Surpreendam-se! ... porque, talvez como a mim, ainda vos surpreenda que a comunicação social, alegadamente por efeito do "jornalismo de investigação", não tenha desenvolvido um eco proporcional à ruidosa campanha que acompanhou, desenfreadamente, o designado "caso Freeport" sobre o facto a que, agora, deu alta voz, Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados. Na verdade, de Torrão ao tio Monteiro e a Smith, pela leviandade grosseira da abordagem jornalística que levou os "pivots" televisivos e a imprensa à histeria, levantaram-se suspeitas graves e denegriu-se o nome não apenas de um cidadão, coisa por si só, muito grave!, mas, pior que isso, de um Primeiro-Ministro! Falar de "Jornalismo de Investigação" é agora, em Portugal, uma expressão que dificilmente readquirirá a seriedade que, justamente, se lhe atribuía... quanto à comunicação social, passou, naturalmente, ao nível, nem sequer da chamada "imprensa côr-de-rosa" mas, da "imprensa negra" e o bom nome de uma classe profissional que mereceria o crédito dos cidadãos, enquanto instrumento de clarificação e transparência das sociedades democráticas adquiriu, com mais este folhetim, o cheiro e o sabor de uma certa berlusconização que concorre para a suspeita opacidade que acompanha a anónima e inefável promiscuidade entre a comunicação social e a política.
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