Foi hoje inaugurado o Museu do Côa, unidade museológica de um notável potencial se a estrutura tiver meios de gestão e manutenção capazes de a rentabilizarem. De facto, o maior museu de arte rupestre do Paleolítico, ao ar livre, reveste-se da maior importância em termos internacionais... não apenas do ponto de vista histórico e científico mas, também ou porque não dizê-lo (?), essencialmente, do ponto de vista, cívico e pedagógico. As sociedades contemporâneas, ditas do conhecimento, coexistem com mistificações supersticiosas sobre a vida e o funcionamento dos seres vivos revelando a frágil capacidade de pensar a existência e o fenómeno tem repercurssões na vida pública dos cidadãos numa dimensão que vai dos relacionamentos interpessoais à fenomenologia complexa das interacções comportamentais que integra a própria criminologia... por isso, urge informar, formar e educar crianças e comunidades de modo a que possam apreender o mundo de forma científica, considerando a ciência como uma forma de leitura equilibrada da realidade onde o sonho coincide com a noção da realidade, sem se lhe sobrepôr ou substituir... Contudo, no mundo de hoje, os grandes equipamentos infra-estruturais e, inerentemente, os que possuem natureza cultural, requerem uma organização multidisciplinar dinâmica que se não esgota, de forma alguma, nas concepções tradicionais da museologia... e se o Museu do Côa tem, por si próprio, essa potencialidade, enquanto pólo activo de promoção do desenvolvimento regional, requer uma atenção redobrada sob pena de se desperdiçar um investimento fabuloso que o mundo quer e deve conhecer (a notícia pode ser lida AQUI).
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarPlenamente de acordo consigo...
O Parque Arqueológico de Vale do Côa acolhe achados fabulosos de arte rupestre e a solução museológica deve ser apelativa não só para os jovens, em sentido cívico, científico e pedagógico, mas também para o enriquecimento cultural e económico da região, através do incentivo ao turismo, não obstante o pessimismo das populações locais que não parecem crer na modernidade e na possibilidade de decifrar o pensamento paleolítico através da arte.
Um abraço amigo
Ana Brito