sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Dia Internacional dos Direitos Humanos 2010

Afinal, Sakineh Ashtiani, iraniana, 43 anos de idade, não foi libertada pelas autoridades de Teerão, cujo regime continua a preferir a vigência dos antigos códigos de costumes ditados pela organização de um poder patriarcal que não reconhece os direitos individuais, preferindo-os à consciência ética universal da igualdade de oportunidades e do respeito pela dignidade da vida e da existência humana consagrada, há 62 anos, na Declaração Universal dos Direitos Humanos (ler Aqui) e nos Direitos Fundamentais garantidos pela jurisprudência democrática.

Entretanto, como também todos sabemos, foi hoje justamente galardoado com o Prémio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, preso há 2 anos pelas autoridades chinesas por alegada "subversão", a saber, ter participado nas manifestações de Tianamen e escrito um manifesto sobre a urgência de mudanças democráticas de natureza política e social na República Popular da China... Em pleno século XXI, o Dia Internacional dos Direitos Humanos fica, em 2010, para além de toda a fome, toda a guerra, toda a pobreza e toda a injustiça que grassa, de forma diversa, por todo o planeta, marcado por estes dois assinaláveis e grosseiros atentados contra os Direitos Humanos, símbolo da luta sem tréguas que, indefectivelmente, temos que continuar a travar, em nome da Dignidade da Condição Humana.

8 comentários:

  1. Olá Ana Paula

    Dois casos que mostram quão longe ainda estamos de um mundo globalizado nos Direitos Humanos. A globalização do consumismo não se fez esperar. Parece que as coisas más são facilmente globalizáveis. As boas, custa...

    Gostei muito da sua mensagem, mas gostaria mais que pudesse ser outra... dizendo que Sakineh foi libertada e Liu Xaobo foi libertado e compareceu na entrega do Nobel...

    Que mundo deixamos para os nossos descendentes...

    Beijinhos

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  2. Quem ganha o quê em mentir? Quem ganha o quê em lançar confusão? Perguntaria também : Quem ganha o quê, deixando os portugueses passarem fome? Tudo isto junto, faz do mundo em que vivemos, um mundo de interesses, um mundo de corruptos, um mundo de gente sem escrúpulos, um mundo de egoístas. Na parte que me toca, o meu País, é também um bocado assim. No fundo vivemos em Portugal como no resto do mundo. Sinceramente, preocupa-me o Mundo, mas preocupa-me muito mais o meu País. Preocupa-me os direitos humanos, mas sobretudo aqueles direitos que o meu País deixa longe, assobia para o lado. Sou egoísta quando se fala do meu País. Preocupa-me o mundo, mas o meu País é o Amor da minha vida. Ana Paula desculpe lá mais este desabafo, mas quando vejo o Amor da minha vida, maltratado,....perco-me.
    Um abracinho pquenino, que se possa transformar em grande, quando o meu País melhorar.
    Bfs

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  3. Querida Ana Paula:)

    Por qualquer razão inexplicável, tive dúvidas quando vi o anuncio da libertação de Sakineh. Aquela gente não faz as coisas assim...
    Quanto a Liu Xaobo não poder sequer ser representado por alguém na cerimónia do Nobel é perfeitamente lamentável. A China não tinha nenhuma necessidade...

    Beijinho

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  4. Manuela,
    Excelente observação, minha amiga... de facto, a responsabilidade social obrigaria a que, ao ser adoptada a dita globalização, se tivesse em conta que funcionaria para dois lados e dada a experiência da História que o pior seria, seguramente, o mais fácil...
    Obrigado pelas boas palavras e pela triste constatação que partilho e subscrevo sobre o mundo que deixamos aos nossos descendentes.
    Um beijo

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  5. Caro Zéparafuso,
    Fico sem palavras com a sinceridade sentida que aqui nos dá a honra de podermos partilhar, meu amigo.
    Obrigado!
    Um abraço amigo e solidário com votos de Bfs :))

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  6. Querida Ariel,
    Boa intuição foi essa que também me assaltava enquanto escrevia... mas, pensei que devia deixar testemunho da boa-fé da nossa esperança comum... enfim... não havia necessidade mas, pelos vistos, não são, por ora, capazes de fazer melhor para infelicidade dos que o merecem - e serão tantos, Ariel... tantos e tão condenados pelo medo ao silêncio e à hipocrisia dos dias... da China ao Irão ... e até cá, pelos caminhos mais ocidentais deste pequeno planeta que esquece a sua real dimensão...
    Beijinho :))

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  7. Precisamos cada vez mais divulgar para cada pessoa, de todas as idades, de todas nacionalidades, credos de todas faixas etárias... a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Leia matéria sobre o tema em: http://valdecyalves.blogspot.com/2010/12/direitos-humanos-declaracao-universal.html

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  8. Caro Valdecy Alves,
    Obrigado pelas suas palavras e pela sugestão que aqui partilha.
    Volte sempre!
    Abraço.

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