terça-feira, 4 de maio de 2010

O Preço das Marés Negras...



A maré negra que percorre e ameaça
as terras do continente americano desde o Golfo do México (ler Aqui) provoca vítimas e tem consequências planetárias... Desta vez, a questão é paradigmática ao ponto de estar à vista de todos a dimensão trágica e paradoxal do problema, por permitir aos cidadãos uma clara percepção de que está em causa a filosofia inter-nacional de gestão dos recursos naturais, das economias e dos mercados... porque se a atitude de Barack Obama, Presidente dos EUA, faz a diferença ao afirmar publicamente que tais acidentes têm culpados e devem pagar e se, consequentemente, por outro lado, a BP assume os custos da limpeza e inventa uma pseudo-solução para reter a expansão do crude por milhares de kms, a verdade é que estes acidentes implicam um grau de irreversibilidade que não podemos relativizar e, menos ainda, ignorar. A mudança é imperativa! A lógica industrial que subjaz à lógica financeira dos mercados contemporâneos é obsoleta e diverge, inequivocamente, do que o conhecimento e a consciência social e socio-política reconhecem como adequado ao planeta que ainda temos nesta primeira década do século XXI.

4 comentários:

  1. Olá Ana Paula
    Concordo plenamente com o seu texto.
    As marés negras são periódicas e desastrosas, mas esta bateu os derrames anteriores, e por muito.
    A dependência do petróleo é uma atitude política, antes de mais. E é uma atitude de submissão aos grandes poderes económicos, que vai ficar muito cara à nossa civilização, e mais ainda às gerações futuras, cujo futuro comprometemos.
    A obsolescência da nossa economia à base do petróleo é uma realidade que está a ser escondida a todo o custo. O pico do petróleo foi ou está quase a ser atingido, e daí para a frente cada vez será mais difícil e mais caro extrair petróleo. E a nossa dependência do mesmo é grave. Já nem falando nas consequências catastróficas nas alterações climáticas e nestas marés negras!
    Para além do insuficiente esforço no desenvolvimento das energias renováveis mais conhecidas, dá-me a impressão que se esconde e evita desenvolver outras formas de energia limpa, de menor investimento e maior eficiência, como falei recentemente no meu blogue.

    Uma pista: o país mais dependente do petróleo na Europa é a Grécia. Depois, é Portugal, seguido de Espanha, logo a seguir, não sei porque ordem, a Itália e a Irlanda: diz-lhe alguma coisa?

    Subscervo tudo o que diz, e reforço a sua última frase:

    "A mudança é imperativa! A lógica industrial que subjaz à lógica financeira dos mercados contemporâneos é obsoleta e diverge, inequivocamente, do que o conhecimento e a consciência social e socio-política reconhecem como adequado ao planeta que ainda temos nesta primeira década do século XXI."

    Obrigada pelo texto e beijinhos

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  2. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Subscrevo inteiramente a sua posição de preocupação com um verdadeiro desenvolvimento sustentável, porque esta retórica tem de passar por uma consciência social e sócio-política que nos permita salvar o planeta, como nos afirma! Com efeito, é imperioso que os poderes políticos mundiais não estejam manietados à lógica financeira dos mercados contemporâneos. B. Obama terá dado um bom passo, mas é fundamental a concertação mundial do G20, e a consciência pública de uma cidadania global, para que esta estratégia ambiental tenha efectivamente sucesso. Muito obrigado, por mais este alerta cívico que nos deixa!

    Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  3. Olá Manuela,
    Obrigado pelo excelente contributo que enriquece de forma evidente este post :)
    Beijinhos :)

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  4. Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Sou eu que agradeço o comentário que é, ele próprio, um valioso contributo para, como bem, diz, a emergência e o reforço desta "consciência pública de uma cidadania global" que, neste momento, é, não apenas importante mas, atrevo-me a dizê-lo, urgente e indispensável.
    Receba, como sempre, as minhas melhores saudações.

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