sábado, 12 de março de 2011

O Povo Unido Jamais Será Vencido!

Acreditem! O povo saiu à rua, hoje, sob o pretexto da manifestação da "geração à rasca". Em Lisboa, o mar de gente que desceu a Avenida da Liberdade e encheu as ruas, os Restauradores e o Rossio, foi, de facto!, um momento muito bonito da vida democrática portuguesa! Não tenham medo de o dizer! Só perderam os que lá não estiveram! O protesto não era contra este Governo apesar de, como sempre, em todas as manifestações, o poder em exercício ser também "chamado à liça"! Mas, não! O que hoje aconteceu em Lisboa foi uma manifestação pacífica, de cidadãos de boa-fé que querem que se saiba que a precariedade não pode ser a política de emprego da União Europeia... e é bom lembrar que a flexibilidade e a polivalência nos foram vendidas pelo neoliberalismo de uma filosofia que o PSD defende desde os anos 80 e que, depois de institucionalizada pela União Europeia, agora, todos os governos nacionais -incluindo os governos portugueses do PS- tiveram que adoptar para resistir às regras de um mercado anónimo e desumano! Erra quem pensar que os manifestantes votam PSD, CDS ou outra coisa qualquer e que se manifestam essencialmente movidos por interesses partidários! Não é verdade! O que aconteceu hoje foi uma espécie de festa da democracia (talvez porque "A Luta é Alegria" como se cantou com os "Homens da Luta", os "Terrakota" e Vitorino), em que todas as pessoas sorriam umas para as outras, cantavam, caminhavam juntas, sem ordem mas com uma alegria genuína... e falava-se do 25 de Abril, da "Tourada" que antes de 74 Fernando Tordo levou à Eurovisão e gritou-se a plenos pulmões: "O Povo Unido Jamais Será Vencido"! E se lá estiveram representantes políticos partidários do BE, do PCP, do PSD e outros foi porque a entrada nas manifestações é livre e eles também são cidadãos! Por isso, estão de parabéns os jovens e os cidadãos portugueses que sairam à rua e com plena liberdade de expressão, gritaram o que justamente vai na alma do povo... "E o povo, pá?" gritou-se não como quem condena tudo o resto mas como quem chama a atenção para a verdadeira razão de ser da política e da economia! Está de parabéns até o governo que não encheu as ruas de polícia e até saudou a manifestação dizendo que a compreende, que irá fazer o melhor que puder e que esta presença nas ruas é um sinal de vitalidade da democracia! E é! Acreditem! Só é pena que a comunicação social não o saiba transmitir! A democracia está viva e recomenda-se! Com cidadãos qualificados e ponderados que apenas exigem o que é um direito de todos: uma sociedade mais justa, com trabalho e com direitos! Viva a Liberdade! Viva a Democracia! ... e viva esta geração que, mesmo à rasca, soube trazer o povo à rua e gritar pacificamente que quer uma democracia melhor que o poder tem que ajudar a construir, transmitindo mais e melhor às populações o respeito que as pessoas lhes merecem! Acreditem! O povo unido jamais será vencido e... todos juntos venceremos todas as crises!

21 comentários:

  1. Ana Paula
    Parabéns ao seu país pela abertura e luta pelos seus direitos de seus cidadãos tão presentes!!
    Bj,
    Dani

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  2. Cara Ana Paula Fitas
    A "geração à rasca" manifestou-se e muito bem...
    Trata-se de uma manifestação intergeracional a conflituar com o país e a manifestarem-se pelos filhos e por si próprios, a protestarem por melhores condições de vida...
    Compreendo e aplaudo esta manifestação independentemente das razões que confesso me preocupam neste momento face à vida política nacional.
    Abraço amigo e solidário...
    Ana Brito

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  3. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    O peso desta Manifestação da "Geração à Rasca", que extravasou todas as expectativas, promovida por 4 jovens nas redes sociais simboliza a violenta crise que a sociedade portuguesa está a viver, sob o efeito das crises sucessivas que temos passado nestes últimos anos por causa do contexto internacional da Globalização desregrada.

    E significa, também, a falta de estratégia e de um novo modelo de desenvolvimento verdadeiramente sustentável para o presente e o futuro que se adapte a esta Era da Globalização tecnocrática em que as oligarquias da especulação financeira reinam a coberto da incapacidade das organizações internacionais (ONU,UE,BCE, etc) e das políticas neoliberais que se vergam às "engenharias contabilísticas" despojadas de causas mobilizadoras dos cidadãos.

    A sociedade portuguesa e europeia está partida entre os que pertencem às elites oligárquicas, financeiras, e os cidadãos que estão cada vez mais metidos num beco sem saída da "escravidão" com a precariedade laboral a eternizar-se como sistema, para citar os Deolinda, que serviram de elo dinamizador desta corrente de descontentamente e de indignação colectiva.

