sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Conselhos" do Conselho Europeu... Não, Obrigado?!

O Conselho Europeu que hoje terminou, declarou que os Estados-membros da UE tudo farão para assegurar a estabilidade do euro (ler aqui)... é, aliás, neste contexto que se justifica o "fundo de emergência permanente" aprovado, para fazer face à actual crise e prevenir outras que, agora, se tornam mais previsíveis. É pena que a solução encontrada mais não faça do que remediar com "garrotes" de emergência, a "sangria desatada" a que a lógica dos mercados nos conduziu, sem investimentos nos aparelhos produtivos nacionais e sem uma revisão estrutural das "quotas de produção" agro-alimentar, mantendo a dependência de todos de subsídios cada vez menos prováveis e mais reduzidos e o risco de desemprego que persiste, em crescendo e "em alta"; ao mesmo tempo, estas propostas insistem em deixar "nas mãos" dos governos nacionais, a responsabilidade do aumento das cargas fiscais e da redução da despesa pública, únicas fórmulas, no actual contexto político-financeiro, capazes de permitir respostas imediatistas e fáceis para a dita "estabilidade da moeda única" (ler aqui)... tudo isto apesar dos custos sociais cada vez mais elevados que alastram numa Europa unida, que se pretendeu mais igualitária mas que, afinal!, se afasta a "passos largos" do projecto político-social que os cidadãos referendaram, aproximando-se vertiginosamente da tal "Europa a duas velocidades" para que Jacques Delors tanto chamou a atenção, alertando-nos para o que daí resultaria... A arquitectura europeia construiu-se por oposição aos nacionalismos e, como tudo o que é inovador, foi uma aposta arriscada que só uma sólida consciência política e ideológica poderia ter assumido, disposta a resistir às tentações de desmoronamento social... arriscámos!... provavelmente, substimando as intenções subreptícias de uma lógica económico-financeira que, na União Europeia, viu apenas o crescimento das suas margens de lucro... o que nos leva a concluir que afinal, para além do Mercado Comum, tudo o resto era mais demagogia que outra coisa... Já quase só nos falta que a esquerda tenha que, justamente!, ressuscitar o binómio da "luta de classes"...

4 comentários:

  1. Ana Paula,
    é tudo verdade o que escreveu e estou de acordo mas os principais responsáveis da situação são os povos desta mesma Europa que olham para as eleições eurpeias como se tratasse de nada que lhes dissesse respeito. Não fosse a maioria do parlamento europeu do PPE e outro galo cantaria, certamente.
    Queixamo-nos mas não devemos porque a culpa é nossa.
    Um abraço.

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  2. O Tratado de Lisboa foi... a bomba atómica que arrasou a pouca Democracia que porventura existiria na dita "Europa". Somos uns fantoches nas mãos do "Império Anglo-Germânico" que tem os seus pilares fundamentais, e bem assentes, nos BANCOS e no SISTEMA FINANCEIRO.
    Por isso por mais que demos voltas, não passamos disto mesmo, de dar voltas!

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  3. Cara Ana Paula Fitas,

    Eu, subscrevo todas as sua preocupações
    Meu Contrário, sempre radical, gostou da sua hipótese final e Minha Alma atormentada pelo que disse ao Rogério Pereira recomenda-lhe força e esperança...

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  4. Caros Miguel, Voz a 0 DB e "Eu, Meu Contrário e Minha Alma",
    Subscrevo as vossas palavras e em particular da recomendação essencial do "Trio"... porque da convicção e da luta, renascerá sempre, revigorada, a esperança :)

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