Não é apenas demagógico mas dramático e perigoso, o facto dos políticos das mais representativas forças partidárias evocarem, como prioridade da sua agenda, questões estruturantes da vida democrática que configuram decisivas alterações na qualidade de vida dos cidadãos (vale a pena ler o texto de Pedro Adão e Silva no Arquivo), nomeadamente, se tal postura decorre ou coincide com a opção dos meios de comunicação social com maior audiência, pelo desenvolvimento de temas sensacionalistas (ler aqui o texto de Osvaldo Castro no A Carta a Garcia)... perspectivado pelos seus autores como "modus operandi" da política, este tipo de procedimentos sustenta as declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros que acusa o debate político português sobre o mundo contemporâneo de se caracterizar por uma confrangedora pobreza... porque a política é muito mais do que o etnocentrismo nacionalista de pendor autoritário que subjaz à ideologia liberal do mercado e que traz à memória associações de ideias aparentemente anacrónicas mas dignas de reflexão (vale a pena ler os textos de Miguel Abrantes no Câmara Corporativa, de Weber no Mainstreet, de Carlos Barbosa de Oliveira no Crónicas do Rochedo e de Porfírio Silva no Machina Speculatrix)... e porque a realidade é muito mais importante e complexa do que nos querem fazer crer os compradores de votos que omitem a verdade e as consequências dos modelos liberais que defendem (vale a pena ler os textos de Ricardo Noronha no Vias de Facto e de Paulo Jorge Vieira no Cinco Dias).
Olá, Ana,
ResponderEliminarTambém fico preocupada com uma certo pluralismo dessas "questões estruturantes da vida democrática", principalmente quando há um Passos Coelho para quem a RC ñ passa de um "preço político"… (E também é óbvio que o PR não se manifesta sobre a RC – mas não é pelo facto de não conseguir impedir a promulgação da lei de revisão…!). Mais um bocadinho e ainda se vê um referendo: Será que Portugal precisa de uma constituição?
Um abraço..
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarPlenamente de acordo consigo...
Rimbaud dava cor às vogais, mas também há quem dê cores às palavras e às ideias. A Ana Paula é magnífica a usar as palavras certas em ocasiões certas, com mais ou menos reserva, mas sempre como um néctar e como que a insinuar com mestria que guarda o mistério das "coisas" que estão por revelar.
Fruto da associação de ideias, através das "Leituras Cruzadas", consegue transmitir o lado compreensivo das "coisas" sem que este seja o mais desgastante de todos os lados e, assim, traz à luz mais uma possibilidade de debate franco, crítico e incisivo.
Um abraço amigo, grato, solidário e feliz :)
Ana Brito
Obrigado pelo link, Ana Paula
ResponderEliminarBeijinhos