São tempos difíceis... para todos e em particular para os jovens adultos que seguiram as indicações da necessidade de qualificação, num país cujo nível de impreparação técnica considerou esse esforço fora do comum e meritório. O facto justifica, por si só, a maior indignação de todos porque a sociedade portuguesa investiu, familiar e politicamente, na formação dos mais novos que, hoje, a partir dos 25 anos, se confronta com um mercado de trabalho sem ofertas e sem expectativas. Daí ao drama da sobrevivência individual e à discussão sobre o modo de organização de uma sociedade sem emprego é um pequeno passo cuja discussão, sucessivamente adiada, os seus protagonistas e vítimas não podem mais silenciar. Faz sentido a pronúncia e é importante o alerta massivo, na rua, dirigido a uma União Europeia que ainda nem sequer consegue enfrentar o problema, ocupada como está na regulação da convergência financeira dos 27 e, agora, no enfrentar da crise das chamadas "dívidas soberanas" que fazem eclodir crises políticas internas, sem contudo resolverem e atacarem as causas englobantes e enquadradoras do problema. A manifestação "Geração à Rasca" marcada para hoje, é a expressão dos efeitos do desemprego e da precariedade e traz o rosto dos jovens adultos qualificados... convocada civicamente sob um lema que pretendeu demonstrar a sua boa-fé e a sua razão: "laica, apartidária e pacífica", o movimento que lhe deu origem ficou exposto à interferência manipulatória de grupos partidários e outros que podem desvirtuar a sua intenção originária e a sua fundamentação. É pena. Os movimentos cívicos e pacíficos que expressam o sentir colectivo e evidenciam a liberdade de expressão são essenciais à democracia. Esperemos que a "Geração à Rasca" resista às manipulações partidárias, saiba fazer ouvir a sua voz com a dignidade da justeza das suas razões e que a manifestação decorra pacificamente... pela razão que a todos assiste e pela Democracia!
Ana Paula,
ResponderEliminarUma voz serena no meio de tanta informação e contra informação.
A razão que assiste aos cidadãos é uma realidade, no entanto, a forma como o processo tem vindo a ser conduzido e aproveitado, dá aso a desconfianças e o argumentário tem sido, na maioia das vezes, incipiente e básico, o que leva muitos a afastarem-se por desconfiança das verdadeiras motivações dos grupos que se envolveram.
As suas palavras, como sempre, levam à reflexão.
Bem-haja por isso.
Um abraço.
Miguel,
ResponderEliminarObrigado pelas suas palavras e bem-haja! A verdade é que, como bem diz, o uso e abuso da informação e contra-informação podem inquinar processos úteis aos interesses colectivos. A Democracia não pode, de facto, "adormecer" nem por um instante perante tanto oportunismo sempre à espreita...
Um abraço.
Tanto a postagem como o comentário de M.Gomes Coelho e a resposta da Ana Paula, estão em sintonia com aquilo que desejamos para o futuro. Estará o governo com a mesma intenção? Será que este governo permite uma manif da " Geração à Rasca " ? Por aquilo que se viu a semana passada, não me parece. Por aquilo que querem implementar brevemente...não me parece. Não sendo radical e não o desejando, o que me parece é que estamos a caminhar para uma ditadura. Para um país a passar fome....onde é que eu já vi este filme?
ResponderEliminarMinha Amiga, :)))
ResponderEliminar... a Geração dos 0 aos 100 é o principio de uma nova Esperança... já era tempo da vida Democrática deixar de se circunscrever á quadratura da cruz!!...continuar e seguir em frente são meus votos.
Grande Abraço e muita, muita Alegria
M.José