Acreditem! O povo saiu à rua, hoje, sob o pretexto da manifestação da "geração à rasca". Em Lisboa, o mar de gente que desceu a Avenida da Liberdade e encheu as ruas, os Restauradores e o Rossio, foi, de facto!, um momento muito bonito da vida democrática portuguesa! Não tenham medo de o dizer! Só perderam os que lá não estiveram! O protesto não era contra este Governo apesar de, como sempre, em todas as manifestações, o poder em exercício ser também "chamado à liça"! Mas, não! O que hoje aconteceu em Lisboa foi uma manifestação pacífica, de cidadãos de boa-fé que querem que se saiba que a precariedade não pode ser a política de emprego da União Europeia... e é bom lembrar que a flexibilidade e a polivalência nos foram vendidas pelo neoliberalismo de uma filosofia que o PSD defende desde os anos 80 e que, depois de institucionalizada pela União Europeia, agora, todos os governos nacionais -incluindo os governos portugueses do PS- tiveram que adoptar para resistir às regras de um mercado anónimo e desumano! Erra quem pensar que os manifestantes votam PSD, CDS ou outra coisa qualquer e que se manifestam essencialmente movidos por interesses partidários! Não é verdade! O que aconteceu hoje foi uma espécie de festa da democracia (talvez porque "A Luta é Alegria" como se cantou com os "Homens da Luta", os "Terrakota" e Vitorino), em que todas as pessoas sorriam umas para as outras, cantavam, caminhavam juntas, sem ordem mas com uma alegria genuína... e falava-se do 25 de Abril, da "Tourada" que antes de 74 Fernando Tordo levou à Eurovisão e gritou-se a plenos pulmões: "O Povo Unido Jamais Será Vencido"! E se lá estiveram representantes políticos partidários do BE, do PCP, do PSD e outros foi porque a entrada nas manifestações é livre e eles também são cidadãos! Por isso, estão de parabéns os jovens e os cidadãos portugueses que sairam à rua e com plena liberdade de expressão, gritaram o que justamente vai na alma do povo... "E o povo, pá?" gritou-se não como quem condena tudo o resto mas como quem chama a atenção para a verdadeira razão de ser da política e da economia! Está de parabéns até o governo que não encheu as ruas de polícia e até saudou a manifestação dizendo que a compreende, que irá fazer o melhor que puder e que esta presença nas ruas é um sinal de vitalidade da democracia! E é! Acreditem! Só é pena que a comunicação social não o saiba transmitir! A democracia está viva e recomenda-se! Com cidadãos qualificados e ponderados que apenas exigem o que é um direito de todos: uma sociedade mais justa, com trabalho e com direitos! Viva a Liberdade! Viva a Democracia! ... e viva esta geração que, mesmo à rasca, soube trazer o povo à rua e gritar pacificamente que quer uma democracia melhor que o poder tem que ajudar a construir, transmitindo mais e melhor às populações o respeito que as pessoas lhes merecem! Acreditem! O povo unido jamais será vencido e... todos juntos venceremos todas as crises!
Ana Paula
ResponderEliminarParabéns ao seu país pela abertura e luta pelos seus direitos de seus cidadãos tão presentes!!
Bj,
Dani
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarA "geração à rasca" manifestou-se e muito bem...
Trata-se de uma manifestação intergeracional a conflituar com o país e a manifestarem-se pelos filhos e por si próprios, a protestarem por melhores condições de vida...
Compreendo e aplaudo esta manifestação independentemente das razões que confesso me preocupam neste momento face à vida política nacional.
Abraço amigo e solidário...
Ana Brito
Caríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarO peso desta Manifestação da "Geração à Rasca", que extravasou todas as expectativas, promovida por 4 jovens nas redes sociais simboliza a violenta crise que a sociedade portuguesa está a viver, sob o efeito das crises sucessivas que temos passado nestes últimos anos por causa do contexto internacional da Globalização desregrada.
E significa, também, a falta de estratégia e de um novo modelo de desenvolvimento verdadeiramente sustentável para o presente e o futuro que se adapte a esta Era da Globalização tecnocrática em que as oligarquias da especulação financeira reinam a coberto da incapacidade das organizações internacionais (ONU,UE,BCE, etc) e das políticas neoliberais que se vergam às "engenharias contabilísticas" despojadas de causas mobilizadoras dos cidadãos.
