Há dias, no habitual frente-a-frente que o Jornal da Noite da SIC-N apresenta sob a tutela de Mário Crespo, Miguel Relvas demonstrou claramente que a posição defendida pela nova direcção do PSD face às questões do desemprego, do crescimento económico e da criação de emprego nada acrescentam ou alteram relativamente ao que a Dra.Manuela Ferreira Leite defendeu. Furioso com as observações avisadas sobre o problema que Bernardino Soares lhe ia colocando, no exercício de um contraditório que a realidade sustenta, Miguel Relvas defendeu mais alterações ao código laboral, afirmando sem reservas a velha solução liberal assente no legitimar de maior flexibilidade e maior mobilidade. Sem resposta aos argumentos do seu intrlocutor que lhe chamava a atenção para o efectivo significado da chamada "flexibilização" no contexto de uma economia sem postos de trabalho, a pretexto de uma pretensa mobilidade profissional inútil e ineficaz que decorre do défice de empregos disponíveis, para além da teimosia cega e surda de quem não tem um pensamento inovador, crítico e criativo sobre a matéria, Miguel Relvas acabou por ver as suas afirmações reduzidas "ad absurdum" na sequência dessa persistência lógica imune à verdade dos factos, na feliz dedução aristotélica de Bernardino Soares que acabou por extrapolar da argumentação do seu interlocutor sobre a vantagem de uma completa precariedade laboral ao desemprego, a seguinte afirmação: "(...) pois... também é preferível o desemprego à escravatura(...)", acrescentando: "(...) isso é política de terra queimada(...)". A demagogia grosseira e insensível das medidas propostas pelo PSD tem aliás eco numa crítica alargada que, entre outros, Manuel Alegre fez a propósito do discurso do Presidente da República que irresponsavelmente e sem sentido de Estado, resolveu declarar que a situação do país é "insustentável"! Não só porque, por um lado, o próprio FMI considerou inviáveis as políticas praticadas pela União Europeia (ler AQUI) em cujo contexto foi defendida e levada à prática a evocada flexibilidade, como, por outro lado, tal como refere Paulo Pedroso no Banco Corrido, o nosso país é o que, segundo a OCDE, maior flexibilidade adoptou nas últimas décadas... Entre oPSD e o discurso de Cavaco Silva no 10 de Junho, a sintonia é total mas, obviamente!, contrária aos interesses da economia portuguesa e das condições de vida dos portugueses! Moral da história: a situação é, ainda, por tudo isto, de estagnação e o melhor que o maior partido da oposição nos oferece, no meio das dificuldades com que nos defrontamos, é uma proposta de agravamento dessas dificuldades! Estamos, de novo, esclarecidos!
Pois é... este indivíduo é do melhor que pode haver!
ResponderEliminarPor isso sempre que o vejo a balbuciar na televisão mudo de canal... pois se o vejo durante muito tempo dá-me vontade de fazer isto
Mas como este "ser" vive noutro estado económico e social também já não admira que diga o que diz... ver aqui
Olá, Ana,
ResponderEliminarFinalmente! (Ainda estou viva…risos). O "Miguelito" é o rosto do contra senso (aliás, só assim se entende porque é que acompanhou a liderança do Pedro Santana Lopes e, também, porque é que, no mês passado, defendia (em vez do TGV) "programas de reabilitação urbana e de apoio a cidades turísticas") – um dia consegue dizer que o PSD tem de criar um projecto alternativo para, no dia a seguir, dizer que os sacrifícios dos portugueses vão valer a pena (para já não falar da brilhante "tirada" para o futuro – Passos Coelho enquanto PM…)! E a "Manela" que não estivesse por detrás… Claro que: "Entre o PSD e o discurso de Cavaco Silva no 10 de Junho, a sintonia é total mas, obviamente!, contrária aos interesses da economia portuguesa e das condições de vida dos portugueses!"..É melhor velar as palavras não vá por aí aparecer uma «Pide informática».
Um grande - grande abraço…
Cara Paula Fitas
ResponderEliminarEntendo que este seu post está centrado nos tenebrosos propósitos da direita quanto à flexibilização do trabalho e não na apreciação ao discurso de Cavaco Silva. Nesse sentido é um bom texto, que subscrevo sem reservas.
Contudo aproveito para sublinhar que à qualificação da situação como "insustentável", Cavaco Silva lança um apelo ao diálogo, ao entendimento dos parceiros sociais e à concertação de compromissos. Do ponto de vista da maioria dos portugueses, esta mensagem terá bom acolhimento. Teve bom acolhimento em certa imprensa e, surpresa minha, até do DN, que hoje encontrou um titulo significativo:“Parceiros sociais unidos após apelo de Cavaco”.
Foi um "bom" discurso eleitoral, que tem de ser desmontado. Caso contrário...
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ResponderEliminarCaro Voz a 0 DB,
ResponderEliminarApaguei, por lapso, o comentário anterior que passo a reproduzir:
Excelentes sugestões... já lá fui e, claro!... comentei!
Abraço.
Querida Jeune Dame :)
ResponderEliminarSaudades... com risos :)... pelo bem-humorado e justo comentário (o segundo link que o Voz a = DB nos sugere é muito elucidativo sobre o "Miguelito") mas, muito em particular pela referência aos hipotéticos "pides informáticos"... eheheheh...
Um grande, grande abraço :)
Caro Rogério,
ResponderEliminar... conviria perguntar para que fim pensa Cavaco Silva ser útil a unidade a que apela... quanto à "desmontagem", passe a imodéstia mas, essa foi também uma das intenções deste post ainda que, se assim podemos dizer,a título de preâmbulo... "atrás de tempos, vêm tempos e outros tempos hão-de vir" - diz a canção :)
Grande abraço.