domingo, 13 de junho de 2010

Da Sondagem sobre as Presidenciais...

Foi hoje divulgada a mais recente sondagem da Aximagem sobre as eleições presidenciais no jornal Correio da Manhã (ver aqui). A cerca de 7 meses de distância do acto eleitoral que elegerá o novo Presidente da República, os resultados denotam a visão tradicional da persistência da reeleição para o desempenho de um segundo mandato dos PR em exercício. Contudo, não considero que os resultados desta sondagem possa ser interpretado de forma linear já que, por um lado, as campanhas eleitorais ainda não estão no terreno, não tendo o actual PR sido confrontado com o discurso e o argumentário dos seus opositores, designadamente Manuel Alegre, que a mesma sondagem apresenta como segundo mais votado. A expectativa é grande e desse facto é sinal o quase silêncio que a blogosfera tem feito sobre os dados agora divulgados. Considerando as análises que já apareceram na blogosfera sobre a matéria, destaco a de Paulo Pedroso no Banco Corrido que nos permite equacionar a percentagem real que viabiliza a passagem à 2ª volta destas eleições que, na minha opinião, garantiria seguramente a vitória de Manuel Alegre. Outros contributos que reforçam esta perspectiva podem ser encontrados nos textos de Osvaldo Castro no Carta a Garcia e de Weber no Mainstreet. Como diria Jean-Paul Sartre, "os dados estão lançados". Vamos agora trabalhar para que os projectos e os perfis presidenciais que defendemos levem a bom porto as travessias que estamos a começar. Está tudo em aberto, como bem convém a uma democracia que se preza.

8 comentários:

  1. Profª Ana Paula Fitas
    Realmente, como diria Jean-Paul Sartre "os dados estão lançados", mas creio que ele acrescentaria que o homem livre é radicalmente contingente, embora através do projecto o homem espere o dado em direcção a um fim, porque o mundo deixa de ser contingente para se converter em necessário. A liberdade interioriza o exterior e exterioriza o interior e como negatividade produtiva a liberdade aniquila o seu passado e a sua circunstância mundana para se projectar no futuro. Mas porque a liberdade é um abismo de possibilidades e de angústia, o homem está condenado a definir-se através de uma relação à contingência das coisas e à sua própria facticidade: o homem faz-se mergulhando continuamente num projecto de ser para se encontrar para além do em-si, através de um compromisso perante si e os outros. É o que esperamos de Manuel Alegre.
    Saudações
    Ana Brito

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  2. Já começam com a lavagem cerebral... "Cavaco... Cavaco...", o povo chega às urnas e tem no subconsciente "Cavaco... Cavaco..." e lá vai a cruz...

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  3. Não se deixe arrastar, comentado aquilo que muito bem desvaloriza quando diz: "não considero que os resultados desta sondagem possa ser interpretado de forma linear já que, por um lado, as campanhas eleitorais ainda não estão no terreno, não tendo o actual PR sido confrontado com o discurso e o argumentário dos seus opositores". Estas sondagens visam promover Cavaco Silva, ponto. Se não tem esse fim declarado, funcionam muito bem nessa linha e podem ter eficácia, atingindo os objectivos denunciados no comentário anterior, pela "voz a 0 db". A solução não é entrar no jogo é mostrar a desonestidade e o golpismo dessa imprensa... A solução é avançar com o apontar das contradições e incoerências de Cavaco Silva e com os riscos de uma politica de direita se instalar. Pessoalmente, procuro faze-lo no terreno mais difícil assumindo que não irei muito longe nos meus objectivos se me fizer rodear unicamente de seguidores que, à partida, já estão do lado certo da vida. Isto é, não ponho como objectivos ma minha intervenção sensibilizar os sensibilizados ou convencer os convencidos. Ainda não sei como fazer. Mas hei-de descobrir...

    Abraço

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  4. Concordo com o Rogério Pereira, sondagens nesta fase do campeonato só mesmo para promover o Cavaco. Claro que ele tem a vantagem de ser Presidente da Republica mas ainda ninguém o confrontou com o facto de presidir à crise e não é por acaso que a direita promove há meses uma feroz campanha difamatória contra Manuel Alegre. Pena é que o PCP que tanto fala na unidade da esquerda vá apresentar um candidato próprio que só irá dividir a esquerda. Mas é o PCP, sempre igual a si mesmo e não se pode esperar mais.

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  5. Cara Ana Brito,
    Obrigado pelo seu comentário que, permita-me!, concluo com a afirmação de que o que esperamos de Manuel Alegre é que ganhe as eleições. O compromisso a que alude é, em si próprio, um pressuposto assumido de tal modo que justifica, pela segunda vez, a candidatura... e, neste contexto, mais do que um compromisso estamos, do meu ponto de vista, perante uma questão de comunicabilidade cuja complexidade requer a nossa maior atenção e de cuja transparência resultará a natureza do encontro entre o projecto e o perfil do futuro Presidente da República denotável nos candidatos e o reconhecimento público da sua correspondência com a representação colectiva do exercício do cargo. Volte sempre e... bem-haja!

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  6. Caro Voz a 0 DB :)
    ... pois... compreendo perfeitamente as considerações aqui partilhadas... apesar disso, temos que reconhecer que, pela sua natureza, as candidaturas são indissociáveis da discussão pública... e, no argumentário em confronto, para viabilizar escolhas, opções e, de certo modo, decisões, é indispensável comparar projectos, perfis, objectivos e posturas.
    Um abraço.

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  7. Caro Rogério :)
    Tenho a maior das confianças no resultado dessa senda nos trilhos da "descoberta" :)
    ... e sim, não podemos escamotear os objectivos paralelos, recorrentes e concorrentes que caracterizam o enquadramento dos dados trazidos a público... precisamos de manter vivo e bem aceso o tal "distanciamento brechtiano" :)
    Grande abraço.

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  8. Olá Ben :)
    ... pois... a unidade da esquerda e de todos os homens de boa-fé, democratas, honestos, frontais e capazes de ultrapassar os pequenos interesses pessoais é fundamental... resta-nos perceber que é preciso trabalhar para isso!
    Grande abrraço.

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