sábado, 5 de junho de 2010

A marca de Passos Coelho

Passos Coelho regista em caixa alta a marca do seu programa: Liberalizar Despedimentos e Contratações! A notícia é primeira página do jornal Expresso de hoje mas, a nós, por ora, merece-nos apenas umas linhas: Esperemos que os Portugueses ouçam bem que a proposta económica do principal partido da oposição é a insistência na continuidade, assumidamente agravada, das medidas económicas liberais que provocaram a crise em que Portugal e a Europa estão mergulhados e de onde não se sairá tão cedo! Qual é o espanto?... É verdade que foi sempre esta a filosofia económica liberal e neo-liberal da direita mas, o que é extraordinário é que, apesar dos resultados evidentes nas economias de todo o mundo, mesmo quem procura protagonizar a imagem inovadora da liderança, não consegue desviar-se sequer um milímetro de tais programas e modelos económico-financeiros! Por muito que digam da esquerda e independentemente dos resultados de sondagens e eleições, é, de facto, a direita que revela uma completa incapacidade de avaliar realisticamente a realidade e de se apresentar como uma alternativa eficaz para a revitalização social. Esperemos que, inteligentemente, os cidadãos entendam o problema... afinal, é deste entendimento que resultará -ou não!- a Europa Social em que continuamos a apostar.

10 comentários:

  1. Ontem no telejornal ouvi sim que SR Coelho tinha medidas a propôr. Ainda tive umas réstias de espernaça e pensei que seria bom que alguém ( À direita, à esquerda, ao centro, de lado de cócoras)tivesse uma ideia, uma luz , um esboço de solução . Perguntava-me sobre que medidas seriam essas. Ainda continuo ingénua...

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  2. O problema é que ninguém explica ao "povo" estas ideias, e assim PPC passa incólume e pode vencer as eleições.
    A esquerda tem de explicar que é mudar para pior.

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  3. Ana Paula,
    como eu já antes havia referido, aquando da última sondagem, só num país de cata-ventos e acríticos se pode mudar de opinião e beneficiar a direita daquela maneira.
    O que o P.C. quer já todos os que o têm acompanhado na sua evolução sabiam. Nada disto é novidade.
    Um abraço.

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  4. Isabel,
    Que o nosso "espanto" acompanhe sempre a nossa ingenuidade para que o desvelamento da realidade seja parte integrante do nosso permanente estado de consciência :)
    Um grande beijinho.

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  5. Caro José Manuel Faria,
    Obrigado pelas suas esclarecedoras e incisivas palavras... é isso mesmo!... e muito há a fazer!
    Vamos a isso :)
    Um abraço.

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  6. Sim, T.Mike, era evidente... contudo, como sabemos, a capacidade de se obscurecer a consciência em nome de uma indignação revoltada e com sentido, torna muitas vezes, excessivamente "cegos" os juízos e eclode, contraproducentemente, em reacções menos ponderadas e de maiores consequências do que as previstas pelos que pretendem apenas dar sinal da sua insatisfação... por isso, nunca é demais, mantermos atento olhar crítico sobre a repetitiva demagogia com que nos vão entediando os dias :)
    Um grande abraço.

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  7. O cinismo neo-con não tem qq pudor.
    Ainda ontem na AR o PSD acusava o Governo de não conseguir suster a maré dos despedimentos e o número de 600.000 desempregados foi repetido para conseguir o maior impacto possível.
    Enquanto isso, o Passos Coelho sacava da receita da lei da selva para liberalizar os despedimentos!
    É preciso denunciar as armadilhas, e a esquerda tem de perceber de uma vez quem é de facto o inimigo.
    Este PSD agora no poleiro é ainda mais perigoso do que o Cavaco Silva no seu tempo!
    Dêem-lhes oportunidade, e vão ver os fantasmas que regressam à vida.
    Este é o caminho para a raposa ser autorizada a comer as galinhas e a liberdade das galinhas para serem comidas.
    Liberdade para todos, portanto!

    Abraço para si e para esta luta!

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  8. Caro MFerrer,
    Permita-me que o cite e subscreva a sua feliz e abrangente afirmação: "Liberdade para todos, portanto!"... Tem toda a razão no que ao cinismo neo-conservador respeita, bem como no aviso subjacente à ainda mais feliz metáfora sobre a raposa e as galinhas!
    Adorei! Obrigado!
    Abraço renovado para si "e para esta luta!" :)

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  9. José Luís Moreira dos Santos7 de junho de 2010 às 17:21

    Ana Paula
    Tenho um vício que não domino: gosto muito de pensar; tenho um defeito que me vence: sou muito chato, por isso desculpe. Mas sobre o Estado Social, gostaria de lhe colocar as segunites questões: foi, na Europa, uma criação de lideres e partidos de esquerda e de direita, Socialistas, Comunistas, Social-Democratas, Social- Cristãos, Cristãos-Democratas, Conservadores,em um ou outro caso, Liberais. Porém, todos marcados por princípios ideológicos bem definidos e organizados nas suas mentes. Assim foi durante dècadas. E veja o caso da Inglaterra e da Alemanha, para citar apenas dois exemplos,onde a situação se manteve em situações em que o força dominante tanto era de esquerda como de direita. Todavia, veio um tempo em que o neoliberalismo inundou as mentes dos lideres fracos e desnorteados que vieram substituir aqueles outros que foram tão grandes como a estrutura ideológica que os guiava. Herdeiros pequenos, sem causas, iguaia a si mesmos, marionetas, pigmeos, chegados ao poder pela via do oportunismo, logo ficaram refens de quem, de fora e de dentro, os manipulava. Depois ainda surgiu aquele fenómeno político que foi o Sr. Reagan e a Sra. Teatcher, que conduziram, sob os auspicios dos gurus neoliberais,a política de destruição, no caso de Inglaterra, de destruição de tudo o que estivesse sobre a orientação de Estado e funcionasse bem, como o melhor sistema de saúde. Por isso, a História não nos ensina a votar, a lutar, a fazer o que é preciso, mas abre-nos todas as portas. A confiançao disponível, ainda é a melhor solução para todos os males com origem nas decisões de ordem política. Obrigado!

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  10. Caro José Luís Moreira dos Santos,
    Obrigado!... sinceramente, obrigado pelas suas palavras e pela reflexão sustentada e objectiva que aqui registou e que, se me permite, subscrevo, na íntegra!... Obrigado pela sua insistência em pensar e pela generosidade da sua partilha... volte sempre! e aceite, com elevada estima e consideração, o meu abraço amigo.

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