A sociedade portuguesa e europeia está partida entre os que pertencem às elites oligárquicas, financeiras, e os cidadãos que estão cada vez mais metidos num beco sem saída da "escravidão" com a precariedade laboral a eternizar-se como sistema, para citar os Deolinda, que serviram de elo dinamizador desta corrente de descontentamente e de indignação colectiva.
Sem um novo modelo de desenvolvimento para a Europa e para o mundo não será possível jamais cidadãos com plena qualidade de vida e, por isso, esta Manifestação democrática de alegria e espontaneidade, como a Ana nos refere, é tributária do espírito de Abril, porque com este desfasamento entre os decisores e os cidadãos não teremos como rumo um mundo melhor que tenha em conta os anseios e as vontades livres dos cidadãos.
É certo que mundo será mais fácil de gerir se formos encarados como um número, mas isso significará a desumanização das sociedades europeias e a perda dos valores democráticos herdados das manifestações populares vindas da Revolução Francesa. Apetece-me dizer como o fez o Presidente Jorge Sampaio em tempos idos: "Há mais vida para além do défice!" e entoar hoje e sempre esse nosso lema vivo "O povo unido jamais será vencido".
Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Querida Dani,
ResponderEliminarMuito, muito obrigado pelas suas palavras... todos juntos faremos um mundo melhor :))
Beijos de um Portugal Vivo :)
Cara Ana Brito,
ResponderEliminarÉ gratificante ver como a cidadania sabe agir, falar e afirmar os seus direitos... é isto a Democracia :)
Um grande beijinho amigo e solidário.
CARISSIMO AMIGO NUNO SOTTO MAYOR FERRÃO,
ResponderEliminarSÃO INTENCIONALMENTE ESCRITAS EM MAIÚSCULAS ESTAS PALAVRAS DE AGRADECIMENTO AO EXCELENTE TEXTO QUE AQUI PUBLICA E PARTILHA EM FORMA DE COMENTÁRIO... PARA CHAMAR A ATENÇÃO DOS QUE POR AQUI PASSAM... PORQUE O SEU TEXTO É UM VERDADEIRO MANIFESTO DOS TEMPOS QUE CORREM! O MEU PROFUNDO, SINCERO E SENTIDO AGRADECIMENTO POR O PARTILHAR AQUI... e, como já aconteceu, o meu repto a que o publique no seu "Crónicas do Professor Ferrão" - pelo menos porque eu muito gostaria de o linkar no próximo Leituras Cruzadas!
Bem-haja, meu amigo, pelo Grande contributo que, mais uma vez, aqui regista.
Receba, como sempre, as minhas mais fraternas e amigas saudações.
Caríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarAgradeço a gentileza das suas aprazíveis palavras e segui, com efeito, o seu conselho em publicar no meu blogue, este comentário que aqui deixei, com a indicação d' A Nossa Candeia que é já uma referência para uma cidadania atenta, sensível, interventiva e de um entendimento amplo das questões complexas da actualidade.
Saudações cordiais e fraternas deste amigo, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Olá minha Querida Amiga!
ResponderEliminarEu que já fui "gereção rasca", hoje sinto muito orgulho de pertencer a esta "GERAÇÃO À RASCA", que mostra que realmente, quando estamos a "bater no fundo", sabemos ser Unidos e mostrar o nosso descontentamento por esta desgovernação que se faz por toda a Europa.
... e sim... O POVO UNIDO, NÃO SERÁ VENCIDO!... Está na hora de Portugal crescer e EVOLUIR!
Beijos e Aquele Abraço Alentejano bem quente :-)
Beatriz Fitas
Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
ResponderEliminarFico feliz por ter publicado o seu excelente texto no "Crónicas do Professor Ferrão"... farei link no próximo Leituras Cruzadas!
Bem-haja!
Um grande abraço fraterno pleno de amizade, admiração e elevada consideração.
Querida Beatriz :)
ResponderEliminarObrigado pelo teu comentário onde a solidariedade respira, feita de razão e consciência... Estive presente também por ti.
Pela actualidade de Abril, com a amizade de sempre, recebe Aquele Abraço alentejano quente e solidário e um beijinho.
Ao ver a Minifestação de ontem lembri-me de um hino de 68 que penso vale partilhar (escutei-o pela primeira vez na tu casa, já lá vão alguns anos, e esta actual)
ResponderEliminarDeixo aqui para partilharmos (devolvendo-te a apresentação)
http://www.youtube.com/watch?v=A_2Gtz-zAzM
Pelos vistos, a aprtir de outros textos, vim aqui parar mas claramente, enganei-me...
