Arte nobre, a Pintura é um ex-libris ao longo da História enquanto marca, pelo seu carácter visual e portanto, perceptivelmente inequívoco, da introdução de rupturas e mudanças nos padrões regulares das vivências... de outro modo dito, lava os olhos, descansa ou inquieta a alma mas atira-nos sempre para o outro lado, o do passado ou do futuro, dando a pensar... Hoje, senti uma imensa vontade de revisitar Kandinsky... talvez porque, depois deste interregno das pequenas/grandes coisas ("las pequeñas cosas" como dizia Mercedes Sosa evocando o poeta) ocupado com a dimensão eleitoral da política, o sentir me assinale a urgência de participar numa mudança da realidade que nos transcenda a previsibilidade das lógicas... também ou, talvez, mais que tudo, na forma política de coexistirmos num país sempre à beira de qualquer-coisa... sempre à beira de si próprio... um país que estava, por certo, dentro de Mário Sá-Carneiro quando escreveu o "Quase": "Um pouco mais de sol - eu fora brasa, / Um pouco mais de azul - eu fora além. / Para atingir, faltou-me um golpe de asa... / Se ao menos eu permanecesse aquém... /... /... Se me vagueio, encontro só indícios... / Ogivas para o sol - vejo-as cerradas; / E mãos de herói, sem fé, acobardadas, / Puseram grades sobre os precipícios..."
Ana Paula,
ResponderEliminarBom começo para a almejada desintoxicação.
E começa bem, com pintura e logo com Kandinsky.
Se juntarmos a isto boa leitura e boa música, (para já não falar de alguns prazeres considerados preversos como o café , o charuto e o álcool), um cidadão, ao fim de uma semana, começa a ficar como novo.
Boa malha !
O abraço de sempre.
T.Mike,
ResponderEliminarObrigado... adorei estas palavras!
"Boa malha!" :)
Aquele Abraço... Sempre!
Muito interessante Kandinsky após as autárquicas: diagonais dramáticas na direcção de Manuela Ferreira Leite e diagonais líricas no movimento da CDU. A textura interna transcendente dos equilíbrios Kandiskianos reserve-os para as próximas sessões da AR. É irresistível não acabar de escrever este post e ir, a correr, à secção de arte da estante e procurar as infinitas camadas da obra. Abraço
ResponderEliminarKandinsky,hoje e amanhã, muito para além da arte abstracta ou não fosse ele "influenciado" por Wagner.. Feliz de quem "assinale a urgência de participar numa mudança da realidade que nos transcenda a previsibilidade das lógicas...". Abraço
ResponderEliminarA arte é salvadora. Na pintura tenho o antidoto para uma morte que ás vezes me parece lenta.Renasço.
ResponderEliminarCom Kandinsky, renasci há meses em Paris... e, hoje pela casa...vou modelando as páginas dos livros onde o posso olhar, de preferencia com um copo de um razoável tinto...umas vezes com musica outras com o silencio...
Abraço
Mar à Vistablogspot..., há um cheirinho de arte
Fernando,
ResponderEliminarAdorei :) a leitura "temporal" destas evocações de Kandinsky... Obrigado!
Abraço :)
Ana
Jeune Dame,
ResponderEliminarSinto algum imobilismo nesta saudação de "feliz quem"...?!... felizes somos Nós, nesta permanente disposição para resgatar a essência à aparência :)
Abraço amigo :)
Cara Anamar
ResponderEliminarObrigado pela sua visita e pelas suas palavras... já acedi ao Mar à Vista e aproveito para lhe agradecer o "cheirinho a arte" que tanta falta nos faz... tantas vezes!
Volte sempre!
Ana Paula