Enquanto se olha o mar e se descansa a alma da turva lógica em que assenta a realidade nacional, com a qual se vai adiando a maturidade da consciência e a urgência da intervenção (vale a pena ter em atenção os resultados do recente estudo sobre a pobreza divulgado aqui e aqui) , o pesadelo é saber que o regresso ao horizonte comum dos dias, apesar da persistente busca de apontamentos e sinais que nos re-centrem ao menos pragmaticamente, reencontrará apenas o eco e a repetição do que nos habituámos a ter como quotidiano ou seja, a capacidade nacional de trocar o importante pelo efémero e de confundir informação com opinião... felizmente, não demitidos da capacidade de pensar, resta-nos constatar que ainda se vão escrevendo bons textos denunciadores deste carácter precário da nossa lusitana forma de encarar o tempo e os factos (vale a pena ler os textos de João Rodrigues no Ladrões de Bicicletas, de JM Correia-Pinto no Politeia, de João Ricardo Vasconcelos no Activismo de Sofá, de João Abel de Freitas no PuxaPalavra e de Filipe Tourais no O País do Burro)... contudo, da dita "lusitana forma de agir e pensar" continuamos a ter maus exemplos insistentes e assentes em discutíveis práticas que, da nossa presumida competência para avaliar e sustentar decisões, continuam a deixar muito a desejar como podemos verificar através de alguns casos que marcam este final de Junho (leiam-se os textos de Rui Bebiano no A Terceira Noite e de A.C.Valera no Irrealidade Prodigiosa)... e da articulação entre os primeiros 6 textos sugeridos e os 2 últimos, concluimos que, no fundo, continuamos no "ponto zero" do re-pensar e reformular a lógica dominante da gestão socio-política e científico-cultural que o próprio século passado já demonstrara disfuncional e carente de reestruturação... que mais não seja por, como bem se diz no Outros Cadernos de Saramago: "Uma Questão de Humanidade"!
Obrigado Ana Paula pelo comentário e pela citação.
ResponderEliminarJMCPinto
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarConcordo plenamente com as palavras que tece em "Leituras Cruzadas".
Por vezes a "consciência da identidade" é perturbada em certos sentidos de análise que é realizada em "cima do joelho" e quando tal acontece tem-se tendência a fazer a estimativa das forças, dos desejos de grandeza e não tanto da compreensão dos nossos limites e fraquezas.
Deste modo, nem sempre levamos em consideração a realidade das fórmulas que tendemos a utilizar e abstemo-nos de encarar de novo as nossas causas e, a partir daí, voltarmos a encetar deliberadamente os nossos registos reconhecidos como existentes num universo livre, mas com fronteiras acima e abaixo daquilo que é visível do iceberg.
Que sempre saibamos procurar e encontrar um consenso: é salutar.
Um abraço
Ana Brito
Cara Ana Paula,
ResponderEliminarFiel às suas recomendações fiz (parcialmente) o périplo pelos links e vim parar ao "O País do Burro" do qual retiro um comentário ainda mais asno. Dizem-se aí coisas que subscrevo, mas cuja responsabilidade só parcialmente se pode atribuir à Alemanha, embora o anúncio triunfal da cimeira G20 tenha competido a Angela Merkel. A grande questão é quanto a mim a forma como se está a desenvolver a "Nova Ordem Mundial": Os G8, armados de G3, impõem aos "G12" a sua lógica de países mais ricos do Mundo, impondo a neutralização da ONU e suas organizações especializadas... Angela Merkel estará até eufórica, por isso!
Obrigado a todos, pela gentileza e os contributos das reflexões aqui registadas que dispensam observações por falarem por si.
ResponderEliminarAbraço.