Enquanto nos países da OCDE se prevê uma descida do PIB, calculada na ordem dos 4,3% e em Portugal ganha cada vez mais consistência o horizonte dos 10% de desemprego, a discussão económica global continua, apesar de alguns apelos no sentido do encerramento dos sistemas de off-shores e de especulação, a insistir na liberalização e na competetividade como formas de resposta à crise e caminhos de retoma. O pressuposto, que ameaça dominar a Cimeira do G20, deixa que se reconfirme a convicção de que nada há a esperar desta oportunidade de criação de consensos entre as economias mais poderosas, reféns que são da sua incapacidade de assumir o não-lucro, mesmo em situações que se aproximam de cenários catastrofistas, mais ou menos assumidos publicamente, designadamente por motivos políticos. Na verdade, uma análise realista das taxas dos endividamentos nacionais equacionadas relativamente aos respectivos índices de produtividade, denotaria, comparativamente uma assimetria de resultados que, em termos de cômputo geral, poderia reforçar tendências de proteccionismo. Contudo, o facto não pode justificar que seja deixada exclusivamente ao nível comunitário e global, a responsabilidade pela definição dos eixos de intervenção no plano económico nacional sob pena de um colapso social que a arquitectura europeia não tem meios de controlar ou, sequer, evitar.
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