    Sem um novo modelo de desenvolvimento para a Europa e para o mundo não será possível jamais cidadãos com plena qualidade de vida e, por isso, esta Manifestação democrática de alegria e espontaneidade, como a Ana nos refere, é tributária do espírito de Abril, porque com este desfasamento entre os decisores e os cidadãos não teremos como rumo um mundo melhor que tenha em conta os anseios e as vontades livres dos cidadãos.

    É certo que mundo será mais fácil de gerir se formos encarados como um número, mas isso significará a desumanização das sociedades europeias e a perda dos valores democráticos herdados das manifestações populares vindas da Revolução Francesa. Apetece-me dizer como o fez o Presidente Jorge Sampaio em tempos idos: "Há mais vida para além do défice!" e entoar hoje e sempre esse nosso lema vivo "O povo unido jamais será vencido".

    Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  4. Querida Dani,
    Muito, muito obrigado pelas suas palavras... todos juntos faremos um mundo melhor :))
    Beijos de um Portugal Vivo :)

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  5. Cara Ana Brito,
    É gratificante ver como a cidadania sabe agir, falar e afirmar os seus direitos... é isto a Democracia :)
    Um grande beijinho amigo e solidário.

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  6. CARISSIMO AMIGO NUNO SOTTO MAYOR FERRÃO,
    SÃO INTENCIONALMENTE ESCRITAS EM MAIÚSCULAS ESTAS PALAVRAS DE AGRADECIMENTO AO EXCELENTE TEXTO QUE AQUI PUBLICA E PARTILHA EM FORMA DE COMENTÁRIO... PARA CHAMAR A ATENÇÃO DOS QUE POR AQUI PASSAM... PORQUE O SEU TEXTO É UM VERDADEIRO MANIFESTO DOS TEMPOS QUE CORREM! O MEU PROFUNDO, SINCERO E SENTIDO AGRADECIMENTO POR O PARTILHAR AQUI... e, como já aconteceu, o meu repto a que o publique no seu "Crónicas do Professor Ferrão" - pelo menos porque eu muito gostaria de o linkar no próximo Leituras Cruzadas!
    Bem-haja, meu amigo, pelo Grande contributo que, mais uma vez, aqui regista.
    Receba, como sempre, as minhas mais fraternas e amigas saudações.

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  7. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Agradeço a gentileza das suas aprazíveis palavras e segui, com efeito, o seu conselho em publicar no meu blogue, este comentário que aqui deixei, com a indicação d' A Nossa Candeia que é já uma referência para uma cidadania atenta, sensível, interventiva e de um entendimento amplo das questões complexas da actualidade.

    Saudações cordiais e fraternas deste amigo, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  8. Olá minha Querida Amiga!
    Eu que já fui "gereção rasca", hoje sinto muito orgulho de pertencer a esta "GERAÇÃO À RASCA", que mostra que realmente, quando estamos a "bater no fundo", sabemos ser Unidos e mostrar o nosso descontentamento por esta desgovernação que se faz por toda a Europa.
    ... e sim... O POVO UNIDO, NÃO SERÁ VENCIDO!... Está na hora de Portugal crescer e EVOLUIR!
    Beijos e Aquele Abraço Alentejano bem quente :-)
    Beatriz Fitas

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  9. Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Fico feliz por ter publicado o seu excelente texto no "Crónicas do Professor Ferrão"... farei link no próximo Leituras Cruzadas!
    Bem-haja!
    Um grande abraço fraterno pleno de amizade, admiração e elevada consideração.

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  10. Querida Beatriz :)
    Obrigado pelo teu comentário onde a solidariedade respira, feita de razão e consciência... Estive presente também por ti.
    Pela actualidade de Abril, com a amizade de sempre, recebe Aquele Abraço alentejano quente e solidário e um beijinho.

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  11. Ao ver a Minifestação de ontem lembri-me de um hino de 68 que penso vale partilhar (escutei-o pela primeira vez na tu casa, já lá vão alguns anos, e esta actual)
    Deixo aqui para partilharmos (devolvendo-te a apresentação)
    http://www.youtube.com/watch?v=A_2Gtz-zAzM

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  12. Pelos vistos, a aprtir de outros textos, vim aqui parar mas claramente, enganei-me...

    não entro nesta diletancia intelectual, sorry

    abraço todos, tão felizes se sentem nela...

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  13. Venham mais canções!!...:)))


    Canção do dia de sempre

    Tão bom viver dia a dia...
    A vida assim, jamais cansa...

    Viver tão só de momentos
    Como estas nuvens no céu...

