sábado, 30 de maio de 2009

O Interesse Público em Cenário de Eleições Europeias


Reconhecida a emergência da deflação (leia-se o texto de Carlos Santos no Valor das Ideias) e a menos de uma semana para a realização das Eleições Europeias, o interesse público manifesta-se hoje como um dos mais esclarecedores critérios para a aferição do sentido de responsabilidade inerente à actuação e argumentação dos candidatos ao Parlamento Europeu. Neste contexto e apesar de ainda não termos tido oportunidade de ouvir a pressuposta série de debates sistémicos sobre os dossiers temáticos que justificam o empenho nacional na participação política ao nível da UE e de que hoje destaco o desenvolvimento regional (a este propósito pode ler-se o meu texto "Uma PAC para o Alentejo"), duas questões têm, no nosso país, nos últimos dias, contribuido para o esclarecimento dos eleitores sobre o sentido de responsabilidade social e política no panorama partidário português; refiro-me, por um lado, à questão do Provedor de Justiça (sobre a qual escrevi no Eleições 2009) e, por outro lado, ao caso BPN que tanta tinta fez e ainda fará correr (veja-se a notícia que hoje faz manchete no Expresso), em relação ao qual fazem , afinal, sentido as declarações de Vital Moreira que tanta polémica suscitaram, mesmo entre alguns dirigentes do PS (vale a pena ler a notícia da Lusa que Osvaldo Castro transcreve no Praça Stephens e o texto do próprio Vital Moreira no Causa Nossa)... porque a actuação e argumentação políticas são, ainda hoje, factores essenciais para que os cidadãos possam definir as suas opções eleitorais, identificando quem efectivamente merece a sua confiança.

2 comentários:

  1. Cara Ana,
    Num primeiro momento ocorreu-me que o referenciado “interesse público” poderá tornar-se no paradoxo desse “sentido de responsabilidade”.. Noutro momento, ao dizer: “(...) a actuação e argumentação políticas são, ainda hoje, factores essenciais para que os cidadãos possam definir as suas opções eleitorais, identificando quem efectivamente merece a sua confiança”, estamos de acordo. Porém, considera “actuação e argumentação políticas” as palavras que têm preenchido as manchetes da última semana?! Estamos quase a cair na fundamentação da autoridade política de Maquiavel: 1- o poder é arbitrário; 2- não pode ser justificado em direito; 3- qualquer poder político vale pela sua legitimidade; etc.! Abraço..

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  2. Tem toda a razão, Jeune Dame. Absolutamente de acordo!A actuação e argumentação utilizadas até agora são o que são e denotam a pobreza do nosso debate democrático confinado a referenciais paralelos e indirectos (como é o caso, para o efeito, da política interna)... não é essa a seria suposta mas, é a que podemos avaliar e criticar na medida em que é a que nos é apresentada... Os protagonistas têm agora 7 dias para demonstrar que, além dos fait-divers gratuitos e domésticos, a sua actuação e argumentação se não esgota na dinâmica behaviorista... veremos!... porque, de facto, nem todo o "poder político vale pela sua legitimidade". Abraço.

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