quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Compromisso à Esquerda - uma Causa em Movimento

Compromisso à Esquerda é o nome do Manifesto que apela ao entendimento interpartidário entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e a Coligação Democrática Unitária no sentido de ser viabilizada a necessária estabilidade governativa a partir de um elenco programático que garanta uma governação à esquerda, no respeito pela vontade expressa pelos eleitores no sufrágio do passado domingo. O documento foi ontem apresentado à imprensa, no Martinho da Arcada em Lisboa, com a colaboração de alguns dos seus Primeiros Subscritores, de que Ulisses Garrido, Maria do Céu Guerra e eu própria, fomos porta-vozes. Após 30 anos de não entendimento entre as diversas sensibilidades de esquerda no nosso país, a realidade actual da economia e da sociedade portuguesa justificam o empenho e o esforço de boa-fé indispensável à união da esquerda.
Leia, assine e divulgue o Compromisso à Esquerda.

10 comentários:

  1. ANA PAULA

    Só tenho que a felicitar, a si e aos seus colegas de iniciativa, pela tentativa de encontrar um entendimento à esquerda na governação do país. Como sabe, não acredito que isso aconteça. Não interessa tanto do meu ponto de vista enaltecer as consequências desse entendimento, como analisar friamente as consequências de o não fazer.
    Posso estar enganado, mas é minha convicção de que ninguém, nos três partidos, o quer. Ou dito de outra maneira: os que o querem não contam para a decisão. Acharia até mais provável a possibilidade de um entendimento à direita, se s condições políticas fossem outras. E isso seria muito clarificador. Mas com tudo o que se passou nestes últimos tempos, também esse entendimento provavelmente não ocorrerá. O PS vai fazer o que já fez noutras circunstâncias semelhantes. E Sócrates tem boas razões para supor que não corre riscos até à eleição presidencial.
    Por isso, eu estou noutra que me parece muito mais viável: preparar já a candidatura presidencial para concorrer com Cavaco ou com quem desse lado se apresentar. Aqui, nesta matéria, se as coisas forem bem-feitas, há outras possibilidades. E é importante, importantíssimo, não voltar a perder a eleição presidencial.
    Desculpe a franqueza.
    Um abraço …e felicidades
    JMCPinto

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  2. JM Correia Pinto,
    Obrigado pelas suas palavras e pelo seu sempre avisado comentário, cuja franqueza, como sabe, muito agradeço. Para não repetir ideias que compreendo e de que sou, também eu, consciente (apesar desta eterna persistência que, pelo investimento repetido na expectativa da mudança, tem merecido a designação de "esperança") deixe que acrescente apenas à sua referência sobre a urgência de "não voltar a perder a eleição presidencial": Vamos a Isso! :)
    Um grande abraço,
    Ana Paula

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  3. Ana Paula,
    não sei se foi a vida se a idade que me tornou algo pessimista.
    Muito eu gostava de poder afirmar, com tanta veemencia, que a confluência pretendida é viável, já que não tenho dúvidas que é desejável.
    Só que o extremar de posições foi tal, e as incompatibilidades tão evidentes, que me custa a acreditar que, com estes intervenientes, essa "unidade na acção" seja possível.
    Como sabe, também eu gosto de lutas que sei serem difíceis e intermináveis; são lutas, quase sempre, nada apaziguadoras, mas a que os homens e as mulheres que lutam pelos seus ideais
    sabem não poder vira a cara.
    Poderá vir a ter o meu apoio, vou pensar nisso seriamente, naturalmente a minha resposta é sim, mas não seria sincero consigo, nerm com os outros que a acompanham, se lhe dissesse que acredito.
    Um grande abraço.

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  4. Ana Paula como sabe pelo que tenho escrito não estou convencido de que este Manifesto possa sensibilizar as lógicas dos vários aparelhos. Houve já, desde a sua publicação, algumas posições a que chamarei de pequeno burguesas no sentido tradicional do termo que me levam a consolidar a minha opinião. No entanto admito poder enganar-me até porque já assinei o documento que deixa muito a desejar em termos de filtragem informática. Além do mais estou solidário com alguns amigos promotores do Manifesto. Continuo a achar que o País vai parar e que nada de relevante e verdadeiramente inovador será aprovado mas eu sou mesmo pessimista militante. Quanto às presidenciais afloradas num comentário, se não formos todos parvos, Manuel Alegre será o futuro presidente de Portugal e assim voltarei a perder, de novo, a vergonha de ser português.Um abraço

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  5. Cara Ana,
    Não posso deixar de lhe dizer que ainda me sinto reticente. Neste momento o BE parece viver entre dois paradigmas: 1 - a herança ideológica marxista; 2- a "popularidade" da juventude. O BE ter-se-á esquecido que o sentido da esquerda apareceu face à injustiça social? Por vezes, o BE, parece "não querer fazer nada" face à alegada tendência natural para o surgimento de elites políticas (natural de direita)...preocupante. Abraço

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  6. Ana Paula
    Só duas palavras: muito obrigada!