    E só ganhar, toda a vida,
    Inexperiência... esperança...

    E a rosa louca dos ventos
    Presa à copa do chapéu.

    Nunca dês um nome a um rio:
    Sempre é outro rio a passar.

    Nada jamais continua,
    Tudo vai recomeçar!

    E sem nenhuma lembrança
    Das outras vezes perdidas,
    Atiro a rosa do sonho
    Nas tuas mãos distraídas...
    Mário Quintana

    Beijo e a minha Rosa Encantada
    M.José

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  14. Ana Paula:

    Um receio que tenho é perder com a idade o espírito que sempre me guiou. Estou por isso sempre atento. Confesso que os e-mails de convocação que recebi e as suas origens me deixaram alerta, porque não batiam certo com o que me parecia ser o da ideia inicial. E questionei-me então, se não estaria a acontecer o sempre temi, porque achava que era um projecto com pernas mas o que lia não batia certo. Não que muitas das medidas do Manifesto (!) não as subscrevesse, mas havia naquilo qualquer coisa de estranho. E só no dia anterior consegui ouvir o Alexandre Carvalho, um dos iniciadores, de Coimbra, que se demarcou daquele e-mail, e aí percebi que a Comunicação Social não conseguiu cumprir o seu papel de nos informar correctamente. Valeu-me a Maria Flor Pedroso com a entrevista para a Antena 1 e RTP2 cujo link deixei num post que fiz. Mas muita gente que respeito teve sobre esta questão outra leitura. Admito que quase como eu, tenham sido enganadas.

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  15. Foi uma manifestação notável,
    de uma unidade emocionante
    como já não via há muitos
    anos.

    Há uma enorme desonestidade
    em toda e qualquer governação
    incompetente, inábil
    no desenvolvimento
    do povo governado.

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  16. CARO AIRES,
    Obrigado pela inteligência subjacente ao não-intencional elogio... já agora e a propósito de "diletâncias intelectuais", ocorre-me que António Sérgio dizia que Salazar chamava aos críticos e pensadores revolucionários do seu tempo "aqueles rapazes"... pois... é assim! Nem o presente é o passado nem o futuro será o que o passado idealizou... boa-noite!

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  17. Querida Zézinha :)))
    ... que magnífico e oportuno poema de Mário Quintana foste citar, minha amiga! Obrigada! Pudessem todas as pessoas perceber o sentido da Poesia e veriam a mundo com olhos capazes de incendiar a esperança e acender a acção... por um mundo melhor... para todos!
    Sejam rosas encantadas todas as flores sobre as quais recaia um olhar puro e belo como este que aqui partilhas :))
    Bjs

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  18. Graza,
    Felizmente, não recebi esse e-mail que criou mau-estar e desconfiança; contudo, mesmo assim, receei os aproveitamentos político-partidários e outros menos transparentes... por fim, decidi confiar na intenção original que se dizia "laica, apartidária e pacífica" e fui... com reservas, é verdade! Porém, para nossa imensa alegria, a manifestação cumpriu o espírito dessa intenção original que é o sentir colectivo de uma sociedade que se quer participativa e que, no caso, denotou um ideário de esquerda não-sectário e capaz de confiar na mudança possível... como é próprio de uma democracia amadurecida ou empenhada em o ser :)
    Abraço.

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  19. Caro VBM,
    ... sim, é verdade! Foi, de facto, uma "unidade emocionante" e de um civismo notável que só nos pode encher de orgulho e alegria... a democracia está na rua... e as organizações e instituições políticas ainda têm muito que "andar" para aprender a sua efectiva prática porque continuam a proceder de acordo com lógicas que, noutros tempos, eram comuns e que hoje são verdadeiramente desasjustada ao ponto de se não distanciarem do que de pior conhecemos...
    Abraço.

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  20. Cara Ana Paula Fitas

    Vim aqui por outro artigo seu que vi referenciado CCorporativa, suponho

    que alias também comentei

    e reparei na sua gentil observação a meu comentario, aqui deixado.

    Ainda bem que se sentiu "elogiada", porque a simples critica, mesmo substancial e contundente, é sempre um hino e elegia à dialectica de opiniões, e consequente aprendizagem, de todos...

    Quanto a "salazar e os rapazes", "intermediados", ou não, por Sergio, os tratamentos reais, realidade, não eram assim tão gentis...

    E os "rapazes" de então, na sua globalidade foram agentes activos da transformação do país, muitas vezes em condições de muita adversidade, na democracia que hoje existe e se desenvolve, penso eu de que...

    De rasca, só os anos perdidos na guerra, nas prisões, nas terras de emigração, tambem as condições sociais de escolaridade, saude assistencia, promoção profissional, etc.

    Cpmts

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