Enquanto propagandeia intenções de resgatar o país com a repetição das velhas receitas do neoliberalismo, Passos Coelho dá continuidade aos dislates de Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel defendendo, em jeito de intriga internacional, fora do país, o que, contrário ao interesse nacional, visa encontrar ecos de apoio entre eventuais aliados estrangeiros sem consciência de que, face à crise actual que a todos afecta, essa postura suscita, cá e lá, o reconhecimento do seu provincianismo bacoco, incapaz de resistir à demagogia de uma campanha partidária contra o Governo e à completa ausência de sentido de Estado - que se encontra no cerne da reflexão interna a que a generalidade dos Estados-membros, para além dos discursos feitos "para inglês ver", está a proceder. A mesma tentação demagógica teve hoje outro rosto, em Cascais, na praia do Tamariz, onde o PNR resolveu passear, manifestando-se contra a insegurança que muitos identificam com o próprio projecto de autoritarismo nacionalista que defendem... e como se não bastasse, soube-se hoje que o Vaticano teve, em 2009, prejuízos de mais de 4 milhões de euros (ler Aqui) o que, final e felizmente!, lança alguma luz sobre as ocultas razões subjacentes à reunião mediatizada que Bento XVI realizou em Portugal com as IPSS's e ONG's... Como se constata, a democracia continua exposta a graves e sistémicas fragilidades endógenas que nos permitem até relativizar outras ameaças conhecidas como globais e que vão dos equilíbrios nas relações internacionais à luta pelos Direitos Humanos ou ao aquecimento global. Dá vontade de lembrar a canção: "P'ra pior já basta assim..." - ou será que já ninguém se lembra da esperança e do esforço que implica a defesa da liberdade e da democracia para todos - apesar da persistência do sussuro popular: "Estamos bem arranjados"...
Cara Ana Paula
ResponderEliminarExcelente. As ideias não devem ficar em silêncio e, de facto, atravessamos uma maré que parece que "chove dentro de tudo". Plenamente de acordo com o que designa de "Persistências Disfuncionais".
O projecto iniciado em 1974 encontra-se inacabado.
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem" (Brecht)
Neste desabrido desconcerto do país e do mundo, neste timing de incertezas, deparamos, é certo, com baixas estaturas morais, mas como diria Luís de Sttau Monteiro "Felizmente (ainda) há Luar", embora falte operacionalizar a modernização: mudou a população, alteraram-se as oportunidades sociais, mudou a estrutura social, alterou-se a relação entre o poder temporal e espiritual e, portanto, ainda é sob o signo da hegemonia de uma modernização conservadora que o país adormece e acorda adentro uma jovem democracia que ainda se encontra na sua fase de primeira adultez.
Ora, este conservadorismo nos comportamentos e mentalidade ainda não foi completamente superado e, portanto, reclama-se uma tarefa política que deve ser protagonizada por uma esquerda socialista moderna.
Como diria José Bergamin "se tivesse nascido objecto, seria objectivo, mas como nasci sujeito, sou subjectivo" - o que equivale a dizer que podemos fazer leituras diferentes da mesma realidade que podem muito bem corresponder ao mesmo eixo ou ângulo de observação. O problema do nosso país não é de análise, mas sim de execução, e necessitamos, a todo o vapor, de um Estado moderno e eficiente que majore as conquistas da Democracia.
Um grande abraço :)
Ana Brito
Cara Ana Brito
ResponderEliminarExcelente... simplesmente excelente a súmula que aqui partilha sobre a dinâmica da mudança no nosso país. Subscrevendo as suas palavras, diria apenas: falta-nos agir estrategicamente para executar racional e humanamente o presente em nome da viabilidade do futuro.
Um grande abraço :)
Excelente reflexão, Ana Paula . Vou fazer link
ResponderEliminarObrigado, Carlos... fico feliz por isso :)
ResponderEliminarAbraço.