

... a realidade é o que é e é incontornável a integração de Portugal, como membro de pleno direito, na União Europeia. Hoje, em Bruxelas, José Sócrates foi saudado pelos esforços que fez e pelas medidas que propos e negociou... independentemente do que se pense do Directório Europeu e face à real inexistência nacional de alternativas plausíveis e eficazes, a verdade é que a democracia partidária portuguesa "perdeu a face" entre os parceiros europeus e os mercados (a escalada de credibilidade portuguesa desceu de novo, bastante!, face às avaliações da Moody's e da Fitch, ainda nem tinham passado 24 horas após a apresentação da demissão do Primeiro-Ministro!)... Pedro Silva Pereira explicou bem a situação, ontem, na Assembleia da República (ler aqui)... e hoje, apesar da comunicação social portuguesa, falar de Passos Coelho como se o PSD fosse poder legitimado por eleições, o líder deste partido já se apressou a dizer que não pode dizer que não vai aumentar impostos, deixando "no ar" a possibilidade de uma nova subida do IVA... se a isto somarmos a flexibilização e liberalização do fraquissimo mercado de emprego que temos pela aposta na precariedade e a intenção de tudo privatizar (dos hospitais, às escolas e à televisão)... o que podemos esperar do actual estado da cidadania e da seriedade intrínseca da nossa democracia? ...
... ainda restam dúvidas? A quem?... quando, ainda por cima, Jean Claude Juncker, hoje mesmo, deixou claro que estamos a um passo de ter, de facto!, o FMI a gerir a economia portuguesa!... quem ganha com tudo isto?... ninguém!... a não ser a vaidade, a arrogância e, diga-se sem reservas: a ignorância!