"(...) O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchas
de chorar o que ama.
O poeta é o médium
da Natureza
que explica sua grandeza
por meio de palavras.
O poeta compreende
todo o incompreensível
e as coisas que se odeiam
de amigas, as chama.
(...)
Poesia é o impossível
feito possível. Harpa
que tem em vez de cordas
corações e chamas. (...)"
(Federico Garcia Lorca - excertos do poema "Este é o Prólogo", trad. W.Agel de Melo)
O poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca é um dos desaparecidos da Guerra Civil de Espanha, depois de assassinado em Granada em 1936, na sequência do seu inequívoco apoio à República e da sua assumida orientação sexual homossexual. O seu corpo pode estar entre os restos mortais encontrados nas valas comuns que, entre outros meios de prova, fundamentam o esforço do Juiz Baltazar Garzón em investigar os crimes do franquismo, lançando um inquérito sobre as vítimas da ditadura. A iniciativa do juiz Baltazar Garzon dera resposta à exigência do Comité dos Direitos Humanos da ONU relativamente à abolição da lei da amnistia (aprovada dois anos depois da morte de Franco, para impedir a recuperação dos corpos das valas comuns por milhares de familiares das vítimas da guerra civil) mas, a interposição de recurso por 3 organizações de extrema-direita (entre as quais se conta a reconhecida "herdeira" do movimento franquista Falange), conseguiu que a Justiça espanhola suspendesse de funções o Juiz Garzón que tem recebido apoios das organizações, activistas e simpatizantes da luta pela defesa dos Direitos Humanos de todo o mundo! Pela não cumplicidade com a iniquidade, pela Justiça, pela Liberdade e pela Democracia, é justo o grito que, como uma senha, se agita nos dias que correm: NO PASARÁN!
ÚLTIMA POESIA?...
ResponderEliminarSe eu não escrever mais nenhuma poesia
Fica aqui uma última e derradeira homenagem,
A todos os poetas do mundo na sua viagem…
Pelas palavras autênticas que cada um escrevia!
Depois sigo o meu caminho na noite estrelada
Com a esperança enfim, de ter alguma calma!
Já não estarei quando chegar a madrugada…
Para onde será que vai descansar a alma?
Talvez encontre o caminho dos poetas mortos
Ou outro qualquer lugar onde me abrigar;
Eu que no mar atraquei em tantos portos,
Porque não hei-de mais uma vez navegar?
Última poesia... será mesmo que vou escrever
Neste poema toda a magia das frases escritas?
Num golpe de génio deixar a escrita acontecer…
Escrevendo assim quanto penses e sintas!!!
Matias José
Eles tem razão para ter medo. É que Espanha não se cumpriu, e ainda hoje se mantém a última grande vontade do ditador, a monarquia. A qual capturou, após o roubo da república, para usofruto, devolvendo-a depois arbitrariamente, e em consequencia, atirando tanta gente para vala comum, entre os quais o vulto que tão dignamente evocou.
ResponderEliminar...a todos os poetas e á sua visão caleidoscópia do mundo...o meu saravah!
ResponderEliminar...a todos que,...e tão bem sabem desfolhar o céu.
com esperança!...aguardamos o (re)nascimento da rosa...
pluramente saravah
Ao Poeta José Matias,
ResponderEliminarPorque os poetas não podem calar a palavra com que se escreve o mundo, eu espero, sinceramente!, que esta não a última poesia :)
Um grande abraço e um beijinho :)
Caro Fernando F.,
ResponderEliminarObrigado pelas suas tocantes e verdadeiras palavras.
Receba, com toda a consideração, o meu abraço amigo.
Querida Amiga :)
ResponderEliminarSaravah também para ti, Poeta do Pensar o Sentir e da Sábia Reflexão que, entre a inteligência e o tempo, renasce como evidência :)
Plural, poética e sinceramente Saravah, minha Amiga :)
Ana Paula,
ResponderEliminarpor favor,fiquemos apenas com as palavras de Lorca.
É o pior castigo que se pode dar aos seus algozes...
Quanto ao resto, a memória dos crimes se encarregará dos criminosos. Um dia, cedo ou tarde, será feita justiça.
¿Y Paracuellos del Jarama, qué?
ResponderEliminarObrigado, T.Mike :)
ResponderEliminarUm grande abraço.
Caro Anónimo,
ResponderEliminarEl olvido no fué intencionale... Gracias por su memoria!
Saludos solidarios!