologia... ou, se quisermos ser mais rigorosos, por uma espécie de, permita-se-me a expressão!, de ética ecológica da coexistência pacífica onde a luta política reconhecida como válida se reconheceria no debate argumentativo sobre a adequação da legitimidade das práticas à defesa dos direitos que as configuram... e, considerando a verdade da afirmação que enuncias sobre a repressão ideológica de determinados padrões culturais -que tem, aliás, caracterizado todos os processos históricos- a discussão coloca-se agora no sentido de saber como compatibilizar esses padrões com os juízos culturais do nosso tempo que não identificam a crueldade contra o "indivíduo" com a legitimidade inerente à valorização da diversidade... muito há ainda a pensar e a fazer mas, se há método que ainda permita, no contexto da complexidade, encontrar "o fio à meada" da universalidade respeitadora da "singularidade", será, por certo, saudável e inócuo, o método socrático... discussão que nos conduziria agora à análise da educação e da pedagogia como "aretê" de uma "Polis" dinâmica onde a existência é, ela própria, mudança que radica, sempre, apesar das aparentes rupturas, em tudo o que a precede... Abraço.
ResponderEliminarE lá vêm os "não-lugares" de Marc Augé novamente... obrigada pelo "pensamento"..Abraço.
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