António Feio morreu... um actor e encenador contemporâneo de primeira água, com 55 anos, morreu de cancro no pâncreas?! É verdade!... não, não é verdade! Um Homem não morre!... um homem prolonga-se na memória que evidencia o ridículo da cultura urbana em que a civilização nos consome, transfigurados pela pressa com que o tempo nos obriga a andar vestidos e com que as pessoas vão entretendo os dias, na ilusão do entendimento do mundo... para pôr a nu a pobreza do papel que nos levam a desempenhar esquecendo o essencial que, ao pressentir a chamada do fim, enunciou assim: "Não deixem nada por dizer... não deixem nada por fazer!"... Obrigado, António! Até sempre!
sexta-feira, 30 de julho de 2010
António Feio, o Belo...
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Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarPelo homem que foi e continua a ser, o facto de António Feio levar consigo uma parte de nós próprios reconduz-nos ao pensamento do nosso fim, imaginando-o imortal, em qualquer parte, e subentendendo a nossa própria imortalidade.
Um abraço amigo
Ana Brito
Cara Ana Paula
ResponderEliminarDele, ficarei com a imagem de um homem que falava consigo próprio, olhos nos olhos... e um sorriso, cuja definição só Saramago consegue fazer: "O Sorriso (este, com maiúsculas) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser..."
Também eu fiquei sensibilizada pela morte prematura de António Feio, mas penso que esquecemos os Antónios Feios que lutam , sofrem na solidão de suas casas e hospitais que, por vezes, ficam a centenas de Km de casa e não têm a vivacidade, humor, inteligência e cumpliciddae na partilha mostrados pelo nosso artista.
ResponderEliminarQuando vou ao IPO de Lisboa acompanhar familiar entristece-me ver ambulâncias de todo o sul de Portugal.Penso no sofrimento dessas pessoas que tão doentes e ainda por cima tão castigadas pelas más prestações do nosso SNS. Vêm pessoas do Algarve, Alentejo. questiono sempre se não haveria possibilidade desses doentes term na zona um hospital de oncologia.
nada posso fazer para minizar a siyuação e a minha sensibilidade de nada lhes vale... é assim-- triste e indigno
De Feio só se pode dizer que não sendo bonito, era o mais bonito de todos!
ResponderEliminarNa Contraluz do nosso universo, divisamos agora um novo e lindo pedaço: e é lá que se encontra António Feio, o Bonito, dando conversa da treta a nosso senhor, qualquer que ele seja, o senhor dono do universo!
Obrigado, António, deste-nos da vida a visão e a relativização da treta!
O 30 de Julho parece destinado a tornar-se a data de efeméride do desaparecimento de gente notável da arte portuguesa, em diferentes domínios.
ResponderEliminarOntem, faleceu António Feio, lutador infatigável do teatro português. Outra luta, de implacável dureza, se lhe deparou na vida e essa derrotou-o. Porém, a lembrança de António Feio jamais se esfumará da história da arte portuguesa; tal como o nome de Guilhermina Suggia, falecida a 30 de Julho de 1950 e que em época bem difícil para as mulheres, conseguiu ser a primeira solista de violoncelo, a nível mundial. Aos 17 anos na Alemanha, em 1903.
São os registos deste tipo vidas que enriquecem os melhores capítulos da História do País.
Paula,
ResponderEliminarPode parecer insensível meu comentário anterior, mas meu discurso vai no sentido de que não esqueçamos os Antónios FEios anónimos. Cancro é doença brutal, cruel... e muitas pessoas sofrem anonimamente, sem partilha e, pior, sem condições dignas.
penso também no meu país que «deixa cair» um jovem de 19 anos e o queria fazer deambular de hospital em hospital por alegadamente nada estar a fazer em nenhum hospital. Não fora a persistência de pais e amigos e não estaria em Alcoitão onde progride a olhos vistos. O nosso SNS queria o mandar para casa sem falar e numa cama...
bj amigo