    Por me ter dado conhecimento deste "possível compromisso".
    E por muito mais...
    Um beijo
    Tina

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  7. Obrigado, T.Mike pelas palavras sinceras e sempre gratificantes que aqui deixa... compreendo, como imagina!, as reservas que a experiência de vida e de política vão criando e sedimentando nas pessoas... com legitimidade, registe-se! De facto, a tradição democrática, nomeadamente no nosso país, caracteriza-se pela afirmação identitária de cada força política por oposição às restantes... o pior é que, geralmente, esgota-se nessa dimensão... e é por isso que dificilmente sabemos se quem propagandeia nobres valores é capaz de "meter as mãos na massa" e ir à luta, difícil do entendimento democrático que privilegia o interesse nacional em relação aos interesses partidários. Por esta razão, T.Mike, penso que vale a pena desafiar a tradição e contribuir para a afirmação pública da vontade expressa de muitos cidadãos que são capazes de pensar e defender a unidade nacional da esquerda para viabilizar a estabilidade governativa, evitando opções que, cedo ou tarde, contribuiriam para clivagens insustentáveis que podem alterar a vontade colectiva agora expressa nas urnas e que deu à esquerda, no seu conjunto, uma maioria de 60%... Simbolicamente ou desejavelmente uma realidade a ver concretizada, fica o apelo... Com o respeito, a admiração e a amizade de sempre, um grande Abraço :)
    Ana Paula

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  8. Fernando,
    Desculpe só responder agora e, antes de mais, obrigado pelas suas palavras, sinceras e firmes. Congratulo-me por podermos contar com a sua assinatura no apoio ao apelo do Compromisso à Esquerda... e compreendo perfeitamente as razões que assistem ao seu pensamento. É de facto pelo grande risco que representa a possibilidade de, como diz, o país " vir a parar" que urge a expressão pública desta vontade de altruísmo partidário que, não sendo comum entre as forças políticas do panorama nacional, tem já antecedentes em movimentos cívicos que têm vindo a emergir... Há, é certo, uma margem de manobra vastissima no texto do Compromisso à Esquerda mas, como também se compreende, a intenção é, de facto, tentar mobilizar vontades das estruturas partidárias para este entendimento - o que, se dito de outra forma, por certo seria interpretado como confronto, provocação ou exigência sectorial de exercício do poder... Tem toda a razão relativamente aos problemas informáticos registados que estão a ser concertados na medida do possível... esperemos que o facto não desmobilize... porque, pelo menos do ponto de vista simbólico é importante que a nossa expressão seja representativa. No fundo, Fernando, todos os esforços por uma Democracia melhor fazem sentido e se, para o cumprimento desta nossa vontade, por um lado, é preciso abertura do PS, por outro lado, é importante que BE e CDU saibam ter a disponibilidade indispensável à negociação de modo a não obrigarem o PS a ficar refém da direita... Esperemos que sejam todos responsáveis :)
    Um grande abraço,
    Ana Paula

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  9. Jeune Dame,
    Obrigado pela reflexão que corresponde, de facto, a muito do que nos é dado percepcionar... contudo, pela importância de que se reveste o problema da governação no actual panorama político-partidária, é determinante a capacidade de cada um ultrapassar as posturas eleitoralistas de "caça ao voto" que cegam as afirmações identitárias e secundarizam o essencial... neste momento, há que saber relativizar as diferenças e reforçar o que é comum... se os partidos o puderem fazer todos nós agradecemos; caso contrário, a médio prazo, a sociedade portuguesa pagará o alto preço destes autismos teimosos... mas, face ao desafio público, feito consciente, colectiva e convictamente, por uma união de esforços, a culpa não morrerá solteira... somos todos responsáveis e há que o assumir... resta ver em que lado da barricada prefere, cada um, ficar... e tiraremos as ilacções adequadas! Por ora, ao menos simbolicamente mas, na verdade, desejavelmente, penso que integra as preocupações reais de uma cidadania activa, racional e participativa, apelar e apoiar o Compromisso à Esquerda... claro que gostariamos de contar com a Jeune Dame de Jazz :)
    Um grande abraço,
    Ana Paula

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  10. Tina,
    Foi tocante ler a brevidade sentida das suas palavras que guardam a intensidade do sentido deste Compromisso...
    ... por toda a cumplicidade amiga e pela solidariedade firme, muito, muito obrigado!
    Um grande, grande abraço e um beijo :)
    Ana Paula

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