ResponderEliminarnão entro nesta diletancia intelectual, sorry
abraço todos, tão felizes se sentem nela...
Venham mais canções!!...:)))
ResponderEliminarCanção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Mário Quintana
Beijo e a minha Rosa Encantada
M.José
Ana Paula:
ResponderEliminarUm receio que tenho é perder com a idade o espírito que sempre me guiou. Estou por isso sempre atento. Confesso que os e-mails de convocação que recebi e as suas origens me deixaram alerta, porque não batiam certo com o que me parecia ser o da ideia inicial. E questionei-me então, se não estaria a acontecer o sempre temi, porque achava que era um projecto com pernas mas o que lia não batia certo. Não que muitas das medidas do Manifesto (!) não as subscrevesse, mas havia naquilo qualquer coisa de estranho. E só no dia anterior consegui ouvir o Alexandre Carvalho, um dos iniciadores, de Coimbra, que se demarcou daquele e-mail, e aí percebi que a Comunicação Social não conseguiu cumprir o seu papel de nos informar correctamente. Valeu-me a Maria Flor Pedroso com a entrevista para a Antena 1 e RTP2 cujo link deixei num post que fiz. Mas muita gente que respeito teve sobre esta questão outra leitura. Admito que quase como eu, tenham sido enganadas.
Foi uma manifestação notável,
ResponderEliminarde uma unidade emocionante
como já não via há muitos
anos.
Há uma enorme desonestidade
em toda e qualquer governação
incompetente, inábil
no desenvolvimento
do povo governado.
CARO AIRES,
ResponderEliminarObrigado pela inteligência subjacente ao não-intencional elogio... já agora e a propósito de "diletâncias intelectuais", ocorre-me que António Sérgio dizia que Salazar chamava aos críticos e pensadores revolucionários do seu tempo "aqueles rapazes"... pois... é assim! Nem o presente é o passado nem o futuro será o que o passado idealizou... boa-noite!
Bela evocação a de 68 :)))
ResponderEliminarBjs
Querida Zézinha :)))
ResponderEliminar... que magnífico e oportuno poema de Mário Quintana foste citar, minha amiga! Obrigada! Pudessem todas as pessoas perceber o sentido da Poesia e veriam a mundo com olhos capazes de incendiar a esperança e acender a acção... por um mundo melhor... para todos!
Sejam rosas encantadas todas as flores sobre as quais recaia um olhar puro e belo como este que aqui partilhas :))
Bjs
Graza,
ResponderEliminarFelizmente, não recebi esse e-mail que criou mau-estar e desconfiança; contudo, mesmo assim, receei os aproveitamentos político-partidários e outros menos transparentes... por fim, decidi confiar na intenção original que se dizia "laica, apartidária e pacífica" e fui... com reservas, é verdade! Porém, para nossa imensa alegria, a manifestação cumpriu o espírito dessa intenção original que é o sentir colectivo de uma sociedade que se quer participativa e que, no caso, denotou um ideário de esquerda não-sectário e capaz de confiar na mudança possível... como é próprio de uma democracia amadurecida ou empenhada em o ser :)
Abraço.
Caro VBM,
ResponderEliminar... sim, é verdade! Foi, de facto, uma "unidade emocionante" e de um civismo notável que só nos pode encher de orgulho e alegria... a democracia está na rua... e as organizações e instituições políticas ainda têm muito que "andar" para aprender a sua efectiva prática porque continuam a proceder de acordo com lógicas que, noutros tempos, eram comuns e que hoje são verdadeiramente desasjustada ao ponto de se não distanciarem do que de pior conhecemos...
Abraço.
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarVim aqui por outro artigo seu que vi referenciado CCorporativa, suponho
que alias também comentei
e reparei na sua gentil observação a meu comentario, aqui deixado.
Ainda bem que se sentiu "elogiada", porque a simples critica, mesmo substancial e contundente, é sempre um hino e elegia à dialectica de opiniões, e consequente aprendizagem, de todos...
Quanto a "salazar e os rapazes", "intermediados", ou não, por Sergio, os tratamentos reais, realidade, não eram assim tão gentis...
E os "rapazes" de então, na sua globalidade foram agentes activos da transformação do país, muitas vezes em condições de muita adversidade, na democracia que hoje existe e se desenvolve, penso eu de que...
De rasca, só os anos perdidos na guerra, nas prisões, nas terras de emigração, tambem as condições sociais de escolaridade, saude assistencia, promoção profissional, etc.
Cpmts