A ansiedade na procura desesperada por um discurso político alternativo conduziu a liderança do PSD à reedição do liberalismo e à insistência na revisão constitucional - como se a actual Constituição da República fosse a razão pela qual o país não tem ultrapassado as estruturais dificuldades económicas que os novos compromissos políticos decorrentes da economia globalizada, agravam (sem que a Constituição tenha aí qualquer influência)... Aos olhos da opinião pública, cada vez mais, o discurso do PSD vai emergindo como mero instrumento de propaganda - até porque se não viu até ao momento qualquer debate sobre o Estado da Nação em que o líder do PSD se confronte, de facto!, com o Governo ou com o Primeiro-Ministro para uma discussão séria sobre a economia e a sociedade portuguesa em que, para além do recíproco exercício demogógico, sejam analisadas situações factuais e medidas económicas concretas que permitam ao país uma eventualmente mais equilibrada governabilidade do que a que temos. A única realidade que da mediatização do PSD resulta é a sua quase incontrolada vontade de poder (apesar das palavras do seu líder alegando que só irá para o Governo após eleições), denotável numa estratégia pobre, ambiciosa e inequívoca sobre a intenção de centralização absoluta do poder: ganhar as Presidenciais com Cavaco Silva, apoiar a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições pelo seu Presidente num hipotético e possível novo mandato, ganhar as legislativas (mais por desgaste da imagem do Governo de Sócrates massacrado de todas as formas desde que chegou ao poder e apesar do seu trabalho, do que por mérito próprio) e rever a Constituição (legitimando o total liberalismo do mercado de trabalho e demolindo os fundamentos do Estado Social, indispensável ao combate à pobreza e à gestão das oportunidades de uma sociedade cuja classe média está à beira da extinção)... para, por fim!. governar a sós e de forma blindada (ou não é isso que subjaz à sua proposta de reforço dos poderes do Presidente da República que se pode ler Aqui?), em todas as esferas do poder deste nosso pequeno país... Não se trata aqui de combater gratuitamente o PSD ou Passos Coelho... trata-se de evidenciar que as suas propostas estão muito aquém do que se requer para que se acredite no seu empenho desinteressado de defesa do bem-comum que urge reforçar no país e que implicaria mais acordos, mais diálogo e maior concertação entre o espectro político - ao invés do rol de acusações que inquina o entendimento e compromete ainda mais o nosso futuro. Na verdade, ninguém acredita que o discurso de Passos Coelho enuncie um cenário adequado à nossa realidade... por isso, a pergunta que se coloca é a de saber se todo o espectro político-partidário português vai permitir que assim aconteça, por mera negligência e incapacidade política, fruto de cegas vaidades narcisistas e corporativas!?
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarNestes últimos tempos, Passos Coelho tem ouvido muitos "toques de campainha" e parece ter gostado de aprender a salivar, pelo poder, mais do que o cão de Pavlov.
Um abraço grato, solidário, amigo e feliz :)
Ana Brito
Cara Ana Brito :)
ResponderEliminar... fez-me rir... fez-me mesmo rir :)
Obrigado :)
Aquele abraço amigo, solidário e feliz :)